Capítulo 2 - Afogado em Dúvidas

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  Sunny encarou seu antigo amigo de infância por mais alguns segundos, ainda raciocinando oque estava acontecendo, depois de mais um tempo ele termina de pensar.

Sunny: -Eu não acho que é uma boa hora.

Kel: -Por favor, eu prometo que eu vou ser rápido!

Sunny: -Você não pode só falar aqui mesmo não? Não é uma boa hora pra você entrar.

Kel: -Tá tá, tá certo.

Kel: -Então...eu gostaria de saber duas coisas, a primeira é se você se importaria de amanhã, caso dê, passar a manhã comigo, um negócio bem rapidinho só pra gente lembrar da nossa amizade.

Sunny: -Eu acho que eu consigo...minha mãe só chega próxima semana então eu não preciso de permissão.

Kel: -Ha...que ótimo!

Kel: -E a segunda coisa é, por que você se isolou durante esse tempo todo?

Sunny: -Eu...eu realmente não quero falar sobre isso.

Kel: -Certo certo, mas quando você quiser eu vou estar aqui, viu? 

Sunny: -Vi.

Kel: -Então é isso, só isso mesmo, tchau, Sunny!

Sunny: -Tchau...Kel.

 O esportista sai da casa do amigo pulando de alegria, enquanto Sunny só entra pra dentro de casa, de novo, e tranca a porta com força o suficiente para quase quebra-la.

No quarto de Mari e Sunny

  Mari estava deitada enquanto encarava o teto, seus pensamentos estavam afogados com a imagem do rosto de Hero, ela tentava mudar o seu foco mas não conseguia, uma onda de arrependimento e de dúvida percorre por todo o seu corpo, "Será que assim foi melhor?" era a pergunta principal que sua mente a fazia, sua linha de raciocínio é cortada quando Sunny entra no quarto.

Sunny: -Mari?

Mari: -Oque foi...


Sunny: -Você tá bem?

Mari: -Eu pareço bem pra você?!

Sunny: -...Não muito.

Mari: -Então pronto! Me deixe em paz...

Sunny: -Você não acha que a gente devia tentar falar com eles de novo?

Mari: -Pra que?! A gente se isolou de todo mundo justamente pra não ter que falar com ninguém, né? E aqui tá ótimo, só a gente e os nossos pais. 

Sunny: -Mas eles vieram até aqui, só pra tentar falar com a gente, até o Hero vei-

Mari: -Você, por favor, não mencione o nome do Hero aqui.

Sunny: -Mas vocês eram tão próximos, talvez ainda exista algo nele que por você!

Mari: -...Eu sou a irmã mais velha...era pra eu estar te aconselhando, não o contrário...

Sunny: -Mas irmãos são pra isso, quando um cai o outro o levanta.

  Uma lágrima escorre do rosto de Mari, que olha no fundo dos olhos do seu irmão, com um certo orgulho, para ela era impressionante o quanto que Sunny ficou mais maduro, talvez até mais maduro que ela.

Mari: -Verdade, mas mesmo assim!

Sunny: -Mari, por que você não quer ver ele?

Mari: -...

  O mais novo espera a resposta da irmã mais velha, olhando ela nos olhos.

Mari: -Eu sinto vergonha, eu sinto vergonha de ter largado ele daquele jeito, por mais que ele não me odeie agora, eu nunca vou ter coragem de voltar a olhar para o rosto dele de novo.

Sunny: -Mari, você vai conseguir, ele não te odeia, não tem como te odiar, você é perfeita.

Mari: -Não sou não...eu tô longe de ser.

Sunny: -Mas, você é o melhor que você consegue ser pelo menos! 

Mari: -Sunny...eu não vou, me desculpe, eu sou fraca demais para fazer isso.

Sunny: -Certo...

  A garota vê que o seu irmão ficou um pouco triste com a sua resposta e com o ar pesado no ar, ela passa os dedos nos cabelos pretos do mais novo para tentar elevar o seu humor.

Mari: -Mas ei...por que você não tenta falar com o Kel? A amizade de vocês era tão linda, pelo menos ao meu ver na época, não tô te pressionando a nada-

Sunny: -Mari, eu vou ver ele amanhã.

Mari: -Haha...você realmente tá muito adiantando pro meu gosto, nem parece que é mais meu irmão mais novo.

Sunny: -É que...eu acho que o tempo que a gente passou aqui me fez refletir muita coisa, e eu acho que eu até vou conseguir ser uma pessoa melhor, mais interessante, apesar de tudo.

Mari: -Entendo...que bom que você conseguiu algo bom no meio de tudo.

Sunny: -Eu vou descansar a cabeça um pouco, eu não dormi direito...

Mari: -Certo certo, pode ir.

  O irmão de Mari se deita na cama e cochila em dentro de cinco minutos, Mari apenas o observar, novamente com orgulho, ela vai até o computador do quarto para tentar se distrair e acaba se vendo no reflexo da tela, não parecia eminente mas aos olhos de Mari ela estava com uma cara tão fraca, derrotada, então ela desiste de fazer qualquer coisa e vai descansar também.

Na casa de Kel e Hero

  Kel procura as chaves de casa no seu bolso, porém não as acha, ele bate na porta e espera um pouco, até que quem abre é Hero.

Hero: -Eae, como foi?

Kel: -Por incrível que pareça, deu tudo certo. 

Hero: -Que bom, então...Conseguiu falar com a Mari?

Kel: -Cara, eu nem consegui falar com o Sunny direito, ele tá diferente, tá mais calado que o normal...

Hero: -Também, Kel, esse tempo todo dentro de casa, a pessoa acaba se distanciando da sociedade como um todo.

Kel: -Mas bem, voltando a Mari, ela também parece que mudou muito, você percebeu né?

Hero: -Sim eu vi, ela parecia muito agressiva, mas ao mesmo tempo parecia que estava com medo de algo, ela tava muito tensa só de ver nós dois. 

 Kel: -Pode crer.

Kel: -Você acha que em algum momento ela vai querer falar com a gente?

Hero: -Eu não sei, mas se ela não quiser a gente tem que respeitar o espaço dela.

Kel: -A, eu ia esquecendo de te contar, eu conseguir convencer o Sunny de eu passar a manhã com ele! Ele foi até bem compreensível em relação à isso. 

Hero: -Que ótima notícia! Pelo menos vocês tão conseguindo retomar algo...

Kel: -Relaxe, mano, você vai conseguir também!

  A conversa é interrompida pela mãe de Kel que chama os dois filhos para jantar, eles vão para a mesa e começam a comer em família junto com o pai, mas logo a senhora se levanta da mesa para cuidar da filha mais nova, Sally, isso acontecia toda vez que mãe de Kel se sentava na mesa para descansar, já era quase que uma rotina, mas ela adorava. 

Kel: -Ei, Hero.

Hero: -Uhm?

Kel: -Você acha que eu devia chamar a Aubrey pra ir comigo amanhã?

Hero: -Olhe, você marcou com o Sunny, só você e ele, talvez não seja uma boa ideia.

Kel: -Verdade...

Hero: -Mas talvez você devesse só contar pra ela do que aconteceu hoje, afinal ela é sua amiga também!

Kel: -Você tem razão! 
 
  Kel termina de comer vai direto para o seu quarto, ignorando os chamados de sua mãe para ajudar a lavar a louça, sobrando para Hero.
  O moreno procura o seu celular no meio da bagunça que se encontrava o seu quarto, mas acaba o achando depois de cinco minutos de procura, ele liga para Aubrey que atende bem rápido.

*Click*


Aubrey: -Oque foi?!

Kel: -Vou direto ao ponto, eu consegui falar com o Sunny hoje!

Aubrey: -E você só me avisa agora?! E como é que foi?

Kel: -Foi...minimamente estranho, ele tava estranho, a Mari tava estranha, nada tava normal ali.

Aubrey: -Mari...quanto tempo que eu não ouço esse nome...

Kel: -Sim, e o Sunny também tava com um tapa olho em um dos olhos, acho que era algum machucado.

Aubrey: -As vezes eu andava perto da casa dele, e quando eu o via, ele tava com um tapa olho no rosto, no início eu achei que era alguma de alguma fantasia idiota dele, mas pelo tempo que ele está com aquilo, deve ser algo sério.

Kel: -Quanto tempo que ele tá com aquilo?

Aubrey: -Olhe...ano passado eu me lembro que ele ainda tava com esse tapa olho.

Kel: -Que??? Esse tempo todo?!

Aubrey: -Pois é, menino.

Kel: -Bom, então era só isso mesmo, amanhã eu conto pro Basil.

Aubrey: -Você acha uma boa ideia? Ele ficou muito sensível quando o Sunny se isolou...Talvez ele não saiba lidar com essa notícia agora.

Kel: -Mas eu vou fazer oque?

Aubrey: -Ficar quieto né, seu idiota.

Kel: -Uma hora ele vai ter que saber...

Aubrey: -Mas não agora! Vamos esperar um pouco, quando você se encontrar com o Sunny você me conta como foi?

Kel: -Conto, pode deixar.

*Click*

  O esportista desliga o celular e se deita, tentando dormir, porém estava ansioso para saber como seria o dia de amanhã, ele estava ansioso principalmente para que Sunny o falasse algo sobre o motivo desse isolamento todo, durante todo esse tempo.



Continua...

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