Capítulo 2

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Paralisada em frente a porta, Crystal ponderava o que deveria fazer diante desta situação, abrir aquela porta e expô-los? Mas que diferença isso faria? No acordo nunca fora mencionado a lealdade de Gaston e seu único dever como marido era engravidá-la. Sem perder tempo ela correu de volta para o quarto, seu coração batia forte, nunca imaginou que algo como isso aconteceria com ela, estava tremendo e enojada, ela se perguntava se realmente teria que se deitar com um homem daquele tipo. Porém essa era uma das condições do acordo, o que a ruiva poderia fazer?

Com certeza Gaston não voltaria para seu quarto naquela noite, Crystal não seria obrigada a fazer nada ainda. Havia muito no que se pensar, a moça sentou-se à beira da cama relembrando os sons de prazer que seu marido e a empregada faziam, repugnante, ela tentou pensar em uma saída para tudo aquilo, mas nenhuma vinha a sua mente. Fugir para longe? Com a influência dos Greco, ela seria capturada antes mesmo que chegar a fronteira do império, fora que sua família estaria em grandes problemas. Não poderia pedir aos seus pais para interceder por ela, para que as condições do acordo fossem refeitas e se casar com o irmão de seu marido, pois Gaston era o único filho do Marquês que estava solteiro, seu irmão mais velho já havia se casado e pior ainda era estéril.

Frustrada a ruiva se deitou abraçando os joelhos, em posição fetal, seu destino estava decidido a ser tão miserável? O que ela tinha feito para merecer isso? Com essas perguntas em sua cabeça Crystal logo pegou no sono, um doce sonho a fez esquecer por alguns minutos seus problemas. Ela estava em um campo cheio de lírios, de todos os tipos, a garota corria e girava entre eles, com uma bela sensação de liberdade, o seu claro com poucas nuvens, o sol que lentamente se deitava ao horizonte, lindo, porém, de repente, o que deveria ser um sonho bonito transformou-se em pesadelo.

O cenário mudou repentinamente para um altar, em frente a moça estava outra vez Gaston, sua face estava torcida em um sorriso diabólico, por toda igreja ouvia-se risadas as histéricas dos convidados, o padre frente ao casal nada mais era do que um cadáver em decomposição, assustada a jovem tenta fugir, mas é impedida por Gaston que a segurava pelo braço, sua expressão bizarra não mudou.

Com um sobressalto a moça acorda, seus batimentos estavam em descompasse, seu corpo suava frio e suas mãos tremiam. Ainda era madrugada, Crystal olhou em volta do quarto, não havia ninguém ali, seu marido não realmente não voltou para os aposentos. A jovem decidiu caminhar no jardim para espairecer, no caminho para o térreo da mansão, ouve-se vozes no corredor, estavam vindo em direção à ela, em pânico Crystal tentou abrir as portas ao seu alcance, em vão, tudo o que pôde fazer fora se esconder atrás de uma grande cortina de uma das janelas, a escuridão do corredor também iria disfarça-la.

As duas vozes masculinas pertenciam ao mordomo da mansão e ao Marquês Ian que usava uma manta escura, os dois senhores de meia idade seguiram pelo corredor, o mordomo iluminando o caminho com uma fraca luz que sua lamparina emitia. A moça suspirou aliviada quando os homens passaram por ela sem a perceberem. Mas aonde eles iam a essas horas? Mais que isso, o Marquês não estava acamado? O que ele estava fazendo? Ele se apoiava no braço do mordomo e parecia que não se aguentava em pé, o que ele estaria fazendo fora de sua cama?

Inconscientemente a jovem senhorita os seguiu tomando certa distância para não ser descoberta. Os homens entraram em uma porta que ficava a esquerda, no meio do corredor, o pouco que a ruiva pôde ver foi uma estante de livros antes que a porta se fechasse. Sua curiosidade foi despertada, o que estava acontecendo, não poderia estar trabalhando nessas condições poderia? Porém não seria nesta noite que a jovem descobriria, pensativa Crystal voltou para o quarto, com certeza não iria arriscar de ser vista perambulando de novo em sua noite de núpcias.

De volta aos seus aposentos, a ruiva sentiu que alguém estava lá, sentia uma presença naquela escuridão do quarto, o olhar de algo sobre ela, as velas dos lustres estavam apagadas, seus pelos se arrepiaram e automaticamente a moça tocou a maçaneta da porta atrás de si encarando a escuridão do quarto.

Lady Hill: O Contrato Com O Demônio. - HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora