Pai & Filho: Castigados

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Eu era parecido com meu pai não só fisicamente. E isso foi, por muito tempo, um grande problema! Quando criança, eu não suportava o jeito como ele levava a vida; na adolescência, eu comecei a admirar; e quando adulto, eu passei a temer e me preocupar. Eu era "esculpido e encarnado" aquele que me ajudou a vir ao mundo!

Mas vamos começar do começo [Risos]!



Meu pai era um homem exatamente daqueles que, lá no íntimo, todas as mulheres desejam ter pelo menos por uma noite: estilo cafajeste, charmoso e, principalmente, bom de trepada! Ele não fazia nenhum esforço para se produzir e chamar atenção: uma calça jeans surrada, uma camiseta de malha branca e um par de tênis. Pronto! O homem chegava, abria aquele sorriso e ofuscava o time masculino... Qualquer um que estivesse de smoque passava desapercebido! E o pior é que ele sabia disso! E com o tempo, começou a gostar de ser assim e, claro, a se aproveitar disso.

Acontece que a coisa foi ficando sem controle! Ele não agüentava mais de um mês com mulher nenhuma. Conhecia, comia e enjoava. Descartava sem pestanejar! Algumas engravidaram... eu sou prova viva de um desses casos – mas no meu caso, ele quis criar porque minha mãe não sobreviveu a uma complicação no parto. E com meus avós maternos ele não se dava bem... Dá pra imaginar a razão!

Cresci vendo o entra e sai de mulheres em seu quarto. Elas, geralmente, passavam uma ou duas semanas vindo quase todas as noites... e até brincavam comigo. Algumas que lembro: Marta, Sofia, Patrícia, Aninha, Julieta, Nívea, Úrsula, Beth, Soraia... e um nome que nunca esqueci: Jesiscaldilange – o nome era esquisito, mas ela era um amor de pessoa! Enfermeira.

Eu devia ter uns seis anos quando cheguei pra ele e perguntei:

_ Pai, quando o senhor vai escolher uma dessas pra ser minha mãe?

Ele riu e nada respondeu.

Homens também freqüentavam nossa casa: seus amigos. Os assuntos eram sempre a boceta de Fulana, o cu de Beltrana, a chupada de Cicrana... Ou então, trocar informações sobre a próxima vítima!

Eu era uma criança, mas achava aquilo um porre! No entanto, quando fui crescendo, passei a me comportar como ele que... obviamente... se enchia de orgulho! Até arranjava umas ninfetinhas pra eu "brincar". Chegamos ao ponto de sairmos com mãe e filha, mas ficamos em quartos separados!

Meu pai a cada dia ficava mais garboso, mais corpulento, mais másculo... e mais safado. E eu ia no mesmo caminho...

Um certo dia, porém, aquele meu modo de ser começou a me incomodar! Eu via meus colegas com namoradas fixas cujos relacionamentos duravam meses, anos... e eu só agüentava uma noite e depois que gozava... abusava! Numa noite, chamei meu pai pra conversar:

_ Pai, eu queria gostar de alguém... como meus colegas, sabe? Pô! Pego uma mina, levo pra cama e depois que gozo não agüento nem ficar abraçado!

_ Mas filho... [Risos] Pra quê melhor? Um dia você encontra aquela que vai te amarrar! Com quem você nunca vai querer se desgrudar... Calma!

_ Sei não! O senhor nunca encontrou!!

_ Estou procurando... Enquanto não acho, vou trepando! [Risos]

_ Tô falando sério, pai! A gente tá brincando com os sentimentos dessas pessoas!

_ Ah, filho... Não fica colocando "caraminholas" na sua cabeça! Come, goza e parte pra outra!

Um dia, acabei indo conversar com a psicóloga da minha escola. Fui bem direto e ela até achou que fosse "invenção" de adolescente problemático querendo fazer gracinha...

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