Capítulo 8 - Insegurança

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''...Ainda é cedo, amor

Mal começaste a conhecer a vida

Já anuncias a hora de partida

Sem saber mesmo o rumo que irás tomar...''- O mundo é um moinho, Cartola.


Observo pelo vidro Reid sorrindo alegremente para Garcia que fala algo, vejo os outros também felizes à sua volta, percebendo a loirinha namorada/ficante meio afastada dos demais, olhando para o grupinho. Mantenho-me fora, insegura em entrar e me deparar com o Spencer antigo. Assisto eles conversarem, até ver Emilly atender o telefone e vir em minha direção, saindo pela porta. Ela me olha desconfiada, estranhando não estar lá dentro. Apenas dou de ombros, escutando—a falar algo para pessoa do outro lado da linha e desligar.

— Acho que temos que ir...— menciona chateada e entorta boca. Balanço a cabeça, a vejo caminhar para dentro da sala novamente, possivelmente para avisar os outros. Dou uma última espiada e me afasto para o corredor, os esperando.

— Se você quiser ir vê—lo e nos encontrar na agência...— Emlly sugere ao retornar do quarto, com Rossi e Matt. Arregalo os olhos e balanço as mãos, negando.

— Vai lá, garotinha — Rossi diz, batendo de leve em meu ombro e seguindo com os outros dois para fora. Travo meus pés no corredor, não sei se estou pronta para voltar a minha rotina habitual de sempre com ele, essa talvez não seja minha rotina favorita. Luke passa ao meu lado, seguido por JJ e logo em seguida Tara.

— Se você não for lá, eu te deixo careca — ameaça baixinho passando por mim e lança um olhar assustador. Involuntariamente, passo as mãos no cabelo. Maldade isso. Coço a garganta, sentindo uma imensa vontade de fazer xixi surgir na minha bexiga. Ok, eu estou nervosa. Caminho mais alguns passos, a procura de alguém que possa me dizer onde há um banheiro. Não levo muito tempo até achar um grupo de enfermeiras conversando.

— Oi, tudo bem, meninas? Onde tem um banheiro? — pergunto educada. A mais alta olha em volta e franze a testa.

— Nesse andar, os banheiros ficam nos quartos. Você pode usar o banheiro compartilhado do paciente que você está visitando — responde, enrugou a testa e lhe olho confusa.

— A cada dupla de quarto, existe um banheiro...Como esse andar os pacientes não costumam estar acordados e as visitas tem pouco tempo, não há necessidade de um banheiro para cada quarto — explica uma ruiva simpática, notando minha confusão. Balanço a cabeça, demonstrando entender seu ponto.

— Eu estou visitando o quarto do garoto em coma que acordou — informo, tentando obter permissão para usar o banheiro.

— Claro — a enfermeira alta fala, olha para sua prancheta e enfia sua mão no bolso — Aqui a chave — me entrega, solicita. Franzo o cenho, mas agradeço com a cabeça. Caminho de volta para o quarto, dando tempo de encontrar com Penelope saindo do quarto.

— Os dois vão conversar — ela fala, parando ao meu lado. Lhe olho questionadora — Os pombinhos, ou quase pombinhos...ou ex pombinhos — levanto a sobrancelha, ainda perdida — O Reid e a Maxine — sussurra.

— Por que ex pombinhos? — questiono curiosa, quase soltando um sorriso. Credo, Marie.

— Ele falou que precisava falar com ela sério — pronúncia, levo a mão ao peito e ergo as sobrancelhas, a vendo confirmar com a cabeça.

— Se cuida, encontro com você mais tarde — se despede rápido, parecendo acordar da nossa fofoca. Mordo o lábio e encaro a porta mais a frente, dou alguns passos para trás e abro a porta ao meu lado, encaro a chave em minhas mãos e sorrio. Não seria errado ouvir a conversa por trás da porta do banheiro, certo? Afinal, eu só estou, inocentemente, fazendo minhas necessidades e por minhas necessidades, quero dizer, ouvir o que eles tinham para conversar, se não a fofoqueira que tem em minha morreria.

Sam To Molly • Criminal MindsOnde histórias criam vida. Descubra agora