Irmã

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— Acorda dorminhoca! Estou na cidade!

Uma presença barulhenta acordou Rafaella de seu sono. Ela geralmente fica em casa durante o fim de semana e não gostou do choque repentino daquela linda manhã de sábado.

— Nova garota? Quem você deve ser? Rolinho de canela? Pãezinhos doces? – A figura baixa com cabelo curto bombardeia Rafaella com perguntas. Ela olha ao redor para ver se está em outro lugar. Não, ela está na cama de Gizelly, um acordo que relas fizeram onde Rafaella poderia dormir em sua cama se Gizelly estivesse ausente em alguma missão.

— Quem é você? – Rafaella lança a mesma pergunta para a pessoa misteriosa.

— Manu – Ela responde. – Manu Bicalho.

Bicalho? Oh.

— Gizelly está em... – Rafaella não sabe onde Gizelly está, pois ela nunca diz a Rafaella para onde vai. – Ela está fora. Em uma missão.

— Você é a nova garota dela? – Manu pergunta e se joga na cama ao lado de Rafaella.

— Eca, não. – Rafaella parece enojada enquanto responde. – Eu sou ela... colega de quarto, eu acho? Ela quebrou meu chão. Vou ficar aqui enquanto conseguimos o dinheiro para consertar isso.

— Sabe, você parece muito familiar. – Manu semicerra os olhos e olha para Rafaella com tanta intensidade que Rafaella puxa o cobertor para cima para se cobrir.

— Eu sou Rafaella Kalimann. – Rafaella diz a verdade, não havia necessidade de se esconder de qualquer maneira.

— Kalimann sobre o qual Gizelly escreveu no ano passado? ESSE Kalimann? – Manu pergunta novamente surpresa.

— Bem, o relatório dela foi mais sobre minha madrasta e meu irmão, mas sim, esse Kalimann. – Rafaella confirma.

— E você vai ficar com ela? – Manu olha para Rafaella com cautela, como se Rafaella estivesse tramando alguma coisa.

— Confie em mim, se eu tivesse escolha, eu não estaria aqui. Como eu disse, ela quebrou meu chão. – Rafaella aponta para o buraco no teto da sala. – Que também é o teto dela, então, estamos dividindo o custo do conserto.

Manu vai até a sala e Rafaella a segue.

— Como diabos isso aconteceu? – Manu ri enquanto olha para o buraco.

— Longa história. – Foi tudo o que Rafaella conseguiu dizer. Ela não sabia por onde começar.

— Eu tenho o dia todo. Vá se preparar, Rafaella Kalimann. Vamos tomar um brunch!

— O que?

— Como eu disse, tenho o dia todo. Vamos nos conhecer! – Manu sorri.

***

— Espere, a padaria da sua mãe se chama Padaria Freitas?

— Sim! Aquele na esquina oposta...

— Restaurante Yuna. – Manu e Rafaella responderam ao mesmo tempo.

— Sem chance! Eu costumava ir lá com minha mãe quando era criança! Eles fecharam quando Gizelly se juntou à nossa família. – Exclama Manu.

— Você ia? Eu estava sempre na padaria. Mas não me lembro de ninguém, eu era muito jovem. – Rafaella relembrou.

— Não, espere. Você estava sempre jogando no caixa? Eu lembro de você. Todo mundo chamava você de... – Manu esfrega a testa na tentativa de lembrar. – Rafinha.

— Ai meu Deus, já faz um tempo que alguém não me chamava por esse nome. – Rafaella sorri ao se lembrar do apelido com carinho, na época em que sua vida era menos complicada.

Uma quedinha em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora