Segundo Capítulo.

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[CAPÍTULO DOIS]

1920.

Primavera. [02/13]

12:45pm. Segunda-feira. 

Ainda no início do dia, uma confusão. Uma família brutalmente assassinada a sul de Sheerground. Apesar de não ter tido muita repercussão – pois na verdade poucas pessoas se interessavam pelo o que acontecia naquela parte da cidade -, foi o suficiente para que a casa dos Smith estivesse cercada de pessoas e algumas viaturas da polícia da cidade. Afinal, mesmo sendo no sul da cidade, não era muito comum ver este tipo de assassinato brutal em plena luz do dia. O cenário era péssimo, além da casa humilde aonde residiam os já falecidos, havia sangue por todo canto dentro da casa, além dos moveis e objetos pelo chão, quebrados. Além de claro, dois corpos no centro do chão da sala, um sobre o outro, ambos sem as cabeças.

Além da preocupação normal dos que ainda residem por aquela área, seus medos ficaram ainda maiores. Como poderiam sair tranquilos na rua, para irem atrás de seus compromissos, se um assassinato desse tipo ocorre a luz do dia? Que garantia aqueles moradores tem de que isso não acontecerá de novo? Que certeza eles tem de que o culpado será pego e julgado? Nenhuma, eles não tinham garantia de nada. Uma vez que o prefeito da cidade ignora por completo tudo o que acontece naquela área, não considerando-a mais uma parte de Sheerground. De forma mais clara, para Arnold Gonzales, todos já estavam mortos.


– Com licença, com licença... – Disse Nathan, o melhor investigador criminal da cidade, passando por aquela multidão alvoroçada – que mal lhe davam espaço para passar. Mas nada que um pouco de força bruta não resolvesse, afinal Nathan tinha só a cara de ser bom rapaz, sabia ser duro e rígido quando precisasse. Não demorou mais que alguns segundos até chegar a frente da casa, protegida por dois polícias de ponto.

– Essa é uma área restrita, senhor. – Falou um deles, impedindo a entrada de Nathan.

– Nathan Prescott, investigador profissional da delegacia de Sheerground. – Respondeu imponente, retirando seu distintivo de dentro de seu paletó e mostrando aos dois novatos na sua frente. Ambos abaixaram a cabeça e abriram caminho. Sem dizer mais nada, o investigador entrou na casa, reparando com detalhes aquele cenário grotesco. Pegou rapidamente seu bloco de notas, anotando o que era necessário como pistas ou dicas do que houve ali.

– Você deve ser o investigador da polícia de Sheerground. – Disse o médico legista, se aproximando do mais novo.

– Nathan Prescott. – Deu uma pausa, se aproximando dos corpos no meio da sala. – O senhor deve ser o médico legista, correto? – Perguntou, olhando para o homem mais velho que ficou ao seu lado.

– Tommy Carvants, médico legista do departamento de Chicago. – Deu uma pausa, pensando em como tocar no próximo assunto. – Creio que o senhor saiba que este não deveria ser um caso para que nós tomássemos a frente, ou estou enganado?

– Com toda certeza. Agradeço em nome de Sheerground o apoio que Chicago tem nos dado por este lado da cidade, infelizmente estamos passando por um momento... Hmm... Delicado por aqui. Mas garanto que é questão de tempo até que a situação se normalize. – O mais novo esboçou um pequeno sorriso esperançoso.

– Você realmente não conhece aquele velho fedorento do Arnold, não é? – Cruzou os braços. – Que seja, apenas não confunda as coisas, garoto. – Olhou para os corpos na sua frente. – Não estamos fazendo caridade, estamos aqui por uma razão e você sabe.

Sheerground - A Era da ProibiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora