— Kalimann, você fala russo, certo?
— Você está perguntando ou contando? Você sabe isso sobre mim. – Rafaella zomba enquanto digita em seu laptop. A pergunta repentina de Gizelly parece que há um motivo oculto.
— Você pode tirar uma folga do trabalho? – Gizelly pergunta, olhando diretamente nos olhos de Rafaella com a intensidade de um sol escaldante.
— Por que você está fazendo tanto contato visual comigo?
— Você tem olhos lindos. – Gizelly elogia, ainda olhando. Rafaella sabe que ela só elogia quando precisa de ajuda.
— Ugh, tudo bem, o que você quer?
— Você sabe sobre o comércio ilegal de escravos que venho pesquisando? Isso leva a uma boa fonte em Kaznia, mas nossa tradutora interna de russo está de licença maternidade. Então, meu editor está procurando um freelancer e você é a primeira pessoa em quem consegui pensar... – Gizelly para, esperando que Rafaella preencha o resto.
— Você quer que eu tire uma folga do meu trabalho, para que eu possa ajudar com o seu. — Rafaella termina para Gizelly.
— É uma viagem grátis, minha empresa está pagando tudo. Prefiro viajar com você do que com algum estranho.
O coração de Rafaella dá um pulo quando Gizelly diz que prefere viajar com ela, mas ela ainda está tentando se livrar disso.
— Você não tem mais alguém que conheça que fale russo? E todas as suas não-namoradas?
— Só você. – Gizelly sorri. – Você será paga, é claro! Isso é mais dinheiro para o fundo de reparação. – Ela cruza os dedos esperando que Rafaella concorde.
— Bem, eu não deveria recusar mais dinheiro no meu estado atual. E tenho algumas folgas anuais que preciso aproveitar antes do final deste ano. – Rafaella diz para si mesma em voz alta enquanto retoma a digitação e tenta ignorar a sensação de calor em seu peito.
— Isso significa que você está oferecendo sua ajuda? – Gizelly sorri e Rafaella olha para cima e ver o rosto brilhante de Gizelly olhando para ela.
— Honestamente, eu não estava... mas com base na intensidade com que você está me encarando agora, acho que não tenho saída. – Rafaella dá de ombros. – Tudo bem, acho.
— Você é uma salva-vidas! – Gizelly grita enquanto agarra a cabeça de Rafaella e a beija rapidamente antes de fazer uma ligação rápida para seu editor.
— Meu cabelo, você não pode! – Rafaella grita de volta. Ela penteia o cabelo bagunçado com os dedos e xinga internamente o comportamento recente de Gizelly.
Ultimamente, a demonstração subconsciente de afeto de Gizelly tem aumentado, para desgosto de Rafaella. Gizelly tem sido mais ousada em tocá-la, senti-la, segurar suas mãos, uma vez até colocar um braço em volta de Rafaella enquanto caminhavam. Isso não significa nada para Gizelly, Rafaella sabe disso. Gizelly é alguém que gosta de toques físicos casualmente, então Rafaella sabe que esse é um comportamento normal para Gizelly. Ela a viu assim com seus amigos. Mas para Rafaella, que cresceu na mansão Kalimann sem carinho em casa, cada toque de Gizelly a deixa muito constrangida.
Embora, para alguém que está sempre emocionalmente em guarda, Rafaella se deleite com o fato de que esses gestos significam que Gizelly se sente mais confortável com ela, e isso a deixa um pouco feliz. Irritada, constrangida, mas feliz.
***
Gizelly olha para Rafaella, que está lendo um livro de frases em russo.
— Você sabe russo, não é?
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Uma quedinha em você
FanfictionGizelly Bicalho se orgulha de ser uma repórter investigativa. Sua exposição sobre o esquema Ponzi dos Kalimann rendeu a ela prêmios e reconhecimento, e muitas mulheres. Graças ao artigo dela, Genilda e Renato Kalimann foram presos. Infelizmente, Raf...