☆Capítulo X - Reencontro

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O aeroporto estava cheio, todos andavam com uma pressa desnecessária ao redor do estabelecimento. O som de rodinhas podia ser ouvido por todo lado, juntamente com os chamados de voo e outras pessoas conversando.

Ranpo estava nervoso, pois sabia que Poe poderia chegar a qualquer momento. Ele tinha, até mesmo, pedido para que Fukuzawa o ajudasse a escolher algo para vestir e para que o mais velho o levasse ao aeroporto uma hora mais cedo.

Ranpo iria encontrar seu... namorado!

É... ele não estava acostumado com aquela palavra...

Mas agora iriam fazer oito meses que eles estavam juntos, e Ranpo não poderia estar mais feliz.

— Quer que eu espere aqui com você? — Fukuzawa perguntou, com seu tom fraterno.

— Não, não precisa! — Ranpo sorriu, pegando sua bolsa quando Fukuzawa a deu a ele. — Obrigado pela carona, pai-... — Ele se interrompeu, percebendo o que tinha feito. — Desculpa...

Já não era a primeira que isso acontecia, mas Fukuzawa fingia não perceber, mudando de assunto ou simplesmente ignorando. Porém, dessa vez, foi diferente.

— Ranpo, está tudo bem... — Ele disse, sorrindo de forma cansada devido a sua idade. — Não tem problema.

Ranpo, que até então mantia sua cabeça baixa, olhou para Fukuzawa, que sorria para ele. O mais novo abraçou o Presidente da Agência de Detetives. Fukuzawa retribuiu o abraço, batendo de leve nas costas de Ranpo.

— Se esse tal de Edgar for ruim pra você, saiba que eu vou–

— Ei! — Ele riu, interrompendo o Presidente. — Vai ficar tudo bem, Edgar é uma boa pessoa!

— Hm — Fukuzawa respondeu, rindo levemente. — Se cuida... — Ele disse, se afastando de Ranpo.

— Eu vou, sim! — O detetive sorriu. — Obrigado, de verdade!

Assim, eles se despediram.

Agora, o detetive estava ali, com um pacote de balas de canela e um coração que disparava descontroladamente.

Leda também estava com ele, ela descansava docilmente em sua boina enquanto o detetive andava de um lado para o outro pelo o aeroporto.

Poe chegaria dali a dez minutos, mas sua ansiedade já estava quase a flor da pele. Ele desistiu de andar e se sentou em um dos bancos do lugar.

Foi quando ele viu, no meio da multidão, um guaxinim e um homem alto, que parecia nervoso demais para situação. Seu cabelo estava preso em um laço branco, já que ele não tinha o cortado desde a última vez que eles se viram, logo, as mechas castanhas já passavam de seus ombros quando estavam soltas.

Seus olhos se encontraram e, céus, foi como se fosse a primeira vez.

Todas as cartas valeram a pena. Todos os meses valeram a pena. Todos os mistérios, brigas, beijos, discussões, abraços, idas a cafeteria... todo o tempo que eles ficaram separados valeram a pena. Amar valeu a pena. Isso estava mais que claro.

Poe soltou suas malas, as deixando cair no chão, e correu em direção a Ranpo, que já estava fazendo o mesmo. O detetive pulou em seus braços e Edgar caiu para trás, visto que ele não tinha tanta força quanto parecia ter.

— Eddie! Você veio! — Ranpo sorriu, segurando o rosto de Poe com suas mãos. — Demorou pra caralho!

— É bom te ver també–...!

Ranpo selou seus lábios com carinho, pouco ligando para todos que estavam em volta naquele estabelecimento. O tempo, que parecia ser pouco para os que andavam apressados, pareceu parar para o casal que se beijava no chão do aeroporto. Eles passaram despercebidos aos olhos desatentos da multidão.

— Posso te fazer uma pergunta? — Poe pediu, se levantando um pouco do chão.

— Desde que não seja "Quer casar comigo?"... — Ranpo riu, mas o rosto de Edgar já tinha se esquentado de vergonha. — Não acredito!

— B-bom, não é como se eu fosse pedir uma coisa dessas, mas–! — Ranpo o beijou de novo.

— Sim, quero! — Ele riu do rosto envergonhado de Poe, que desviava o olhar. Ranpo o forçou a mirar seus olhos. — Eu aceito, Edgar Allen Poe!

Os olhos do poeta se iluminaram.

— Eu passei um ano inteiro sem te ver, Ranpo... — Poe lembrou. — Não quero passar nem mais um minuto longe de você.

— Você não vai... — Ranpo riu. — Até porque Fukuzawa disse que, se você me abandonar, ele vai te cortar em pedacinhos!

— QUÊ?!?! — O poeta se assustou, fazendo Ranpo rir mais ainda.

Amor sempre foi o maior mistério na vida de Edogawa Ranpo, mas tudo parecia mais claro agora que Edgar estava ao seu lado.

》FIM《

Código Morse | RanPoeOnde histórias criam vida. Descubra agora