Vigésimo Nono Capítulo.

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[Capítulo 29]

1922.

Verão.

22:00pm.

– Obrigada, por ter vindo até aqui comigo. – Disse Bethany, assim que Benjamin parou o carro, em frente a casa de Alice, que também era a casa da loira mais nova. – Não havia necessidade.

– Claro que havia. Por que não quis ir junto da Alice, e de suas irmãs, para aquele jantar que a Eva tinha chamado?

– Sinceramente, depois de ver aqueles cães devorando a Beatrice viva, digamos que eu perdi o apetite, por um bom tempo. – Brincou, rindo baixo. Enquanto Benjamin apenas abriu um sorriso de canto, já que não era acostumado a sorrir.

– Eu compreendo. Mas, a senhorita está bem, mesmo?


Depois de sua pergunta, Benjamin, gentilmente, encostou sua mão sobre a de Bethany. Naquele instante, a loira gelou, não esperava aquele movimento do rapaz, principalmente por ele ser sempre tão sério o tempo todo. E, mesmo com ele estando de luvas pretas, conseguiu sentir o calor vindo da mão dele, e não poderia negar, que gostou. Ela não disse nada, mas muitas coisas começaram a passar pela sua cabeça. Abaixou a cabeça e fechou os olhos, abrindo um pequeno sorriso.


– E pensar que eu passei por tudo isso, e... Sobrevivi. – Abriu os olhos e olhou para Benjamin. – Eu sobrevivi, Benjamin. – Seus olhos ficaram marejados, sinalizando lágrimas vindo a qualquer instante.


Porém, mais que isso, refletiu sobre toda sua jornada, as pessoas que passaram pela sua vida, e principalmente, sobre aquelas que continuaram. Se ela chegou até ali, não foi sozinha, óbvio que não. Talvez, ela nunca parasse para pensar sobre isso. Mas, mais que a Alice, tinha alguém que nunca saiu de perto de si, pelo contrário, estava sempre ali, independente de qualquer coisa.


– Naquele dia... Se não fosse você, Benjamin...


Anteriormente...

Bethany só queria achar alguém, um carro, uma pessoa, qualquer coisa, que pudesse lhe ajudar. Então a primeira coisa que veio em seu pensamento era encontrar uma estrada. A primeira que fosse, não importa. Correu na estrada mais perto que tinha e ao chegar, tentou avistar um carro. Mas pela hora da noite, não passava um. Conforme mais ela ficou esperando, mais preocupada ia ficando. Ela olhou para trás e viu alguns dos homens de Beatrice ao longe, vindo em sua direção. Seu coração gelou. Tinha que fazer alguma coisa, não poderia ser pega agora. Não depois de tudo.

Eis que surge um carro, vindo por aquela estrada. Emocionada, Bethany abriu um sorriso esperançoso, chorando ainda mais. Não tinha tempo ou condições de fazer sinal, então tinha que ser do modo mais grotesco.


– Mas o que...? – Sussurrou para si mesmo, o homem dentro do carro, assim que viu aquela mulher parando no meio da rua e abrindo os braços. Ela ficou balançando os braços e gritando por socorro. A julgar pela aparência dela, estava em maus bocados. Além dos ferimentos pelo corpo, sua roupa estava rasgada também. Ele foi freando devagar e parou bem na frente dela, olhando-a fixamente para ela.

– Me ajuda moço, por favor! Eles estão vindo atrás de mim! – Gritou parada na frente do carro dele.

– Lá estão ela! – Um grito veio de longe. – Ela vai fugir, atirem!

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