Nono Capítulo.

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(Alerta: Pode conter cenas de abuso sexual nesta postagem. Será marcada com um (*) no início e final da cena.)


[CAPÍTULO NOVE]

1920.

Primavera. [09/13]


– Você me ouviu, Noah? – Indagou Lilith, seguindo o moreno por aquele corredor. Mesmo que ele não estivesse preocupado com o que ela estava dizendo. – Porra, o cara tem uma pulseira, IGUAL A SUA! – Viu que ele entrou no próprio quarto e continuou seguindo-o, entrando também logo depois e fechando a porta.

– E daí, Lilith? – Perguntou de novo, sentando-se em sua cama. – Ela pode ser encontrada em qualquer joalheria dessas, você deveria saber.

– Noah... – Deu uma pausa. – Se naquela noite, que o Morgan te encontrou...

– Havia só eu. Só eu, Lilith. – Interrompeu a meia irmã, deitando-se no travesseiro.

– E que provas você tem disso? Além da palavra do papai?

– E eu preciso de mais? Está insinuando que ele é um mentiroso?

– Não. Não, porra! – Abriu os braços, irritada. – Mas algo não bate certo nessa história, Noah. A pulseira daquele policial é idêntica a sua, até a marca de registro, que eu consegui ver, foi feita em 1900. No ano em que nasceu. Não acha muita coincidência vocês dois terem uma pulseira idêntica, com a mesma marca de criação?

– Você está ficando paranoica. Sem contar, o que isso tem a ver com a Alice ter me ajudado naquele dia com a família Smith?

– É isso que eu estou tentando descobrir. Ela sabe de alguma coisa. Mas não quis me falar. Eu sei, Noah, alguma coisa está muito errada. – O moreno continuou em silêncio e de olhos fechados. Lilith apenas respirou fundo. – Eu continuo com a minha promessa, eu vou descobrir o que está acontecendo. Você vai ver.


Antes que falasse mais qualquer coisa, abriu a porta do quarto e saiu dali. Deixando Noah sozinho, que abriu os olhos assim que ouviu a porta batendo, significando a saída de Lilith. Levantou seu braço, o qual tinha a tal pulseira e olhou atentamente a ela. Não conseguia se lembrar de como conseguiu adquiri-la, pois Morgan, quando o pegou na rua, disse que já estava com ela no pulso. Mas também, não era como se ele tivesse sido o único que nasceu em 1900, não tinha como aquelas acusações de Lilith serem verdadeiras. Afinal, deveria existir inúmeras pulseiras que nem aquela.

Sem contar que Morgan lhe contou que havia só ele, quando o encontrou. Apesar de todos os defeitos do chefe da máfia, ele não era um mentiroso. Nunca mentiu para Noah, nem para a própria filha. Por que iria mentir agora, se fosse esse o caso?

Sendo assim, Noah resolveu não pensar muito mais nisso, pois tinha certeza de que Lilith estava enganada sobre qualquer teoria que tenha criado. Já tinha problemas demais na cabeça, para se preocupar com mais um, ainda mais um deste tipo. Os negócios com as famílias de Nova York iam muito bem, era entrega e mais entrega. E Morgan o deixou responsável, para receber as mercadorias e efetuar a entrega de dinheiro. Ainda contando com o tráfico dentro da própria Sheerground, que também ficou nas responsabilidades de Noah. Morgan confiava nele de olhos fechados. Talvez estivesse criando-o para ser um futuro Morgan, na segunda versão.

Enquanto o próprio chefe, continuou cuidando das ligações e contatos internacionais. Ampliando cada vez mais seus números de clientes, e agora tinha o apoio das famílias de Nova York, era uma grande e enorme referência para Morgan Rodriguez.

Sheerground - A Era da ProibiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora