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Desço do carro e espero meu pai dar a volta, para que assim fosse na frente e pudéssemos entrar na casa dele.
— Matheus tá melhor? Esqueci de perguntar quando liguei hoje cedo. — Questiono sobre meu irmão.
Hoje iríamos ter um almoço em família, então vim para a casa do meu pai para passar o dia com eles, aproveitando os momentos que temos.
Apesar de viver praticamente toda minha vida longe do meu pai, ele nunca deixou de tentar o máximo ser presente e sua atual esposa fazia questão de me incluir em tudo que faziam, eles realmente não me excluíam de nada. Considerava a Fabiana como uma mãe pra mim, ela não fazia distinção alguma entre mim e Matheus, o meu irmão mais novo, fruto do casamento dela e meu pai.
— A gente levou ele no médico, tomou soro e ficou tranquilo. Só tá com uma dor no estômago ainda, mas comprei uns remédios que foi receitado e logo vai melhorar. — Caminhou ao meu lado, pegando as chaves em seu bolso para abrir a porta.
— Fico aliviada, fiquei preocupada essa semana quando disse que ele tava passando mal. Só não vim ver ele antes por causa do trabalho, tava puxado demais essa semana, se não fosse o senhor me levando logo cedo, eu tava lascada. — Ele riu ao abrir a porta, me mandando entrar com movimentos de mão.
— Nem mandou mensagem ontem pra te levar, ainda fiquei esperando.
— Decidi ir de transporte público mesmo, tava mais tranquilo.
— Bruna!
Viro na direção da voz e encontro Matheus correndo até onde estava, agarrando minha cintura em um abraço. Não pude deixar de rir com sua animação.
— Oi, meu amor. Tava com saudades de você! — Me abaixei na sua altura e o abracei.
Durante minha infância sempre quis um irmão ou uma irmã pra me fazer companhia, e mesmo o desejo se tornando realidade muito tempo depois e quando eu estava em outro estado, não deixei de me animar.
Conheci Matheus pessoalmente quando ele já tinha quase um ano de idade, o vi poucas vezes durante esses anos, convivendo mais nesses quase dois anos que voltei para o Rio de Janeiro. E mesmo com a distância, nada atrapalhou que tivéssemos uma ótima relação de irmãos.
— Também estava com saudades de você, papai falou que não conseguiria vir esses dias, tá tudo bem? — Me olhou com as bolas castanhas atentas a tudo que fazia.
— Sim, tudo ótimo. Você que estava doente, está melhorzinho? — Arrumei suas tranças que estavam jogadas por todo lado, certamente pela correria.
