''Adoro sua mão atrevida
Seu toque, seu simples olhar
Já me deixa despida...'' - A Loba, Alcione.
Dou uma última ajeitada nas minhas madeixas, antes de tocar a campainha. Spencer podia ter me dito qual a vibe que nosso jantar terá, da última vez quando me emperiquitei toda fomos tragicamente interrompidos. Ainda vou me vingar mortalmente do trabalho. Espero, espero e espero. Pisco os olhos ligeiramente, tentando escutar algum som vindo lá de dentro. Levo a mão novamente até a campainha e a toco, então escuto passos apressados sobre o piso de madeira vindo até a porta. Sorrio de lado e vejo a maçaneta da porta mover e Spencer Reid me abençoa com a deliciosa visão de seu corpo em um traje formal, um conjunto de terno preto, camisa social branca e uma gravata vermelha, que sem querer combina com a cor do meu vestido. O melhor acessório de pessoas bonitas, realmente é o rosto, pois o sorriso que vejo estampado no rosto dele rouba toda minha atenção.
— Red? — percebo que ele estala os dedos na frente do meu rosto e olha sério. Mordo lábio e sorrio de canto, ajeitando novamente o cabelo.
— Estamos de casal hoje pelo jeito — aponto para a gravata e meu corpo. Ele aperta os lábios, olhando para o próprio pescoço e depois para mim, demorando mais que o imaginado. Eu intencionalmente coloquei o vestido de seda mais curto que tinha, qual propositalmente sobre apenas o necessário para não ser presa por atentado ao pudor? Mas é claro que sim, é mais fácil para tirar e às vezes nem precisa tirar, mas ele não precisa saber das minhas intenções — Perdeu alguma coisa aqui? — agora eu quem estalo os dedos na frente do seu olhar baixo, fazendo com que ele se volte rapidamente para meu rosto e sorria de lado.
— Acho que vermelho é a sua cor, Marie — sorrio em descrença com seu comentário, não sei se interpreto como elogio ou como uma piadinha ao meu sobrenome. Balanço a cabeça em negativa e lhe olho meiga, esperando que me convide para entrar. Ainda com os olhos sobre mim, ele guarda as mãos no bolso da calça social e apoia o corpo na porta, sério.
— A gente vai jantar no corredor? — confusa, coloco as mãos na cintura e inclino a cabeça, Reid nega, mas continua parado. Faço careta e caminho em direção a porta, tentando entrar em seu apartamento, mas ele agilmente intercepta meu caminho. Lhe direciono um olhar ainda mais confuso, sentindo as mãos dele embrenharem em minha cintura, fazendo com que meu vestido suba um pouquinho.
— Boa noite...— sorri e passa sob uma das mãos pelas minhas costas, juntando nossos corpos. Sorrio e nego com a cabeça, abraçando a cintura dele e apreciando o corpo quente junto ao meu. Como pode, ele está sempre quente, é tão gostoso e confortável.
— Verdade...A gente não dormiu junto ainda para você não me cumprimentar, encosto — mordo o ombro dele, sentindo os braços me apertarem mais — Posso entrar na casa ou vou ter que implorar de joelhos? — se eu ajoelhar nessa madeira com meus joelhinhos amostra, não vai ser comida que eu vou pedir. Afasto o tronco dele para conseguir encará-lo, aperto os lábios e recebo um olhar baixo, analítico.
— Vem cá, vem...— inclino a cabeça, confusa, mas sinto a sua mão em minhas costas subir mais um pouco, passando-a pela nuca para então arrastar o meu cabelo para o lado. Fecho os olhos, esperando por um beijo, mas minha pele praticamente se arrepia toda ao sentir a ponta do nariz dele se arrastando pelo pescoço descoberto e percorrendo até minha clavícula, parando apenas na alcinha do vestido. Aperto as mãos na cintura de Spencer, surpresa com sua atitude quase animalesca, ele praticamente me farejou e eu gostei, claro. Fica a vontade, lindo — Você cheira tão bem... — ele sussurra e me abraça novamente, deixando-me perdidinha. Eu amo como sua voz sai mansa nesses momentos.
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Sam To Molly • Criminal Minds
Hayran KurguE se, de repente, você tivesse a capacidade de enxergar coisas que não deveria? Não coisas exatamente, mas pessoas! Pessoas que não deveriam estar onde elas estavam no exato momento que você decidiu olhar para elas, entretanto no meu caso não são pe...