Vida (Final)

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Alguns anos depois...


— Por que temos que fazer isso de novo?

— São os subúrbios, querida. Temos que cumprimentar os vizinhos. Além disso, seus biscoitos de manteiga de amendoim são incríveis. Eles adorariam.

Ao chegarem à porta do vizinho, Rafaella respira fundo antes de apertar a campainha. A porta se abre para um casal de meia-idade, Gizelly os cumprimenta.

— Olá, sou Gizelly Bicalho, acabamos de nos mudar para a casa ao lado. Esta é minha colega de quarto, Rafaella.

— Eu disse para você parar de me apresentar a pessoas assim! – Rafaella repreende Gizelly e se vira para os vizinhos. — Sinto muito, minha esposa gosta de fazer piadas em situações sociais. Olá, sou Rafaella, somos os Bicalhos. Prazer em conhecê-los.

— Olá, sou Dinah Lance e este é meu marido Quentin. Bem-vindos ao bairro. — A senhora os cumprimenta e se abaixa para olhar o garotinho que está abraçando a perna de Gizelly. – E quem é esse pequenino?

— Este é nosso filho, Theo. Theo diga oi. – Gizelly cutuca levemente o filho, mas ele não se mexe. — Desculpe, ele é um pouco tímido.

— Temos duas filhas, embora elas sejam velhas demais para brincar com Theo. — Dinah se levanta novamente e oferece a Rafaella e Gizelly. — Mas elas não se importam em ser babás se você precisar de babás.

— Isso parece ótimo! Ah, aqui está, isso é nosso. – Rafaella lhes dá um pequeno pote de biscoitos. — Espero que vocês não sejam alérgicos a manteiga de amendoim.

— Adoramos biscoitos de manteiga de amendoim, muito obrigada.

Elas trocam cumprimentos mais agradáveis e se despedem.

— Isso não foi tão ruim, hein? — Gizelly sussurra para Rafaella quando elas saem da varanda do vizinho.

— Uma já foi, faltam mais nove casas.

— Você está bem aí, amigo? – Gizelly pergunta enquanto pega Theo.

— Eu não sou tímido, mamãe. Você me disse para não falar com estranhos. – Ele diz fazendo beicinho. Rafaella apenas sorri e toca suavemente o rosto de Theo.

— Querido, eles são nossos vizinhos, você pode dizer oi para eles.

— Tudo bem, mamãe.

— Vamos para a próxima casa.

***

— Theo está na cama. Acho que ele adorou seu novo quarto. – Gizelly diz para Rafaella, que está mexendo em alguns documentos na mesa do quarto.

— Tem certeza de que temos que mandá-lo para uma escola pública? Podemos pagar a escola particular, ainda temos o dinheiro do fundo fiduciário. – Rafaella examina a planilha novamente.

— Nem tocamos no dinheiro do fundo fiduciário quando compramos esta casa. Vamos guardar para a faculdade dele. — Gizelly coloca os braços sobre os ombros de Rafaella para tranquilizá-la. — Além disso, fomos ver a escola particular e ele não gostou. Acho que deveríamos mandá-lo para algum lugar onde ele se sinta confortável.

— Você não pode continuar ensinando-o em casa? – Rafaella pergunta enquanto descansa a cabeça no braço de Gizelly que está sobre ela.

— Ele está ficando mais esperto do que eu, não consigo acompanhar.

— Ele tem 8 anos, Amor.

— Ele é tão inteligente para sua idade. Ele é basicamente um mini você.

Uma quedinha em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora