Poe ouviu duas batidas na porta. Sigma tinha chegado duas horas depois que recebeu a ligação do detetive.
— Entre — Poe pediu. A figura de cabelos bicolores entrou na sala com um sorriso carismático.
— Bom dia, Poe, Ranpo... — Ele cumprimentou. — Confesso que me assustei com o chamado urgente... posso perguntar o que aconteceu?
Ranpo olhou para Poe, como se perguntasse qual dos dois iria contar a verdade ao gerente. Ranpo prosseguiu.
— Sigma, posso saber onde você estava no dia treze do mês passado? — Ranpo perguntou.
— Bom, eu estava no meu Cassino, como sempre, por que a pergunta? — Sigma respondeu, franzindo as sobrancelhas. Ranpo fez uma breve troca de olhares com Poe.
— Estava acompanhado? — Edgar perguntou, se apoiando na mesa.
— Infelizmente não... Senhor Wilde não veio me visitar no dia treze... — Sigma contou, olhando para os lados, como se pensasse.
— Senhor Sigma, você reconhece essa letra? — Ranpo perguntou, entregando um manuscrito de Edgar ao gerente.
Sigma hesitou antes de pegar o papel em suas mãos, sabendo que o que viria não era coisa boa.
— O que é isso? — Ele disse, sem encostar na folha.
— Uma carta de Fyodor Dostoyevsky... — Poe mentiu, assitindo os olhos de Sigma se arregalarem.
— M-mas, ele não estava morto? — o dono do Cassino se desesperou enquanto apertava o tecido de sua roupa ansiosamente.
— Ele está! — Ranpo continuou com a mentira. — Ele mandou isso a nós enquanto ainda estava vivo, Leda só nos entregou agora! — Ranpo contou.
Sigma encarou a folha de papel em silêncio. Ele pegou o manuscrito sem pressa, tentando ler o que estava escrito em letras pequenas.
Um feixe de luz branca atravessou a sala, Sigma pôde confirmar sua suspeita. Ele estava dentro de um dos manuscritos de Poe.
— Eu vi essa vindo... — Ele contou, rindo levemente, com um sorriso quase ameaçador, que era mais comum visto no rosto do próprio Dostoyevsky. Ele se reencostou na cadeira com as pernas espalhadas. — Qual é seu plano, senhor Detetive?
Ranpo sorriu de volta, batendo na mesa com uma caneta que ele segurava na mão enquanto fingia fazer anotações.
— Esse é um conto escrito por Poe... — Ranpo explicou, sorrindo enquanto contava seu plano. — Só podemos sair com a autorização dele. Esse não é um romance comum, é como se fosse um universo alternativo, onde toda e qualquer mentira que você fale abre um furo em sua mão direita, quer tentar?
— Obviamente não... — Sigma sorriu. — Por que você mesmo não comprova para nós, senhor Detetive?
— Porque eu não sou tão burro! — Ele riu. — Mas, por que não começamos logo? Edgar tem algumas perguntas a fazer.
Poe sorriu para Ranpo, mas prosseguiu com seu olhar morto ao voltar sua atenção ao Gerente. Ele recomeçou o interrogatório.
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Código Morse | RanPoe
FanfictionO invencível detetive de Yokohama, recebe uma carta misteriosa através de uma pomba correio branca chamada Leda. Poe, o ex arquiteto da Gilda, está completamente apaixonado por seu rival, mas não consegue dizer isso a ele. Ranpo não sabe disso, ele...