☆Capítulo VII - Caça ao Tesouro

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A pista os levava até o parque de Yokohama, perto da roda gigante.

Poe tentava não perder o fôlego ao correr atrás de Ranpo pelo Parque-de-Diversões.

O máximo que ele já tinha feito de esforço físico foi andar até a sua cafeteira e voltar para seu quarto, tudo que ia além disso já necessitava de um esforço maior da parte do poeta.

Leda e Karl também estavam juntos, correndo e voando atrás dos dois enquanto eles procuravam a roda gigante.

Ranpo parou quando chegou na roda gigante. Ao olhar em volta, ele não viu nenhuma barraquinha de tiro-ao-alvo.

— Onde está? — Poe perguntou, se apoiando nos propios joelhos e tentando respirar.

— Três metros a esquerda! — Ranpo exclamou, indo até a entrada da roda gigante e andando a esquerda com alguns passos largos.

— Três metros? — Edgar perguntou, o seguindo.

— Só me segue! — Ranpo pediu, impaciente. — Tem alguma coisa aqui em formato de flecha? — Ele perguntou. Poe olhou em volta.

O parque era bem movimentado, ele se esforçava para não esbarrar em ninguém. Haviam poucas barraquinhas, todas estavam igualmente lotadas. Ele percebeu a enorme quantidade de bueiros no chão, com tampas decoradas com estrelas.

Um deles tinha um cupido desenhado, com sua flecha apontando para o lado.

— Ali! — Edgar foi em direção ao esgoto. — Uma flecha!

— Então a gente vai pela direita? — Ranpo perguntou, avistando mais e mais bueiros com desenhos de anjo a sua direita.

— Não tem perigo de alguém ter movido os boeiros para direção contraria? — Edgar perguntou preocupado, parando de andar.

Ranpo se abaixou e usou toda sua força para mover a tampa do esgoto, mas a grande placa de metal não se moveu.

— Com certeza não! — Ele respondeu. — Temos que seguir as flechas!

Poe acentiu com a cabeça e eles seguiram adiante, procurando pelas tampas do parque. Várias pessoas, que estavam tentando apenas aproveitar a tarde do sábado, os encaravam em choque: Não é todo dia que se vê um poeta, um guaxinim, uma pomba e um detetive correndo pelo parque como crianças.

Eles chegaram ao último cupido, cuja a flecha apontava em direção ao mar. Poe encarou a cena confuso.

— Está lá em baixo? — Ele perguntou, Ranpo franziu as sobrancelhas.

— Está... — Ele confirmou, indo até o corrimão e pulando o muro do parque como uma criança.

Edgar suspirou e o seguiu, reproduzindo o movimento que o detetive havia executado com muita dificuldade.

Ele foi o último a chegar, já que Leda e poe foram mais ágeis que ele. Ele encontrou Ranpo desnorteado, como se procurasse por algo. Ele se aproximou calmamente.

— O que houve? — Ele perguntou.

— Não tem nada aqui! — Ranpo respondeu, apertando o livro em sua mão. — Eu não entendo! ERA PRA TER ALGO AQUI! — Ele jogou o livro no mar, como se estivesse fazendo birra. — MINHA INTUIÇÃO NUNCA FALHA! ERA PRA TER ALGO AQUI!

— Ranpo... — Poe chamou, colocando as mãos em seus ombros, tentando o acalmar. — Errar é humano! Você não fez nada de errad‐

— EU SOU UM MERDA! — Ele se xingou, fazendo Poe se chatear. — UM BOSTA! AGORA EU NÃO VOU CONSEGUIR MAIS MINHA PROMOÇÃO, MUITO MENOS MEUS APLAUSOS E–!

Código Morse | RanPoeOnde histórias criam vida. Descubra agora