ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 04

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Não tinha muita conversa com Miguel, então não sabia o que conversar com ele para aliviar o silêncio incômodo que estava

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Não tinha muita conversa com Miguel, então não sabia o que conversar com ele para aliviar o silêncio incômodo que estava.

Nos quase três anos que ele era amigo das meninas e eu acompanhava algumas saídas deles, o vi apenas algumas vezes. Não sei se era por ele ser mais recluso e não gostar de sair, já que era nítido que ele preferia mil vezes o silêncio.

Ao contrário de mim, que gostava de falar e conversar com as pessoas. O silêncio era bem-vindo algumas vezes, mas se o deixasse por muito tempo minha mente ficaria perturbada demais, então conversar e falar ajudava a parar os pensamentos.

— Recebe encomenda só nos fins de semana?

A voz máscula se fez presente, me dando um leve susto.

Era a primeira vez que ele se dirigia diretamente a mim dessa forma, sempre estávamos em grupo e era tudo indiretamente.

— Não, faço algumas no meio da semana também.

— Não é puxado pra você? —  Levantou uma sobrancelha, seu corpo dando uma inclinada na mesa. — Tô ligado que trabalha em outro estabelecimento.

Achei estranho ele saber, não lembro de ter comentado isso na presença dele. A não ser que as meninas falaram algo, já que estava faltando nas saidas deles.

— Realmente as vezes fica, mas consigo dar um jeito e fazer tudo. — Sorri.

— Eu vi que você tinha feito um brownie grande de morango, foi pra encomenda ou só teste? — Os olhos dele brilharam ao falar do doce, me fazendo achar graça da animação.

— Só teste, mas talvez coloque no cardápio em breve. — Vejo um vestígio de sorriso em seus lábios. — Não sabia que me seguia no perfil dos doces.

Notei seu corpo ficar um pouco tenso, mas nada drástico. Sua língua passou pelos lábios vermelhos, e precisei de muita força de vontade para tirar minha atenção e focar em outra coisa.

Sentia que se deixasse meus olhos lá por muito tempo, minha mente me levaria por caminhos perigosos.

— Não sigo. — Respondeu na lata, me fazendo franzir o cenho. — Mas eu gosto de doces, então vez ou outra vou no seu perfil para ver.

— Só os doces? — Cacete. Alguém cala minha boca.

Ele abriu um sorriso, e era diferente dos que vi antes com seus amigos, esse tinha uma intenção diferente. A malícia era nítida, e eu gostava.

Felina | Amores do acaso 01Onde histórias criam vida. Descubra agora