A mais difícil de todas

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No carro todos estavam em silêncio, por dentro todos sabiam que aquela missão seria a mais difícil até aquele momento, e se não fizéssemos tudo direito como conversamos, as coisas não sairiam bem.

Eu e a comandante já estávamos em nosso posto, preparei minha arma e comecei a verificar o perímetro, tudo parecia calmo, eram aproximadamente 22h da noite, a lua iluminava a escuridão que se tinha, a mata parecia tranquila dando até para ouvir alguns animais.

Depois de uma boa olhada em volta, virei para dentro do quartel e oque vi me assustou, na hora pedi para a comandante olhar, e naquele momento a tristeza e o horror dominou nossos corpos.

Haviam 7 corpos um ao lado do outro dentro do quartel, logo na entrada, ambos estavam com as mãos para trás de joelhos no chão, todos estavam sem suas cabeças, e dava nitidamente para ver a roupa do exército em seus corpos, eram todos soldados do nosso quartel, os que haviam sido capturados.

Aquela cena me fez revirar o estômago, como alguém poderia fazer aquilo com alguém.

Fomos fortes e prosseguimos com a verificação. Estávamos em 23 pessoas na missão, se separaram em 4 grupos, tirando eu e a comandante que estávamos só na vigia, o primeiro grupo foi por traz do quartel, dois pela lateral e um grupo pela frente, os primeiros a entrarem em combate foi o grupo da frente que com nossa ajuda conseguiu eliminar 25 soldados inimigos.

Logo após a movimentação, a maioria dos soldados foram forçados a irem para frente do quartel, e nesse momento as demais equipes invadiram pelas laterais e pelo fundo, da montanha tentávamos ajudar o máximo possível, mas as coisas começaram a sair do controle e alguns dos nossos estavam caindo, a cada minuto surgiam mais soldados inimigos, nesse momento a comandante resolveu descer para ajuda-los.

- Carol fica aqui, já chamei reforços, você não pode descer, porque ainda está ferida, vou ajudar o pessoal. - disse se arrumando já para descer.

Na hora senti um medo, não via em lugar algum a minha equipe, estava dando meu melhor de onde podia, mas estava difícil para eles, então depois de uns cinco minutos, resolvi descer, com dificuldade de andar fui o mais rápido que consegui, peguei minhas pistolas e preparei meu fuzil, cheguei a frente do quartel e já comecei a disparar contra alguns soldados inimigos, mesmo com pouca mobilidade, tentei me mover o mais rápido que podia, ajudei alguns soldados da equipe e adentrei o quartel, e a primeira coisa que vi, foi algo caótico.

Entrei atirando e acertando os soldados que estavam tentando se esconder, logo à minha esquerda perto de algumas latas grandes, havia uma soldado ferida, fui até ela e puxei ela para fora do quartel. Ela estava sangrando muito, então peguei minha blusa e amarrei na perna dela para que ela parasse um pouco de sangrar.

- segura aqui e pressiona, eu já volto, vou ajudar eles lá dentro. - disse apontando para o local que ela havia levado um tiro.

- por favor não me deixe aqui.- ela disse segurando meu braço.

- eu vou voltar, eu prometo. - disse enquanto me soltava das mãos dela.

Entrei novamente e logo avistei o Cléber ajudando Anderson que estava ferido, fui até eles e ajudei a saírem, coloquei eles perto de onde estava a outra moça.

- Carol, precisamos ajudar a Emily e a Elena, elas estão cercadas, dentro do segundo galpão. - disse o Cléber enquanto deitava o Anderson no chão.

- vamos lá eu e você, vamos cercar eles, e aí atiramos. - disse apontando para o galpão.

Saímos correndo, cada um para uma direção, quando chegou a hora fiz o sinal e entramos com tudo, tinha quase 20 soldados inimigos e conseguimos abater todos. Chegamos perto da Elena e logo vimos a Emily em seus braços, totalmente sem vida.

- por favor, acorda Emily, você consegue por favor não vai. - Elena gritava tentando de tudo para que a Emily acordasse, mas já era tarde demais.

Com toda dor do mundo, tiramos a Emily de cima dela e o Cléber ajudou ela a sair, coloquei uma jaqueta em cima do corpo da Emily e nesse momento a única coisa que veio a minha mente, foi que eu tinha que encontrar a comandante e o André.

Sai correndo do galpão, e ou vi tiros vindo do fundo do quartel e logo lembrei que a equipe que estava lá no fundo era a mesma que André estava, sai correndo o mais rápido que pude, nem mais a dor da perna eu sentia, a adrenalina já havia consumido meu corpo, chegando lá vi o total de quase 30 soldados inimigos na minha frente atirando contra um galpão, e tinha certeza que eles estavam lá, não pensei duas vezes e atirei em todos, corri e me escondi em uma tenda para recarregar a arma e verifiquei, eles já tinham me visto e estavam vindo em minha direção, segurei a arma firme e sai, corri e atirei o mais rápido que pude. Um dos soldados tentou me atacar, mas golpeei ele bem na garganta e finalizei ele com um tiro na cabeça, o pessoal que estava no galpão conseguiram sair e começaram a me ajudar, e em menos de três minutos o silêncio invadiu o quartel, todos os inimigos estavam mortos.

Ajoelhei no chão sentindo uma dor insuportável na perna, minha vista ficou turva e uma dor agonizante passar pelo meu corpo, mesmo assim com todas as forças levantei para ajudar meus companheiros.

Cheguei no galpão e parei quando vi, dezenas de civis mortos, os reféns tinham sido executados, crianças, mulheres e idosos, todos mortos, me virei e vi a comandante vindo em minha direção com o André e mais três outros soldados. Mesmo vendo eles bem, voltei o olhar para o galpão e caí de joelhos no chão, senti meus olhos encherem de lágrimas e chorei, aquilo era horrível.

Naquele momento o mundo parou, só vi o André entrar na minha frente e gritar.

- CAROL, VAMOS EMBORA, NÃO OLHA MAIS ISSO, VAMOS.

- estão todos mortos, a Emily morreu, quase todos morreram. - disse chorando e caindo nos braços dele.

Quando ouviram sobre a Emily e os outros, a comandante já correu para encontrá-la e os demais soldados foram encontrar seus colegas.

Eles já haviam saído e eu ainda estava nos braços do André chorando, ele colocou a mão no meu rosto e levantou para direçao dele.

- meu amor, eu tô aqui, porfavor, vai ficar tudo bem, vamos embora. - disse ele com todo carinho e preocupação.

Nessa hora levantei com a ajuda dele, e devagar fomos indo para fora do quartel.

...

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