Seven

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Abro a porta do quarto e me surpreendo ao ver Stella encostada na parede do outro lado do corredor

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Abro a porta do quarto e me surpreendo ao ver Stella encostada na parede do outro lado do corredor. Depois do que fiz ontem, achei que ela me evitaria por pelo menos uma semana. Ela está usando umas quatro máscaras no rosto e dois pares de luvas nas mãos, seus dedos segurando com força o corrimão de plástico da parede. Conforme se mexe, sinto um perfume de lavanda.

O cheiro é bom. Provavelmente é só o meu nariz desesperado por outro aroma que não o de água sanitária.

Dou um sorriso.

- Você é minha proctologista?

Ela me lança o que eu suponho ser um olhar de frieza, pelo o que consigo ver de seu rosto, e estica o pescoço para espiar o meu quarto. Olho para trás para ver o que ela está vendo. Livros de arte, o AffloVest na beira da cama da vez que arranquei assim que Barb saiu do quarto, meu caderno de desenho aberto em cima da mesa. Basicamente isso.

- Eu sabia - ela diz, por fim, como quem acaba de achar a resposta de algum mistério saído de uma história do Sherlock Holmes. Ela estica sua mão protegida por duas luvas. - Deixa eu ver seu cronograma.

- Você está brincando, né?

Nos encaramos por um tempo, seus olhos castanhos me fuzilando enquanto tento revidar com uma expressão igualmente ameaçadora. Mas estou entediado, e a curiosidade é mais forte do que eu. Revirando os olhos, dou meia volta, entro no meu quarto e procuro o maldito papel que, a essa altura, deve estar em algum aterro sanitário por aí.

Tiro algumas revistas do caminho e olho embaixo da cama. Folheio algumas páginas do meu caderno de desenhos e até olho embaixo do travesseiro, mas não está em lugar algum.

Eu me endireito e faço que não com a cabeça.

- Não achei. Foi mal. A gente se vê.

Mas Stella não se mexe. Ela cruza os braços, desafiadora, recusando-se a sair. Então eu continuo procurando, olhando em todos os cantos do quarto enquanto Stella, impaciente, bate o pé no chão do corredor. Não adianta. Esse negócio está... Espera.

Vejo meu outro caderno de desenhos em cima da cômoda, o cronograma amassado na parte de trás dele, dobrado e quase caindo das páginas minúsculas.

Minha mãe deve ter escondido para evitar que ele fosse parar na lixeira. Pego o papel, vou até a porta do quarto e o entrego para Stella.

- Não que isso seja da sua conta, mas...

- Ela arranca o papel da minha mão e apoia as costas contra a parede do outro lado do corredor, lendo com pressa, procurando alguma coisa nas colunas e linhas que transformei em um desenho, imitando um dos níveis do Donkey Kong, enquanto minha mãe e a dra. Hamid conversavam. Fiz as escadas em cima da informação da dosagem, os barris rolando ao redor dos nomes dos remédios, a mocinha, aflita, gritando: "SOCORRO!" no canto esquerdo, ao lado do meu nome. Genial, não?

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⏰ Última atualização: Sep 07 ⏰

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