Kelvin*
Já é de tarde, já tinha ido embora do quarto do Ramiro sem menos me despedir pelo fato de ele está tão lindo dormindo,no bar organizava tudo,limpava as mesas, as bancadas e o chão. Enquanto as outras meninas começaram a servir bebidas pelo pessoal que já começou a chegar,passando o pano no chão agora lembrava do beijo entre eu e o Ramiro comecei a abrir um sorrisão e fazer as tarefas sem reclamar, a piranha da Berenice até começou a soltar umas piadas dizendo que a noite foi boa e todos notaram o sumiço de eu e ele pela noite, tentando ignorar os comentários tentei não dar corta para ser motivo de novidade pelo bairro,apesar isso não é da conta de ninguém, terminando de fazer tudo me sentir mais aliviado e fui direto colocar um som alto música( Zé Ramalho-Sinônimos).
Canta um pouquinho pra gente?! - perguntava Luana me sacudindo pelos ombros.
Canto,vocês são minha plateia agora! - falei sorridente e subindo no palco.
Com o microfone na voz comecei a cantar o trecho:" O amor é feito de paixões
E quando perde a razão
Não sabe quem vai machucar
Quem ama nunca sente medo
De contar o seu segredo
Sinônimo de amor é amar". Com a voz perfeitamente fazendo todos me admirarem, assim que terminei de cantar o trecho todos bateram palmas e pedir obrigado me sentindo o centro das atenções.
*Ramiro*
Perdi a noção da hora dando um pulo da cama,notei que o Kelvin não estava mas,vendo meu telefone vi as ligações perdidas do patrão, eii... lá vem bronca,saindo do meu quarto liguei meu carro e fui direto para a casa dele a famosa casa da família La Selva, chegando lá a empregada Angelina estava cuidando das plantas, pedi licença e entrei na casa,observava o patrão dando carinho no Danielzinho até que fui na sua direção e ele começou a me observar.
Mas que cara de pau hein Ramiro?! - falava o patrão estressado.
Opa patrão mas o que eu fiz agora? - perguntei com medo.
Você tava aonde rapaz? Liguei direto e nada - falava ele com aquele seu estresse.
Me desculpe patrão - falei coçando a cabeça.
Não importa mais - falava ele olhando sem paciência. - que cheiro ruim é esse? Acho que o bebê fez cocô.
Mato Grosso do céu,o menino se cagou patrão - falei tampando o nariz.
Deixa de ser mole rapaz e olha a frauda dele e ver se tem cocô aí! - falava o patrão me empurrando para o carrinho do bebê.
Fazendo um gesto que o bebê tava cheirando mal, olhei sua frauda e vi que ele estava todo sujo e concordei com o patrão que ele fez cocô,dando umas desculpas falei pro patrão que iria embora para isso não sobrar para eu limpar.
Eeei... o patrão eu já vou - falei dando uns passos pela porta.
Fique vigiando a Ágatha! - falava o patrão fazendo eu concordar.
Saindo da casa dele, liguei meu carro e fui direto para o condomínio que a Ágatha está morando,lembrando do Danielzinho fiquei imaginando eu tendo um filho, um pequeno Ramirinho, seria a coisa mais linda do mundo, mas deixa esses pensamentos para lá, agora vendo a Ágatha ter notado minha presença denovo,chegou até mim com uma marmita na mão e me empregou.
Boa tarde Ramiro,deve estar trabalhando muito para Antônio,teve está com fome querido? - perguntava ela com aquele sorriso que dava para enganar qualquer um.
Opa patroa,muito obrigado! - falei com um sorrisão por estar morto de fome.
Comendo macarrão com carne,devorei tudo em minutos,jogando a marmita no lixo, a Aline passava na mesma hora desviei do caminho dela para não dar mais problema, o patrão me coloca em cada uma,sentado no carro resolvi ir embora não tinha nada demais em deixar essa mulher sozinha na casa dela.
*Kelvin*
Terminando de almoçar, comecei a servir os clientes, preparei uns drinks, e entregava uns almoços preparado,porém pela tarde não estava tão movimento assim pela noite que vai está mais movimentado, música ao vivo e bebidas.
*Pela noite*
*Kelvin*
Já todo arrumado,para cantar no bar, dessa vez quem cantaria ao vivo vai ser eu,o bar já está lotado,muitas gentes bebendo e batendo palmas ao me ver subir no palco. Passei duas horas cantando a música, finalmente terminando todos bateram palmas e me elogiaram até que de repente mesmo o Ramiro chegou me vendo no palco, já estava com saudades e vim na sua direção, todo sorridente e ele também.
Como vai Ramis? - perguntava eu percebendo a animação dele.
Eu tô feliz demais - falava ele e eu percebendo comecei a sorrir de volta.
Demais mesmo? - perguntei curioso.
Sim,eu tava lá na casa do patrão e aí eu encontrei com o Danielzinho, eu vi assim que o bebêzinho é a coisa mais linda. - falava ele todo bobo.
Ah é? Ele é bem pequenininho,mas por que tá falando isso? - perguntei todo curioso.
Mas porque eu fiquei assim pensando se eu tivesse um filho, já pensou? Eu tento um Ramirinho - falava ele todo bobo e fofo. - eu fazer um Ramirinho aí eu falaria Mato Grosso do céu e ele repetisse Mato Grosso do céu!.
Eeeh! E imagine se a gente tivesse um Kelvinho pequenininho assim - falei mostrando o tamanho com a minha mão. - aí eu falasse o Kelvin? E ele tremia todo.
Coisa mais linda - falava ele todo sorridente.
Mais a gente pode ter Kelvinho,Ramirinho ou Kelmirinho também! - falei todo animado pensando no nosso filho.
Mas é... agora eu tô pensando aqui, pra ter um filho eu ter que casar com uma mulher - falava ele todo pensativo me causando desconforto.
Aah... Ramiro quem te falou isso? - perguntei desanimado perdendo as expectativas.
Mas sempre foi assim Kelvin - falava ele me olhando sério.
Tá bom, esquece Ramiro deixa pra lá, eu desisto - falei com um tom triste e deixando ele sozinho e subir as escadas do meu quarto.
*Ramiro*
Eii... eu no dou uma bola a frente, eu sou jumento mesmo mas o que foi que eu falei demais para o Kelvin,coçando minha cabeça percebi o quão abestalhado eu fui nessa hora, tomando uma decisão corria aquelas escadas e cheguei no quarto dele,observava seus choros pela janela escondido,me cortava o coração ver ele assim então fui até a sua direção tentar resolver o estrago que causei.
Oh Kelvin? Você tá chorando - perguntei a ele e vi ele me olhar com aqueles olhos triste e enxugando as lágrimas.
Eu? Tô nada - falava ele tentando ser forte
Falar comigo Kelvin, o que eu falei de errado? - perguntei preocupado.
Falou umas coisas erradas aí mas deixa para lá - falava ele fazendo um sorriso forçado.
Me fala o que que é? - perguntei se aproximando dele e olhando sério.
Você falou Ramiro,que para casar tem que ser com uma mulher,se você for ter filho tem que ser com uma mulher,tudo tem que ser com uma mulher - dizia ele com lágrimas no rosto.
É que é assim que é Kelvin - falei sincero olhando para ele.
Em que mundo você vive?! - perguntava ele perdendo a paciência.
No mesmo mundo que o seu! - falei no mesmo tom que ele.
Não, no meu mundo mesmo não,no meu mundo Ramiro,no meu conceito de família e de amor,o homem pode sim casar com outro homem,o homem pode sim ter filho com outro homem. - falava ele aumentando o tom de voz.
Mas eu aprendi que é assim - falei sinceramente por desde pequeno ser essa tradição de família.
Esquece oque você aprendeu! - falava ele se aproximando de mim e vendo eu me tremer no choro.
Eu não consigo, eu não consigo Kelvin - falei chorando feito criança.
Olha para mim,se você virar as costas para esse amor,pra isso que você sente aí por mim, se você ignorar esse sentimento e você casar com uma mulher, sabe o que vai acontecer? - falava ele com lágrimas nos olhos novamente.
O que vai acontecer? - perguntei me tremendo todo.
Você vai me perder Ramiro! - falava ele se acabando no choro.
Eu não quero te perder não,agora deixa eu falar,Kelvin eu não quero casar com mulher nenhuma não,porque eu tô com você,é difícil para mim mais eu tô com você - falei parando de chorar e sendo sincero.
Então acorda Ramiro,acorda Ramiro! - falava ele com a mão no meu rosto.
Me desculpa Kelvin - falei vendo ele querer ir embora. - desculpa eu tá? - falei beijado sua nuca.
Depois não falamos mais nada apenas ficamos uma hora se abraçando até perceber que estava tudo bem entre nós.