O condomínio onde moro há quase cinco anos é composto por cinco blocos, cada um com trinta e dois apartamentos distribuídos em oito andares. Apesar desse tempo de residência não conheço mais do que cinco ou seis moradores. Saio cedo, chego tarde, os finais de semana passo fora (quase sempre) e as reuniões de condomínio acontecem sempre em horários que impossibilitam minha participação. Assim, o fato de não conhecer os moradores dali é perfeitamente justificável.
Os funcionários eu conheço todos e é com eles que converso quando tenho um tempinho disponível entre uma atividade e outra, ou quando retorno para casa no final de uma jornada de trabalho – que se prolonga quando chego em tarefas como : correções de trabalhos e/ou provas, planejamentos de aulas, pesquisas etc.
E foi numa dessas conversas que um dos porteiros falou-me sobre a grande quantidade de adolescentes e rapazes (alguns já adultos) que havia por lá e alguns problemas que eles vinham causando e que acabava sobrando para os funcionários. Aproveitei e comentei sobre uma rampa para manobras de skate que foi montada bem embaixo da minha janela e que, quase todas as noites se juntavam uns dez rapazes e além do barulho do próprio skate que se chocava com a tal rampa de madeira, ainda havia as gargalhadas, os xingamentos, as cantorias por parte deles, e esse fuzuê ia até depois de meia-noite – o que estava me atrapalhando muito.
O funcionário disse que esse grupo era o pior de todos, especialmente um tal Mateus, o cabeça. que "deveria se comportar como um homem, pois já tinha vinte anos, mas que era o mais moleque, metido a valente" e que já tinha até "se atracado" com um morador do andar superior ao dele que foi reclamar com seus pais sobre o cheiro de maconha que estava insuportável e que vinha da janela do quarto do dito cujo.
O porteiro fez a descrição do rapaz e, na mesma noite, dei uma olhadinha pela janela e identifiquei o sujeito entre os demais e percebi que a descrição que o porteiro fez sobre o comportamento de Mateus, de fato, procedia: o rapaz era lindo fisicamente, no entanto, as molecagens, o vocabulário, as risadas escandalosas, o tratamento nitidamente agressivo... escondia o que ele tinha de belo.
No dia seguinte, notei que o barulho estava ainda pior. Eles não falavam... Gritavam! Tudo parecia estar mais exagerado que nos dias anteriores. E o pior: neste exato dia eu precisava elaborar umas provas e foi impossível. Mas, como evito ao máximo me meter em confusões, preferi dormir e acordar mais cedo para fazer o serviço. Assim fiz. E acabou dando tudo certo... o dia correu tranquilo. Consegui até concluir as atividades mais cedo!
Ao retornar, parei o carro no portão do condomínio e comentei com o porteiro a chateação da noite anterior e deixei claro que se aquilo voltasse a acontecer eu ia oficializar a reclamação e exigir a retirada daquela rampa do interior do condomínio, uma vez que nem mesmo era permitido haver qualquer coisa que o descaracterizasse, ainda por cima que estivesse tirando a paz e o sossego dos condôminos. Foi aí que o funcionário me disse que o exagero que notei foi proposital da parte deles devido a reclamação que o porteiro tinha feito em nome de um morador (eu) só que eles não sabiam qual era. Eu fiquei muito irado com aquilo.
Ao chegar em meu bloco, o elevador estava subindo e, como moro no quarto andar, resolvi subir pela escada – que praticamente não é usada e, por isso, vive às escuras – acendem as luzes de um andar e outro não... até o último.
Logo nos primeiros degraus escutei um barulho muito parecido com um choro misturado com soluços... aquele tipo de choro que a pessoa se esforça para não sair som. Fui subindo bem devagar, o que era quase impossível devido ao eco que fazia.. E no segundo andar, depareime com um rapazinho magrinho, sentado, com a cabeça entre as pernas e os braços envolvendo as pernas. Fiquei preocupado e perguntei se ele estava com algum problema. E ele respondeu, sem levantar a cabeça e sem parar de chorar:
VOCÊ ESTÁ LENDO
Contos Eróticos Gay
Kısa HikayeDeixando a imaginação levar apesar de alguns ser verídico. votem e comenta. Ajuda na inspiração