Romântico Anônimo.

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"Dois anos juntos, mas esses dois anos foram apenas de amizade ao seu ver. Eu não podia fazer nada, já que sou um completo imaturo e tão covarde ao ponto de não conseguir me declarar para você da forma que você merece. Jisung, desde o momento que te vi, de repente me apaixonei por você, mesmo sabendo que você nunca deve ter ouvido falar de mim. Eu sempre vivia sozinho naquela escola, por ser frio com as pessoas, e ninguém queria fazer amizade comigo. Mas com você foi diferente; você aceitou de boa fazer o trabalho comigo e não ligou para o que as outras pessoas falaram de mim para você. Pode ter certeza de que não irei esquecer desse dia e do quão bom você foi comigo.

Por você, cada dia venho tentando ser uma pessoa melhor, alguém que consegue expressar qualquer tipo de sentimento, seja de amor, alegria ou tristeza. Eu conseguia me expressar melhor, mas com você nunca consegui no sentimento de amor e paixão. Já pensei inúmeras vezes em como me declarar para você e, quando finalmente tive um pouco de coragem, você começou a ficar com alguém. Nesse momento, a minha esperança, que quase não existia, morreu. Mas você estava feliz... então como eu iria reclamar? Ver você sorrir já me traz felicidade.

As flores que você costumava receber eram minhas. Doía tanto ver você segurando ou beijando outra pessoa, achando que foi essa pessoa que te deu as flores. Confesso que chorei noites no colo da minha mãe e do Hyunjin. Mas eu não podia fazer nada se sou tão covarde. Minha mãe não sabia sobre minha paixão por você, então ela apenas ficou lá, me escutando chorar.

Comecei com as cartas por insistência do Hyunjin, que era o único a saber dos meus sentimentos por você. Mas, para falar a verdade, a maioria das cartas foi ele quem escreveu, porque eu sou péssimo com palavras, mesmo tentando me esforçar. Agora você deve estar se perguntando o motivo dessa carta assim do nada. É porque agora eu tive a porra da coragem para me declarar para você, mas essa vai ser a minha última carta, e ontem foi a última vez que a gente se viu. Faltei à escola hoje porque vou me mudar de cidade e minha mãe não tem data de retorno para Seul, então sinceramente não sei quando volto, Jisung. Mas saiba que ainda tenho aquele retrato que tiramos juntos e vou levá-lo comigo para qualquer canto que eu for. Porque eu te amo, Han Jisung, e me desculpe por ser tão covarde e me declarar desse jeito para você.

— Lee Know/Romântico Anônimo."

Jisung terminou de ler a carta entre lágrimas, por não ter percebido antes que era Minho quem enviava flores e cartas quase todo dia. Seu melhor amigo e seu amor nunca teve coragem de falar para o Lee sobre seus verdadeiros sentimentos pelo moreno, mas agora já era tarde, pois Minho já havia ido embora para outra cidade. Mesmo ficando com outros caras, ele nunca sentiu amor real por eles, apenas por Minho. Mas achava que o amigo não o via dessa forma, então guardou esses sentimentos para si e fingiu que não existiam.

— Minho... — pegou o retrato que os dois haviam tirado no dia do seu aniversário de 17 anos, e daí só vieram lamentações de Jisung por não ter percebido antes.

— Jico? — seu irmão abriu a porta do quarto por ter escutado o outro chorar. — O que aconteceu, Jico? — foi até o irmão, abraçando-o de lado.

— O Minho... Ele foi embora — soluçou alto, vendo o irmão dar um sorriso triste antes de abraçar com força o menor. — Era ele, como eu posso ser tão idiota? — deu a carta para o irmão que leu, assim como as outras que seu irmão recebia.

— Ji, tenta mandar mensagem para ele — disse assim que terminou de ler a carta.

— Ele me bloqueou... ontem — riu sem humor. — Ia perguntar o motivo hoje, mas, como você já sabe... Ele faltou para ir a outra cidade — enxugou as lágrimas, mesmo sabendo que iria deixá-las cair novamente.

— Ele vai voltar, Ji, sei que vai — deu um beijo na testa do menor. Escutou seu celular tocar e teve que sair. Tirou o celular do bolso, vendo na tela o contato de Minho, e logo atendeu.

Felix?

— O próprio.

Desculpa...

— Não foi sua culpa, Minho. Então não tem que se preocupar.

Mesmo assim, desculpa... Me fala que o Ji não tá mal, por favor — seu tom de voz era embargado.

— Ele tá, Minho. Ele tá muito mal.


Romântico Anônimo | 𝗠𝗶𝗻𝘀𝘂𝗻𝗴Onde histórias criam vida. Descubra agora