Gabriel e Beelzebub

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O interior do carro estava escuro. As janelas do carro embaçaram lentamente enquanto o beijo se aprofundava, os suspiros e sussurros se misturando com o som suave da música tocando no rádio.

A luz suave do painel do carro iluminou seus olhos, refletindo o desejo queimando entre eles. Crowley deslizou uma mão pela coxa de Aziraphale, fazendo-o gemer.

- Não é apropriado fazer isso no carro. Mas, oh, como eu desejo…- Falou Aziraphale, quebrando o beijo.

Aziraphale e Crowley se perderam em um beijo apaixonado. Suas mãos exploravam o corpo um do outro, revelando um enorme desejo.

As roupas começaram a ceder à urgência do momento, mas as palavras deles eram apenas de desejo e consentimento. Cada movimento, cada suspiro, era um elo na dança sedutora que compartilhavam.

         






***

No dia seguinte, Gabriel e Beelzebub estavam trabalhando em um projeto juntos, na empresa de tecnologia em que são funcionários. Eles se encontraram em uma pequena sala de reuniões com pastas cheias de documentos e gráficos. Ambos estavam vestidos com seus melhores ternos, tentando impressionar com profissionalismo. Gabriel começou a explicar a primeira parte do projeto, mas logo viu que Beelzebub estava  desenhando em sua folha de papel.

- Beelzebub, você está prestando atenção?

- Oh, claro, Gabriel. Estou apenas fazendo algumas observações criativas.

Beelzebub  continuou a desenhar enquanto Gabriel suspirou, sentindo a frustração aumentar.


***

Alguns dias depois, Gabriel estava em seu intervalo para o café, distraído com seus pensamentos. Beelzebub estava  em uma mesa próxima, lendo um livro chamado  “ a profecia”. Seus olhares se cruzaram e eles sorriram um para o outro, apesar de Gabriel ter sorrido apenas por educação.

Beelzebub pegou seu café e seu livro  e sentou-se à mesa com Gabriel.

- Olá, como está Gabriel?

- Eu vou bem. - Falou Gabriel, apesar de não entender o porque Beelzebub havia ido conversar com ele, mas decidiu tentar puxar assunto.- O que você está lendo agora?

- Apenas um livro de terror. Nada de muito especial.

- Ah, entendo. Livros  podem ser uma ótima maneira de relaxar a mente.

- Sim, são uma fuga temporária da realidade.

  Eles tomaram seus cafés em silêncio por um momento.

- Você já encontrou algo interessante no livro?- Perguntou Gabriel, curioso.

- É cedo demais para dizer. A história ainda está se desenrolando.


***

Enquanto isso, Gabriel começou a frequentar a livraria em que Crowley trabalha, tentando seduzi-lo e ganhar sua atenção. Ele estava determinado a separar o casal. Porém, seu plano estava falhando, pois Crowley continuava amando Aziraphale.

Gabriel continuou suas tentativas fracassadas para seduzir Crowley. Em uma ocasião, ele apareceu na livraria usando um terno muito extravagante.

- Gabriel, você parece que está prestes a participar de um desfile de moda, não  comprando livros.- Falou Crowley, com um sorriso irônico.

- Bem, eu gosto de manter os padrões elevados. - Falou Gabriel, com ar de superioridade.

- Parece que alguém está confundindo uma livraria com uma passarela.- Sussurrou Aziraphale no ouvido de Crowley.


***


Alguns dias depois, enquanto  Gabriel e Beelzebub trabalhavam juntos no projeto da empresa, acabaram ficando presos em uma sala de reuniões durante uma tempestade de trovões. A energia acabou e a porta trancou automaticamente. Gabriel e Beelzebub, que estavam revisando documentos e discutindo estratégias de trabalho, ficaram momentaneamente chocados.

- Bem, isso é inesperado.- Falou Gabriel.

- Aparentemente, até a eletricidade quer nos manter trancados aqui.

Com a ausência de luz, o medo do escuro começou a se instalar. Os relâmpagos ocasionalmente iluminavam a sala, revelando silhuetas fantasmagóricas de móveis e objetos. Gabriel e Beelzebub trocaram olhares tensos, mas Beelzebub tentou manter o espírito:

- Não se preocupe, Gabriel, tenho certeza de que a energia será restaurada em breve.

- Espero que sim. Mas até lá, o que devemos fazer? Continuar a discutir estratégias no escuro?

- Bem, talvez isso seja uma oportunidade para uma abordagem mais criativa. Sem distrações visuais, podemos nos concentrar apenas nas ideias.

Os dois começaram a discutir o projeto, com Beelzebub ditando sugestões e Gabriel anotando-as em um caderno usando uma caneta com uma luz de lanterna fraca.

No entanto, quando outro trovão ecoou lá fora e um raio iluminou brevemente o espaço, eles se viram agarrando seus assentos com tensão. Beelzebub, percebendo que Gabriel estava claramente desconfortável, tentou se distrair  e distrair o seu colega.

- Bem, Gabriel, acho que agora podemos considerar nossa reunião uma 'tempestade de ideias', literalmente.

- Você tem razão, Beelzebub. Pelo menos não estamos sozinhos nesta 'tempestade'.  -  Falou Gabriel, enquanto ria.

***

Aziraphale e Crowley estavam deitados na cama. A suave luz da lua que entrava pela janela iluminava suas feições, destacando a inquietação nos olhos de Aziraphale.

Crowley, com uma expressão de preocupação, deslizou delicadamente os dedos pelo braço de Aziraphale, criando pequenas sensações de arrepio em seu corpo.

- Algo está te incomodando, meu anjo?

- Bem, Crowley, às vezes eu me sinto tão... inadequado. Você é tão elegante, tão interessante, e eu, bem, não sou exatamente o modelo de perfeição. Gabriel está certo. Não entendo porque você está com alguém como eu e não com alguém como…ele.

- Aziraphale, você é perfeito do jeito que é. Seu corpo é uma obra de arte, cada traço, cada curva, é único e belo. E, acima de tudo, o que eu adoro é a alma incrível que vive dentro desse corpo. E eu não namoraria o Gabriel. Ele é irritante e não se compara a você.

  Aziraphale suspirou e disse:

- Isso é lindo, querido. Eu fico muito feliz por saber que você pensa tudo isso de mim, mas não sei se deveríamos continuar juntos. Ainda acho que você merece coisa melhor.

- É sério? Parece que não importa o que eu te diga você continua se desmerecendo. E agora está falando que mereço alguém melhor. Eu quero namorar VOCÊ, entendeu? - Gritou Crowley.- Eu te amo, porra!

Lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Aziraphale. Os dois se abraçaram e ficaram ali por um tempo, em silêncio.





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