O que você irá ler agora, não se trata de um conto de fadas onde príncipes e princesas se casam a fim de terem um final feliz. Não é uma histórinha para bebês dormirem. Haha!
É um engano achar que, no mundo onde eu vivo, as coisas funcionam de forma tão simples assim. Pois bem, permita-me apresentar.
Eu me chamo Castel, vivo em uma parte mais isolada do reino de Azavrah. Sou o que muitos intitulam de "vilão", entretanto, eu não me nomearia de uma forma tão cruel assim, não, não...Digamos apenas que, em certos momentos da vida, devemos acabamos tomando medidas drásticas, medidas que poderão mudar a perspectiva de meros plebeus sobre sua pessoa. Estou certo? Eu sempre estou certo, afinal!
Neste exato momento, o motivo pelo qual estou um tanto irritado, é bem simples: A Guarda Real. Cavaleiros e mais cavaleiros cujo o único objetivo de vida é permitir que a princesa esteja sã e salva, um típico clichê da realeza. Eles ignoram aqueles que possuem uma classe mais baixa, agem como se fossem os donos do mundo mas não passam de insetinhos ignorantes com o nariz em pé.
No reino de Azavrah, boa parte da população acredita que, de fato, todos os seus problemas acabarão, desde que idolatrem os poderosos. Bobagem! Nem tudo é tão simples e fácil quanto parece. A realeza está ocupada demais decidindo quantos tipos de queijos caros eles servirão em seus próximos bailes reais, para importar-se com aqueles de classe baixa.
Quanto a mim? Bem, eu sou um mago, afinal. Não sou uma figura tão insignificante quanto a grande maioria. No passado, eu costumava ser visto como o "escudo da realeza" - eu sinto arrepios apenas em falar sobre este título novamente - No entanto, hoje eu faço parte dos ignorados pela realeza. Não se ouve mais falar sobre o passado, mas todos sabem que ele ainda está lá, em algum lugar. Mesmo entre a classe baixa, os "Cachorros Reais" e, principalmente, entre a realeza. No fundo, todos sabem o motivo pelo qual fui intitulado "Anjo negro".
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Pode parecer que eu levo uma vida difícil e complicada simplesmente por ter pessoas e mais pessoas por aí, detestando minha presença, detestando o fato de vivermos em um só reino e desejando minha morte. Não estou dizendo que todo e qualquer canto de Azavrah pense desta maneira, reconheço que uma pequena parte do povoado lamenta por mim, mas não é como se isso me fizesse sentir melhor ou pior. O porquê? Bem, eu realmente não me importo com o que pensam ou dizem por aí, afinal, as pessoas apenas acreditam naquilo que desejam acreditar. Além do mais, quem daria ouvidos a um traidor?
Por um momento, minha atenção se volta ao pôr do sol, o pôr do sol de Azavrah parece ser algo de outro mundo, embora eu não me lembre ao certo o exato momento em que passei a admirá-lo com tanta veemência. Os raios de sol aos poucos se apagam entre as montanhas, até desaparecerem completamente da minha vista.
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Claramente, o pôr do sol visto de Azavrah é uma das poucas coisas que realmente me agrada neste lugar. Entretanto, deste dia em diante, eu já não irei mais admirá-lo, pelo menos não em Azavrah.
O motivo? Bem, um mago não é um mago sem magia, é claro! Meu maior objetivo é me tornar um mago tão poderoso quanto meu mestre, para isso, eu terei de deixar Azavrah. Magias poderosas não virão até mim da noite para o dia, portanto, eu terei de ir atrás delas. Estou ciente dos riscos que me aguardam pelo caminho, entretanto, isso não me abala nem um pouco, pelo contrário, eu jamais hesitarei em vencer todos os desafios que poderão vir durante a minha jornada.
- Ouviram isso?! Eu estou preparado para acabar com todos vocês! - Disse em alto e bom som, talvez para o universo, ou para qualquer outro tipo de vida que estivesse alí presente naquele momento, embora fosse provável que até mesmo o menor tipo de vida possível, apenas viesse a pensar na possibilidade de eu estar louco. - Certo, Castel. Temos um longo caminho pela frente! - Digo a mim mesmo, retirando algumas peças importantes do meu kit de sobrevivência que estavam espalhados por dentro de velhas gavetas do armário: um kit de primeiros socorros, uma adaga, uma lamparina e um mapa, onde já estava rabiscado com caneta vermelha a localização de cada um dos reinos. Analisei o mapa com atenção, em seguida, o guardei em minha maleta, junto dos outros itens.
- Izotzah então, hein? Bem...Isso vai ser interessante. - Coloquei o capuz de minha túnica sobre a cabeça antes de olhar em volta uma última vez, observando a estrutura interior daquela velha cabana, onde por tanto tempo eu vivi e para onde eu, particularmente, não desejo retornar tão cedo. Por fim, me despeço daquele lugar ao sair pela porta da frente sem olhar para trás, trilhando meu caminho, o qual era ironicamente banhado pela luz do luar. Rumo ao meu primeiro destino, Izotzah: O Reino Da Lua.
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Não, eu não sou um vilão.
FantasíaComo você reagiria se, de repente, sua vida começasse a ir contra você? Uma hora, você leva a vida como um cão da realeza, e de repente, todos estão contra você. Você virou o "vilão" da sua própria história, mas...Será mesmo que isso é tudo? Quem sa...