☆Capítulo V - Melhor Detetive do Mundo

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Nosso detetive correu o mais rápido que pode no caminho de volta para o quarto. Ele tinha pensado no que Sigma disse, tinha pensado no que fazer e achou que estava fazendo o certo.

Ranpo entrou no quarto e trancou a porta atrás de si mesmo. Poe, que estava sentado ao lado de Karl na cama, até se levantou com o susto. Ele ficou um pouco nervoso, mas engoliu em seco e tentou manter a calma.

— Ranpo, o que hou–...

— Eu não consigo deduzir o que você está pensando! — Ranpo admitiu, fazendo um bico e parecendo estar irritado.

Edgar ficou um pouco chocado, afinal, ele não esperava que Ranpo dissesse aquilo.

Ele soube de imediato que o gerente tinha contado ao menor sobre a conversa que eles tiveram.

— Mas, Ranpo, isso é normal! Eu ficaria assustado se você conseguisse... — Ele deu alguns passos para trás, mas Ranpo o seguiu quando ele o fez.

— Eu não sou uma pessoa normal! Eu sou o maior detetive do mundo! — Ele exclamou, com uma expressão confusa no rosto.

— Ranpo, você está me assustando... — Edgar continuou andando para trás até sentir a pequena mesa do quarto bater contra sua panturrilha, quase o derrubando no chão.

— Eu pensei que você fosse mais esperto que isso Edgar Allen Poe! — Os ombros do escritor se encolheram ao ouvir seu nome completo junto com um insulto. — Eu não sei o que você pensa e eu só posso deduzir até aqui! Então, me responda: Você realmente gosta de mim?

Ranpo estava quase sem ar por ter gritado e por ter falado a fraze inteira em apenas um suspiro. A respiração de Poe também estava desregulada, mas aquilo se tratava de puro choque.

Como Ranpo conseguiu descobrir seu segredo mais obscuro?

Por que Ranpo tinha que ser tão esperto, por que ele tinha que deduzir tudo?

E a pergunta que sempre o atormentaria em suas noites frias de insônia: Por que Ranpo tinha que ter os mais brilhantes olhos verdes?

Com um movimento inesperado, Poe se inclinou para baixo, envolvendo o rosto de Ranpo com suas mãos. Seus lábios selaram os de Ranpo e foi como se tudo parasse.

Derrepente, não existia mais medo de estar a cerca de mil metros acima do chão. Não existiam mais pistas confusas e ciúmes desnecessários. Ranpo segurou suas mãos de Poe, as impedindo de deixar seu rosto.

Eventualmente, eles se separaram. Ranpo continuava com a expressão de dúvida, mas Edgar não a via, seus olhos estavam presos ao chão.

— ...O que–...?! — Ranpo perguntou, se surpreendedo quando Edgar o beijou pela segunda vez, agora leve e brevemente.

— Ranpo, você é o melhor detetive do mundo, eu pensei que você entenderia com mais facilidade... — Suas mãos soltaram as do detetive e ele se poz a sair do quarto. Ranpo segurou seu braço antes que ele conseguisse. — Vai dizer algo? — Os olhos de Edgar brilharam com esperança, mas Ranpo apenas manteu seu olhar fixo no chão.

Um rubor tomou conta do rosto de Ranpo. Já fazia muito tempo que ele não se sentia daquele jeito, mas Poe virou seu mundo de cabeça pra baixo em questão de segundos.

Edogawa finalmente olhou para cima, encontrando os olhos esperançosos do escritor o esperando pacientemente. Ranpo afastou a franja desnecessariamente longa de Edgar para longe de seus olhos castanhos que o viam, não como um detetive de sucesso, mas como a maior e única paixão de sua vida.

Com um murmúrio inaudível, Ranpo deixou outro beijo nos lábios de Poe.

— Eu não sou tão idiota... — Ele lembrou, algo parecido com um lamento saindo de sua boca. — Você sempre foi um ótimo escritor, por que agora você está sem palavras?

Código Morse | RanPoeOnde histórias criam vida. Descubra agora