9- vou me arrepender amanhã

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P.O.V Tom
Acordei com meu corpo dolorido e meu estômago vazio. Senti um corpo por baixo de mim e olhei: Bill.
Ele continuou ali, só que agora dormindo. Parece estar em um sono profundo.
Eu não queria sair de cima dele mas meu corpo pedia suplicante por comida. Eu saí cuidadosamente de cima dele e, em seguida, do quarto.
Fechei a porta dando uma última olhada nele.
Sua boca estava entreaberta, por pouco não volto lá e o beijo. Sigo pelo corredor e olho no relógio da parede: 15:00 horas.
Desço as escadas e encontro Georg na sala, ele assistia algum desenho. Eu não posso odiar ele, ele não tem culpa de nada.
Suspiro e vou até ele.
-Oi, Georg.-cumprimento
-Oi, Tom. Viu o Bill?-ele pergunta.
-Ah, Sim! Ele estava comigo no quarto e acabou dormindo.
-Voce estava chorando?-ele pergunta me analisando.
-Nao.
-Seu rosto está inchado.-ele fala.
-Ah! Não...não é nada.-falo e ele dá de ombros.
Me sento ao seu lado.
-Georg?!
-Sim?!-ele me olha.
-Cuida bem dele. Nao faz ele sofrer.
-Nao vou fazer isso com ele.-ele responde.
-O que você tem, Tom?
-Eu devo estar apaixonado por alguém.-falo rindo para disfarçar
-Isso é bom!-ele fala sorrindo.
-Nao tanto assim..-falo e suspiro
-Voce sabe que pode se abrir comigo, não sabe?
-Eu sei, Georg. Qualquer hora a gente conversa sobre isso. Agora estou com fome.-falo e ele ri
-Essa fala é minha.-ele comenta me fazendo rir de leve.
Levanto do sofá e sigo para a cozinha.
***×***
Já eram umas 11 da noite quando alguém bateu na porta do meu quarto. Levantei da cama e fui abrir a porta. Era Bill.
-Tom, quer sair?!
-Para onde?-pergunto voltando para a minha cama e me jogando nela.
-Qualquer lugar.-ele responde.
-Georg vai?-pergunto
-Sim!-ele responde.
Talvez seja bom eu ir com eles ou talvez eu fique pior, eu nunca faço escolhas certas mesmo.
-Desço em 5 minutos.-falo e ele fecha a porta do meu quarto, saindo.
Me levanto e vou me arrumar.
Após me arrumar, saio do meu quarto e desço para a sala. Bill não gosta muito de sair, não sei porque isso agora então é melhor estar por perto. Encontro os dois em pé me esperando.
Bill estava tão lindinho que dá vontade de pegar ele no colo e sumir do mapa com ele.
Afasto os pensamentos e chego perto deles.
-Vamos para onde?-pergunto curioso.
-Nao sei. Onde quer ir?-Bill pergunta e eu arqueio a sobrancelha.
-Voce me chama e não sabe para onde vai?-pergunto
-É que hoje é especial...-ele fala e eu fico completamente confuso.
-Por que?-pergunto.
-Voce não sabe mesmo?-Georg pergunta ele parecia surpreso.
-Deveria?!-falo confuso.
-Esquece. Vamos!-Bill chama.
Seguimos para fora de casa e fomos para o carro do meu irmão.
Georg vai na frente com ele e eu vou atrás.
Não sei mas Bill parece estar aprontando algo.
-Bill, vai me contar o que está acontecendo ou não?-pergunto cruzando os braços.
-Nao!-ele responde petulante.
Saímos do castelo e seguimos pelas ruas escuras para Deus sabe onde.
-Georg, sabe de alguma coisa?-pergunto sem conseguir tirar meus olhos de Bill.
-Nao sei de nada..-ele responde risonho também.
Meus olhos se concentram em Bill e eu simplesmente não consigo de forma alguma desviar. É como se o mundo não existisse mais.
Eu queria ser o mestre do tempo apenas para fazê-lo parar para poder olhar para ele pela eternidade sem culpa, sem remorsos.
Bill percebeu meu olhar sobre si mas não disse nada, apenas olhou intrigado pelo retrovisor.
-Chegamos.-ele fala parando o carro.
Olho para fora e vi que era um restaurante.
11 horas da noite em um restaurante?! Os funcionários vão querer nos matar.
-Bill, voce está bem?-pergunto
-Muito bem, meu amor.-ele reaponde.
"Meu amor" SEU VAGABUNDO! Por que faz isso comigo?!
Descemos do carro e entramos no estabelecimento. Nos sentamos em uma mesa perto do bar do restaurante.
Vou ter que encher a cara mesmo?!
-Boa noite!-uma mulher fala.
-Boa noite!-Bill responde animado.
Ele chama ela para mais perto com a mão e fala algo no ouvido dela que sai logo em seguida.
-Bill, o que você...
-Calma, Tommy.-ele fala.
Reviro os olhos e observo seus semblantes. Ele mantém um sorriso de lado e seus olhos são distantes.
Com certeza tá aprontando.
A moça volta com um bolo na mão. Arqueio a sobrancelha.
-Mas que...-Tento falar mas recebo um olhar de "Não xinga" de Bill.
-Obrigado.-ele agradece a moça e ela sai.
-É aniversário de alguém?-pergunto confuso. -Cabeção, é teu aniversário.-Bill fala.
Continuei confuso e olhei meu celular: 16/12. Como que eu pude esquecer meu próprio aniversário?! Olho para o meu irmão que tinha um sorriso aberto em sua boca.
-Eu te chamei o dia todo para sair. Você não quis.-ele fala
-Eu nem lembrava.-falo dando finalmente um sorriso.
-Hora de ir.-Georg fala e se levanta.
-Mas por que?-pergunto.
-Preciso ir para casa.-ele fala e vem até mim.-Parabéns..-ele me abraça.-Tchau, querido.-ele fala e simplesmente sai.
-Ué! Por que ele não te beijou?-pergunto confuso.
HOJE É O DIA DA CONFUSÃO, GALERA!!!!
-Respeito à você...-ele fala dando de ombros.-ele sabe que você é hetero.
Ele fala e eu simplesmente engasgo com o ar e começo a tossir sem parar.
Ele me olha confuso e preocupado, eu diria.
-Vou ao banheiro.-falo e me levanto rapidamente, sentindo o ar faltando em meus pulmões.
Vou em direção ao banheiro no fundo do restaurante e entro. Respiro fundo e me encaro no espelho. Se ele tivesse noção do quanto isso me sufoca, ele me beijaria agora...ele me amaria agora.
Meu reflexo no espelho retratava um cara alegre e feliz. Mas eu sei que não sou assim por dentro e isso é uma droga!
-Tommy, tá tudo bem?!-Bill pergunta entrando no banheiro.
-Si...sim!-falo e olho para ele.
Aquele olhar preocupado dele me dava muita vontade de guardar ele na minha cama (se é que me entendem).
-Quer ir para outro lugar?-ele pergunta.
-Na verdade sim...-falo e suspiro.
-Balada?!-ele pergunta sarcástico.
-Exatamente!-falo sorrindo e ele arregala os olhos.
-Nao, Tom!
-Só hoje...é meu aniversário..-suplico e ele revira os olhos.
-Tá! Vamos antes que eu me arrependa.-ele fala e saímos do banheiro.
O olhar de todos em cima de nós me fazia querer enterrar a cara em qualquer buraco. Saímos do lugar e fomos até o estacionamento.
-Deixa eu dirigir?-peço.
-Tá! Mas só porque é seu aniversário.-ele fala me joga as chaves.
Entramos no carro e eu dei partida. Saímos dali pegando o caminho contrário ao castelo.
-Tom, como que você esqueceu seu próprio aniversário?-ele pergunta curioso.
"Porque eu me concentrei em pensar em você até esquecer que eu existo"
-Nao sei, Billy.-falo sorrindo nervoso.-Voce quer ir pra outro lugar?
-Nao! Tudo bem...eu sei que você gosta de ir pra balada.-ele fala rindo
"EU VOU PRA LÁ TENTAR TE ESQUECER PORRA! Como que eu vou te esquecer se você está bem aqui?!"
-Então tudo bem.-falo simplesmente
Ele batucava os dedos nas coxas enquanto cantarolava. Ele estava feliz isso era evidente. Suspiro e estaciono o carro no estacionamento do lado de uma boate.
A propósito, temos seguranças na nossa cola. Os lugares que frequentamos são escolhidos por eles a dedo. Não é qualquer lugar que podemos ir e um ponto principal que é: lugares sem câmeras e proibido celulares. Geralmente quando eu entro nas baladas, peço para os seguranças ficarem do lado de fora, então já não preciso mais pedir.
Descemos do carro e Bill parecia nervoso.
Era a primeira vez dele em uma balada, acredito eu.
-Relaxa, Bill.-falo pegando nos seus ombros e os soltando em seguida por conta da corrente de eletricidade que percorreu meu corpo e recebo um olhar de interrogação dele.
Seguimos para a entrada e passamos direto. Entramos e ele parecia se incomodar pela música alta que tocava.
-Podemos ir para outro lugar!-falo alto e ele nega com a cabeça.
Dou de ombros e sigo com ele para a área vip.
Subimos e nos sentamos em um sofá no canto.
-Alguma bebida?-um garçom pergunta
-Cavalo branco!-falo alto ele assente e sai.
Olho para Bill e ele parecia estar gostando. Ele balançava a cabeça no ritmo da música eletrônica que tocava.
-Tom, você vai pegar alguém?-ele pergunta.
-Nao!-respondo prontamente
A bebida chega e eu encho dois copos, entregando um para ele. Ele parece querer negar mas pega o copo e vira ele garganta a baixo. Arregalo os olhos mas não digo nada, ele dá de ombros e torna a encher o copo. Viro o meu também e encho novamente.
-Vamos descer?!-ele pede alto.
Arqueio a sobrancelha.
-Tem certeza?-pergunto e ele assente. -Entao vira mais uns quatro!-falo alto.
Ele vira o que ele tinha na mão e os próximos quatro rapidamente. Viro o meu e dou minha mão para ele pegar e levantar. Ele levanta um pouco alegre e eu sorrio.
Descemos para a pista e nos misturamos no meio da galera.
Bill sorria para nada. Ele começou a dançar, não tive escolha a não ser seguir ele. A gente dançava alegremente um perto do outro. Assim, sem malícia ou algo a mais, apenas para diversão. O mundo pareceu parar para nós.
Parecíamos as únicas pessoas ali. Seu olhar e sorriso me prendiam, disso eu não tinha como fugir.
Ele estava bêbado mas ainda era ele. Ele se aproximou mais de mim, e parecia preso nos meus olhos porque ele nem piscava.
NAO FAZ ISSO BILL!!!
Meu corpo estremeceu com o contato das mãos dele nas minhas.
Ele não parecia malicioso MAS EU ESTAVA E MUITO.
Seu corpo sem querer tocou no meu e eu não consegui me segurar.
Que se dane!
Eu puxei seu rosto e toquei seus lábios com toda a vontade que eu guardei por anos, incontáveis anos. Ele se afastou de repente de mim e me olhou curioso. Eu estava pronto para correr dali quando ele colou novamente nossos lábios em um beijo carinhoso com um sabor de álcool.
Ele não vai lembrar disso amanhã tenho certeza. Então puxei seu corpo para mais perto de mim e intensifiquei o beijo.
Agora não tem mais volta, essa é a minha droga. O vício é instantâneo.
Seus lábios são o doce mais gostoso e perigoso do mundo.
Nos separamos por falta de ar, colei minha testa na dele e o olhei nos olhos.
-Eu te amo com todas as minhas forças.-falo num fio de voz para o carinha que me olhava intrigado e totalmente bêbado.
Eu vou me sentir muito mal amanhã...

Across the crown - Kaulitzcest VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora