Além do orgulho. - (Poseidon)

capítulo Dez

Capítulo anterior...

Talvez minha vida seja um tédio nesse lugar, queria tanto voltar pra casa que frustrante...
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Cansado... Essa é a palavra que está me resumindo. Caminho pelos corredores, indo na direção dos meus aposentos. Única coisa que ouço, são meus passos ecoando pelos corredores.

Parei... de frente as portas dos meus aposentos. Mas não ouço absolutamente nada, não sinto nenhuma presença vindo do cômodo. Peguei nas maçanetas e então  virei elas assim sentindo as portas abrindo.

Ao ver o lado de dentro, entro. Olho ao redor... Analisando cada canto, mas não a vejo em lugar nenhum. Não sinto sua presença nesse lugar...

Por que ela não está aqui? Fiz todos os meus afazeres tão rápido, terminei tudo que tinha para fazer... Só para vê-la, queria vê-la o mais rápido possível.

Eu tinha essa necessidade...

Olhei na direção da porta do banheiro, e então caminhei na direção dela e peguei na maçaneta. Sentir a porta abrindo e então a empurrei suavemente assim podendo ver o banheiro... Ela também não está aqui...

Onde ela está...? Por que não está aqui...? Onde ela foi...?

Esses perguntas se repetiam na minha mente várias vezes.

Olhei na direção da banheira vendo-a arrumada, da forma que ordenei. Comecei a tirar as minhas vestimentas calmamente e então caminhei na direção da banheira e entrei na água, sentindo o quanto está morna.

Está perfeito...

Sentia o cheiro do perfume das pétalas das flores, que estão boiando na água. Ouço batidas fracas na porta.

-Entre... - Disse autorizando a entrar, ouvir seus passos atrás de mim... Olhei na direção dela pelos cantos dos olhos.

Está ajoelhada, e com a cabeça baixa... Quieta e calada. Esperando por minhas palavras.

-Onde ela está? - Perguntei enquanto ouvia minha voz fazendo eco pelo banheiro.

-vossa graça, preferiu dormir longe... Meu lorde. - Dália disse matendo-se de cabeça baixa e curvada perante a mim...

-O que levou a ela tomar essa decisão? - Perguntei enquanto olhava para frente, assim vendo o aquário de peixes de frente a banheira.

-Minha senhora, disse que não existe amor em vossa união... - Dália respondeu se levantando e saindo do banheiro, depois de ver meu sinal para ela ir... Estou olhando para a água, vendo meu reflexo.

Arregalei meus olhos, podia sentir uma angústia dentro de mim... Um sentimento que nunca sentir antes. Suspirei ainda me olhando no reflexo da água...

-Ela não gosta de mim... - Disse para mim mesmo, enquanto sentia dor da rejeição.

Nunca sentir que a dor da rejeição fosse tão dolorosa assim... Eu fiz tudo que estava ao meu alcance, e mesmo assim nunca fui notado por ela, porque? O que eu fiz de errado?

Eu me sinto louco por ela, isso faz meu peito doer. Uma dor que tão angustiante... Me levantei da banheira com a mão em meu peito. No lugar que se encontra meu coração...

Peguei o roupão e o vesti, sair do banheiro. Olhei na janela vendo os animais marinhos,  me sentei na cama encostando minhas costas na cabeceira da cama... Sinto meus olhos lacrimejar.

Então essa é a sensação de um coração partido? É horrível... Terei que passar uma noite sem olhar pro rosto dela adormecido, sem ouvir sua voz. Isso é frustrante, tão angustiante... Torturante...

Minha respiração começou a ficar ofegante... Agarrei o tecido do roupão, e então sentir meu peito doer mais. Será que algum dia ela me notará? Será que algum dia ela perceberá que eu a amo?

Sentir me deslizar na cama assim me deitando no colchão, e sentindo a maciez do colchão e dos lençóis. Me virei lentamente para olhar o lugar que está vazio, que deveria ser dela.

Deslizei minhas mão pelo colchão, deslizando na direção do lado desocupado  e sentindo o quanto está frio... Eu sonhei com ela por longos 18 anos, lembrar da sensação dos seus lábios juntos aos meus é um verdadeiro bálsamo para a minha alma inquieta.

Quero vê-la, quero senti-la, quero ouvi-la... E única nesse mundo que tenho interesse de ouvir... Ela se tornou minha obsessão.

6:00 da manhã...

Acordei me sentindo deprimido, há um silêncio irritante nesse lugar... Não dormir nada durante a noite, pois ela esteve em meus sonhos e pensamentos durante a madrugada.

Adormeci por apenas duas horas, e agora única coisa que vejo são os peixes pela janela... Mas olhei na direção das portas ouvindo batidas leves.

Me levantei calmamente, enquanto sentia os lençóis deslizar por meu corpo. Me sentei na cama e então apoiei minhas costas na cabeceira.

-Entre. - Disse ouvindo as portas sendo abertas, e então passos ecoaram.

Sentir a presença de um criado ao meu lado, colocando a bandeja em meu colo... Estou vendo a xícara de café, e as torradas com geleia.

Não sinto fome...

-Onde ela está? - perguntei enquanto voltava a olhar para a janela, e assim vendo os animais marinhos.

-A imperatriz, ainda não despertou... Meu senhor. - Proteus respondeu rapidamente enquanto se curvava, e andou na direção das portas. Assim sendo seguido pelo criado que trouxe o café da manhã.

Ouvi as portas sendo fechadas suavemente, para não fazer barulho... Voltei encarar a comida, peguei a bandeja e a coloquei no colchão ao meu lado.

Não sinto fome, não desejo comida no momento... Não é isso que quero. Eu quero ela. Me virei na cama assim colocando meus pés no piso frio, e então me levantei da cama e caminhei lentamente na direção da janela.

Toquei no vidro da janela, vendo os peixes fazer uma fila na frente da minha mão... Deslizei minha mão pelo vidro vendo-os segui-la. E então a deslizei novamente vendo-os segui-la pela segunda vez.

Há algo que me perguntei a noite inteira, uma pergunta que fica se repetindo várias vezes na minha mente...

-Sera que algum dia, ela me notará? - Me perguntei enquanto observava os peixes que estão atrás da janela.

Se esse dia existe... Quando ele chegará..?

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Continua...