Décimo Primeiro Capítulo.

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[CAPÍTULO ONZE]

1920.

Primavera. [11/13]

01:16am.

– Mas que m-merda...? – Gritou em pânico o médico legista ao ver a cabeça de Nathan sendo explodida por uma bala bem na sua frente. Apavorado, ele levantou e correu em direção a saída daquela casa. Sabia que não era uma boa ideia ficar ali.

– Pode voltando, coroa. – Disse Melissa, ao chutar a porta daquela casa, mirando sua arma em direção ao mais velho - que rapidamente cessou os passos. – Levanta as mãos. – Por estar em pânico, Tommy demorou para entender o que estava acontecendo. – MÃOS PRO ALTO, MERDA! – Gritou mais alto.

– V-Você...? – Ele obedeceu, cerrando os olhos. Reconhecia aquela mulher. – Melissa Collins, secretária da delegacia de Sheerground. – Deu uma pausa enquanto ela entrou na casa e bateu a porta, trancando-a. – Os documentos estavam certos então. Você é a filha desaparecida de Lauren e Sebastian Miller, Cristal Miller.

– Foram aquelas pessoas de Chicago, não foi? – Tommy ficou em silêncio perante aquela pergunta. – Eu sabia. Que merda. – Bufou, batendo o pé no chão. – Aquele velho falou que daria um jeito de queimar toda a documentação antiga.

– Por quê você está fazendo isso? Aquela garota, Rose Lincoln e agora... – Olhou para trás, vendo o corpo já sem vida de Nathan Prescott. Mas logo trincou os dentes e voltou a olhar para a assassina em sua frente. – Isso é algum tipo de vingança? Contra quem? Contra o que?

– Não lembro da parte em que te devo qualquer tipo de satisfação, senhor Carvants. Agora, volte para sala. Temos um assunto a tratar. – Mandou, o outro não demorou para obedecer. Afinal, estava desarmado. – Vai, senta. – Olhou em direção do sofá em que ele estava anteriormente. Mas Tommy pestanejou. – Ah, só porque tem um corpo morto no meio da sala? Você já deve ter visto mais corpo morto do que qualquer um dessa cidade. Agora vai logo, senta essa bunda velha ali. – Disse mais brava.

– O que você quer comigo? – Sentou-se naquele mesmo sofá, enquanto Melissa sentou ao lado do corpo de Nathan. Sem se incomodar com o fato de que tinha alguém morto ali e o chão coberto de sangue. – Já está claro que não tem objetivo de me matar, pois caso quisesse, já o teria feito. Então, diga logo de uma vez.

– Matá-lo aqui não seria bom para mim. Afinal – cruzou as pernas, mas sem tirar a arma da mira dele – você é um médico renomado no país, principalmente entre os países vizinhos. Sua morte iria causar um escândalo desnecessário para mim. Quero dizer – tirou a trava da arma, se preparando para atirar a qualquer momento – não é como se eu não conseguisse lidar com isso...

– Diga logo, mulher. – Respondeu o mais velho, impaciente.

– Podemos fazer um acordo. O que aconteceu aqui foi que um negrinho tentou invadir a casa do senhor Prescott, pela janela. Mas logo o nosso detetive viu e tentou pará-lo, mas o ladrãozinho, assustado, atirou contra a cabeça dele. Não se preocupe com o resto, eu já tenho tudo sob o controle. A única coisa que você precisa fazer é servir de testemunha. O nosso "culpado" vai assumir a culpa, dizendo que não queria matar ninguém e todo aquele blablabá, repetindo toda a situação que eu falei.

– E o que eu iria ganhar com isso? Eu não sou como você, senhorita Collins.

– Será que não? Hum... E se eu te disser que sei o paradeiro daqueles alemães filhos da puta que se infiltraram no nosso país? Só para te deixar mais curioso, eles estão praticamente embaixo do nosso nariz – deu uma pausa e abriu um sorriso malicioso – estão aqui, em Sheerground. – Ao falar aquilo, o mais velho arregalou os olhos. – Temos um acordo, senhor Carvants?

Sheerground - A Era da ProibiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora