O aeroporto estava cheio, todos andavam com uma pressa desnecessária ao redor do estabelecimento. O som de rodinhas podia ser ouvido por todo lado, juntamente com os chamados de voo e outras pessoas conversando.
Ranpo estava nervoso, pois sabia que Poe poderia chegar a qualquer momento. Ele tinha, até mesmo, pedido para que Fukuzawa o ajudasse a escolher algo para vestir e para que o mais velho o levasse ao aeroporto uma hora mais cedo.
Ranpo iria encontrar seu... namorado!
É... ele não estava acostumado com aquela palavra...
Mas agora iriam fazer oito meses que eles estavam juntos, e Ranpo não poderia estar mais feliz.
— Quer que eu espere aqui com você? — Fukuzawa perguntou, com seu tom fraterno.
— Não, não precisa! — Ranpo sorriu, pegando sua bolsa quando Fukuzawa a deu a ele. — Obrigado pela carona, pai-... — Ele se interrompeu, percebendo o que tinha feito. — Desculpa...
Já não era a primeira que isso acontecia, mas Fukuzawa fingia não perceber, mudando de assunto ou simplesmente ignorando. Porém, dessa vez, foi diferente.
— Ranpo, está tudo bem... — Ele disse, sorrindo de forma cansada devido a sua idade. — Não tem problema.
Ranpo, que até então mantia sua cabeça baixa, olhou para Fukuzawa, que sorria para ele. O mais novo abraçou o Presidente da Agência de Detetives. Fukuzawa retribuiu o abraço, batendo de leve nas costas de Ranpo.
— Se esse tal de Edgar for ruim pra você, saiba que eu vou–
— Ei! — Ele riu, interrompendo o Presidente. — Vai ficar tudo bem, Edgar é uma boa pessoa!
— Hm — Fukuzawa respondeu, rindo levemente. — Se cuida... — Ele disse, se afastando de Ranpo.
— Eu vou, sim! — O detetive sorriu. — Obrigado, de verdade!
Assim, eles se despediram.
Agora, o detetive estava ali, com um pacote de balas de canela e um coração que disparava descontroladamente.
Leda também estava com ele, ela descansava docilmente em sua boina enquanto o detetive andava de um lado para o outro pelo o aeroporto.
Poe chegaria dali a dez minutos, mas sua ansiedade já estava quase a flor da pele. Ele desistiu de andar e se sentou em um dos bancos do lugar.
Foi quando ele viu, no meio da multidão, um guaxinim e um homem alto, que parecia nervoso demais para situação. Seu cabelo estava preso em um laço branco, já que ele não tinha o cortado desde a última vez que eles se viram, logo, as mechas castanhas já passavam de seus ombros quando estavam soltas.
Seus olhos se encontraram e, céus, foi como se fosse a primeira vez.
Todas as cartas valeram a pena. Todos os meses valeram a pena. Todos os mistérios, brigas, beijos, discussões, abraços, idas a cafeteria... todo o tempo que eles ficaram separados valeram a pena. Amar valeu a pena. Isso estava mais que claro.
Poe soltou suas malas, as deixando cair no chão, e correu em direção a Ranpo, que já estava fazendo o mesmo. O detetive pulou em seus braços e Edgar caiu para trás, visto que ele não tinha tanta força quanto parecia ter.
— Eddie! Você veio! — Ranpo sorriu, segurando o rosto de Poe com suas mãos. — Demorou pra caralho!
— É bom te ver també–...!
Ranpo selou seus lábios com carinho, pouco ligando para todos que estavam em volta naquele estabelecimento. O tempo, que parecia ser pouco para os que andavam apressados, pareceu parar para o casal que se beijava no chão do aeroporto. Eles passaram despercebidos aos olhos desatentos da multidão.
— Posso te fazer uma pergunta? — Poe pediu, se levantando um pouco do chão.
— Desde que não seja "Quer casar comigo?"... — Ranpo riu, mas o rosto de Edgar já tinha se esquentado de vergonha. — Não acredito!
— B-bom, não é como se eu fosse pedir uma coisa dessas, mas–! — Ranpo o beijou de novo.
— Sim, quero! — Ele riu do rosto envergonhado de Poe, que desviava o olhar. Ranpo o forçou a mirar seus olhos. — Eu aceito, Edgar Allen Poe!
Os olhos do poeta se iluminaram.
— Eu passei um ano inteiro sem te ver, Ranpo... — Poe lembrou. — Não quero passar nem mais um minuto longe de você.
— Você não vai... — Ranpo riu. — Até porque Fukuzawa disse que, se você me abandonar, ele vai te cortar em pedacinhos!
— QUÊ?!?! — O poeta se assustou, fazendo Ranpo rir mais ainda.
Amor sempre foi o maior mistério na vida de Edogawa Ranpo, mas tudo parecia mais claro agora que Edgar estava ao seu lado.
》FIM《
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Código Morse | RanPoe
FanfictionO invencível detetive de Yokohama, recebe uma carta misteriosa através de uma pomba correio branca chamada Leda. Poe, o ex arquiteto da Gilda, está completamente apaixonado por seu rival, mas não consegue dizer isso a ele. Ranpo não sabe disso, ele...