Engraçado. Todo meio de comunicação, no momento atual, está dando ênfase ao chamado"bullying". A intenção - muito nobre e necessária, por sinal - é tentar conscientizar tanto os praticantes quanto as vítimas dos danos que essa prática provoca na vida de tantas pessoas que nada fazem, a não ser viver do seu jeito - que, sem agressão alguma, já não é muito fácil, imagine sendo perseguidas, humilhadas e agredidas verbal e/ou fisicamente. Para algumas vítimas, esses episódios acontecem e ficam lá. Mas para a maioria, o peso e o sentimento de inferioridade, a auto punição, a auto desvalorização os acompanham pelo resto da vida.
Eu, por sorte ou por ter uma personalidade forte, não sei, fui por anos a fio vitima de "bullying", mas isso ficou lá. Algumas coisas que aconteceram eu até esqueci de tal modo que não consigo lembrar nem da aparência de quem praticava, outros episódios eu recuperei em virtude do destaque que o assunto tem tomado na mídia.
A época mais "pesada" para mim foi entre a sexta e a oitava série. Nessa época, ir à escola era uma tortura - apesar de ser um bom aluno. Fazia tudo para chegar atrasado, pois era nos momentos "livres" (entrada, recreio ou intervalo, e saída), longe dos olhos dos coordenadores, que a turminha agia. O cabeça do grupo era um aluno da minha sala - horroroso e imundo! Isso sem falar na burrice. E era neste último quesito que eu me apoiava para tentar amenizar os golpes: eu dava "cola" para ele, na tentativa de despertar alguma consideração da parte dele, como forma de agradecimento e, quem sabe, acabar com aquele tormento. Era em vão! O certo é que essa "pústula" me acompanhou até o final do primeiro grau (hoje, Ensino Fundamental), quando, finalmente, mudei de escola e durante muitos anos - pelo menos uns quinze - não tive sequer notícias dele, ou melhor, deles.
Dia desses, eu fui com um "carinha" a uma pizzaria. Não era um relacionamento novo. Era aquele tipo de pessoa com quem se sai entre um namoro sério e outro. Na verdade, meu interesse maior era assistir a um show de humor e ele era apenas uma companhia. Todas as quintas se apresenta um humorista diferente e naquela quinta o show era com um que eu adorava, mas ele faleceu: o Espanta.
Pois bem, eu cheguei e tive , de cara, uma chateação: vaga para estacionar. Ah! Já me estressei na entrada! Mas, quando eu já ia desistir, um cara todo de preto faz sinal e aponta uma vaga. Quando o farol bateu bem na direção do cara, eu fiquei assim, com aquela impressão de que eu conhecia de algum lugar. E fui pôr o carro na vaga. Mas não tirava os olhos do cara tentando lembrar de onde eu o conhecia.
Outro cara, também de preto se aproxima dele e eles ficam conversando. Estacionei e tal e desci. Fui passando por ele e agradeci, mas antes escutei o outro chamá-lo de Tiago. Ora, quando eu disse "obrigado" que ele olhou para mim. Batata! Era o cãozinho mesmo! Ele me reconheceu de cara. E quando viu o modo como eu estava próximo do meu "amiguinho", deu um sorriso de canto de boca, bem irônico, como se dissesse "Eu sabia que esse bicho ia ser veado!". Mas eu, todo trabalhado na educação, segui meu caminho. Antes do show começar, ele andava entre as mesas, pra lá, pra cá... Ele trabalhava como segurança da pizzaria.
Certa hora ele avistou minha mesa, e não tirava os olhos de lá. Ele é tão escroto que trocou de lugar com outro colega, para ficar numa coluna que dava bem de frente para mim, mas o rapaz que estava comigo, como estava sentado de frente para mim, ficava de costas para ele. Essa troca, eu percebi, porque os seguranças estavam posicionados um em cada coluna que rodeava o salão. Inicialmente, o Tiago estava em uma que ficava mais afastada e a posição permitia que tanto eu como o meu acompanhante pudéssemos ver, porém tínhamos que virar o rosto para o lado. Aí, quando menos esperei, ele estava nessa coluna, bem na minha frente.
Agora, "dá a César o que é de César", o cara está um gato! Tanto de rosto quanto de corpo! E aqueles dentes enormes e tortos sumiram! Os dentes perfeitos... o sorriso de matar! Ele era magrelo,vivia cabeludo, tinha um aspecto sujo... Tudo diferente! O corpo cheinho, os braços fortes, o cabelo bem baixinho... lindo mesmo.
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Contos Eróticos Gay
Short StoryDeixando a imaginação levar apesar de alguns ser verídico. votem e comenta. Ajuda na inspiração