A Grande Guerra

Final

Carol

Perder uma pessoa amada é difícil, o luto fica em nossa vida para sempre, a dor invade nossas lembranças e derrama nossas lágrimas. O luto é uma saudade infinita de algo que nunca vai voltar.

Eu nunca pensei que minha vida seria regada de desastres e mortes. Quando entrei para guerra, sentia que não sobriveria, mas lutei, passei por coisas demais, conheci pessoas incríveis e amei como nunca havia amado antes e desse amor geramos uma criança.

Mesmo com tudo isso ainda sim estava ali deitada sobre o peito do homem que amava tentando ouvir algum sinal de vida, algum sinal de esperança. Mas isso já não existia, e só oque havia sobrado era seu corpo ferido.

Senti mãos me tocando, e me erguendo do chão, eu não conseguia ouvir nada, não conseguia ver nada, eu só estava inerte em uma total tristeza.

- Aguenta firme, estamos chegando ao hospital.

...

Fiquei seis longas semanas no hospital, meu bebê havia nascido prematuro e estava em observação constante com risco de vida e eu ainda estava me recuperando de tudo oque havia acontecido.
Todos os dias que ia ver meu filho, ele parecia muito com o pai e isso me deixava feliz, poder ver ele em nosso filho era incrível.

- Senhorita Caroline ? - chamou o médico. - Com licença.

- Oiê doutor, pode entrar.

- Como você está ?

- Estou bem, quando vamos poder ir para casa ? - já não aguentava mais aquele lugar.

-  Fico muito feliz. - sorriu  - sobre voltar para casa, creio que amanhã mesmo.

- Sério doutor ? - estava exultante.

- Sim, você e seu filho.

- Aí doutor. - lágrimas escorriam pelo meu rosto. - obrigado por tudo.

- Não precisa me agradecer, Carol. - fez um sinal de negação - Bom retorno para casa- diz saindo

Assim que soube da notícia a primeira coisa que fiz foi sair pela porta do quarto, caminhei apressada por aqueles enormes corredores, quando avistei o quarto 312, abri a porta com cuidado e entrei. Sentei em uma cadeira que estava perto da cama.

- Amor, ganhamos alta hoje, estamos indo pra casa. - disse segurando sua mão. - nosso filho tá saudável e tá enorme. - sorria contente. - tenho certeza que logo você também vai acordar para conhecer ele minha vida.

Me levantei da cadeira ainda segurando suas mãos e depositei um beijo em seus lábios.

- Senti saudade desse beijo. - disse com dificuldade.

Senti lágrimas descer pelas minhas bochechas e senti um alívio, meu Kauê havia acordado.