Daggers In The Way • jjk + pjm

🍷Chapter Twenty

Pelo amor que vocês sentem pelo peixinho, LEIAM AS NOTAS FINAIS!

                       🗡Yoongi🗡

— Senhor. — foi desperto pela voz que era cautelosamente proferida e chegava aveludada até seus ouvidos.

—Desculpe, não percebi que caí no sono. — encarou piscando vezes seguidas para limpar a vista. — Sim?

— Você pode ir para casa descansar, ele está sedado com os remédios e não acordará pelo restante do dia por conta do que foi injetado no soro, e a probabilidade de continuar sentindo dor quando acordar é pequena.

Yoongi encarou por uma fração de segundos seu irmão desacordado sob os panos da cama, respirando de forma ruidosa, desviando os olhos em seguida para verificar às horas no telefone.

— Infelizmente no estágio avançado em que a doença se encontra, ele estará sujeito a dores no peito, na cabeça, febre, dor no corpo e sempre estará acompanhado de um mal-estar. Ele precisa de tratamento específicos que lamentavelmente não podemos oferecer na rede pública. — explicou enquanto tinha os olhos presos no garoto sobre a maca. — Vou ficar de olho nele, você deveria ir, parece estar exausto.

O maior assentiu levantando da cadeira e virando-se para a enfermeira.

— Eu sei que não deveria lhe ocupar dessa forma e nem fazer esse pedido — ficou receoso com o olhar duvidoso que recebia da mulher. — Mas você poderia me avisar quando ele acordar?

A mulher sorriu assentindo ao voltar sua visão para o paciente.

— Não se preocupe, pegarei seu número na recepção. — disse levando a prancheta até o peito. — Se me der licença... preciso ir.

— Obrigada, Srta. Dami. — agradeceu se curvando em reverência enquanto a mesma se retirava do quarto.

Foi até seu irmão e deslizou sua palma sobre os fios secos do cabelo curto os colocando no lugar antes de se inclinar para beijar a testa do menino.

— Você vai ficar bem... logo, logo. — ajustou o lençol fino que cobria o corpo pequeno e deu a volta na cama hospitalar pegando sua mochila no pé da mesma se dirigindo para a saída.

Antes de fechar a porta varreu todo o espaço com os olhos ponderando que o seu irmão estava mais confortável ali sozinho, do que nas macas finas em um espaço barulhento e compartilhado onde costumavam ficar quando tinha alguma melhora.

Caminhou pelo corredor já bem conhecido e passou pelo elevador onde várias outras pessoas esperavam e decidiu que desceria de escadas para não perder o tempo que não tinha. Já faltando poucos lances parou cansado e abaixou-se em um dos degraus de repente exausto tanto física quanto emocionalmente. Suspirou com os olhos fechados e virou o rosto para cima negando-se a chorar ali, respirou fundo e levantou-se descendo o restante dos degraus querendo correr para estar em casa logo.

Pegou o ônibus até seu bairro e desceu terminando seu trajeto a pé.

Trancou a porta e parou inspecionando o lugar ainda desacostumado com a ausência de seu pai. Aquele silêncio incomum o tranquilizava, de certa forma, ele em si já era a confirmação de que o homem não estava ali. E que assim fosse por muito tempo.

Deixou a bolsa sobre o sofá e foi até o quarto que dividia com seu irmão e se despiu sem cerimônia. Parou em frente ao espelho do armário do banheiro e encarou parte de seu peito que era refletido, as manchas esverdeadas das agressões de duas semanas atrás estavam deixando sua pele, mas as lembranças estavam frescas em sua memória e mesmo aliviado por não estarem perto um do outro seu coração não conseguia relaxar.