Depois da batalha, vem as férias

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Harry Potter venceu a Segunda Guerra Bruxa e se tornou uma lenda em seu mundo. Bruxos de toda parte o parabenizavam e celebravam seus feitos. Mas ele ainda estava na escola, e após longos dias refletindo, Harry tomou uma atitude: ele iria voltar a Hogwarts, escola mágica que o formou e que se tornou seu lar, para cursar seu sétimo e derradeiro ano. Naturalmente, sua melhor amiga Hermione Granger influenciou bastante na decisão. Ela encheu os ouvidos de Harry sobre a importância de concluir sua educação mágica e aprimorar seus poderes.

- E eu sei que já aprendemos muita coisa durante os últimos meses, coisas que jamais veríamos na escola, mas lá é justamente o lugar certo para compartilhar experiências. Nossos colegas e professores vão adorar ouvir nossas histórias e aprender junto conosco!

Ronald Weasley, seu melhor amigo, até tinha pensado em não retornar para cursar seu último ano, no entanto, com a decisão de Harry, ele resolveu acompanhar tanto ele quanto Hermione, que também era sua namorada.

- Lá atrás, eu prometi que não iria mais largar vocês, e eu vou seguir cumprindo a minha promessa.

Luna Lovegood, sua outra melhor amiga, e Ginny Weasley, sua namorada, foram as que mais se empolgaram com a notícia. As duas estavam um ano abaixo de Harry, mas agora seriam da mesma classe que a dele, de Rony e Hermione.

- Será muito bom para mim ter mais amigos me acompanhando durante as aulas – comentou Luna, no mesmo tom vago e sonhador de sempre.

- E eu vou ter o meu namorado todinho pra mim! Ai, Harry, mal posso esperar pra gente chegar à Hogwarts, vamos poder ficar mais tempo juntos, nos curtindo, do jeitinho que eu sempre quis!

Harry sorriu ao se imaginar aos beijos com Ginny nos lugares mais fascinantes de Hogwarts. Ele já vira vários casais de adolescentes namorando em jardins e corredores desertos, mas prometeu a si mesmo ser mais cauteloso para evitar cair em detenção, como ocorreu com alguns deles.

"Seria um escândalo, a imprensa não perdoaria!", pensava ele.

Já outro amigo de Harry, Neville Longbottom, não ficou tão feliz assim com a notícia. Ele foi obrigado a permanecer na escola no ano anterior, foi automaticamente aprovado e ainda recebeu vários prêmios especiais das mãos da nova diretora, Minerva McGonagall, mas não poderia mais acompanhar aqueles que o ajudaram a evoluir do menino gordinho, frágil e inseguro para o líder forte que ele era agora.

- Eu me sinto como uma criança de novo, vou me juntar aos aurores e não terei nenhum amigo por lá.

- Relaxa, Neville, um ano passa depressa. Logo, logo Rony e eu estaremos com você.

Harry passou o resto das férias na casa dos Weasleys. Eles ainda viviam o luto pela perda de Fred, um integrante muito amado por todos, que também era um dos melhores amigos de Harry. Mas isso não significou que eles perderam a alegria de viver.

- Fred não iria querer nos ver tristes, e é em nome dele que nós devemos celebrar a vida! – exclamou George, seu gêmeo, que todos acreditavam que iria sofrer mais do que todos com a perda daquele que foi seu maior parceiro de travessuras.

Ele visitou várias vezes a casa de Andromeda Tonks, mãe de sua amiga Nymphadora e avó de seu afilhado Teddy. Harry ficou muito emocionado ao conhecer o pequeno pela primeira vez, e se entristeceu fortemente ao perceber que a história de vida dele era bastante semelhante à sua, pois os pais de Teddy, Nymphadora e Remus Lupin, foram mortos durante a Batalha de Hogwarts.

Andromeda deixou Harry ficar um pouco sozinho com o bebê. Teddy era pequeno, rosado e tinha um tufo de cabelos castanhos no topo da cabeça. Ele usava uma túnica azul, estava deitado no berço e cochilava. Por isso, Harry falou com ele aos sussurros:

- Teddy... Me perdoa por eu não ter conseguido trazer seus pais de volta! Eu vou cuidar de você, do mesmo jeito que eles cuidariam, do mesmo jeito que Sirius cuidou de mim... Eles eram pessoas maravilhosas, Teddy! E quando você ficar maiorzinho, a gente vai brincar muito, e eu vou te contar tudo sobre eles!

Teddy ainda era praticamente um recém-nascido, mas já estava começando a se desenvolver, e ele demonstrava gostar bastante de Harry. Quando via o padrinho, o bebê sorria, se agitava e seus cabelos mudavam para o azul celeste.

- Impressionante, ele puxou mesmo à mãe – comentava o Potter.

Harry tentou se preservar ao máximo durante aquele verão, só participou de alguns eventos onde sua presença era realmente necessária, e evitou festas e badalações até onde pôde. Ele não pretendia nem mesmo celebrar seu aniversário, recusou vários convites, mas não resistiu ao que Hagrid fez a ele.

- Acho que você não deveria recusar uma visita ao Cabeça de Javali. Vamos lá, Harry, deixa eu te pagar pelo menos um drinque! Você me deve isso, pelo susto que me deu lá naquela batalha!

Harry acabou assentindo, mas ao chegar lá, se deparou com o pub completamente lotado. Não era a imprensa, muito menos os fãs que estavam lá, e sim seus amigos. Todos os membros sobreviventes da Ordem da Fênix, da Armada de Dumbledore e mais alguns que lutaram ao seu lado na Batalha de Hogwarts decidiram comparecer para celebrar o décimo-oitavo aniversário do seu grande herói.

- A Harry Potter, o homem que nos libertou das trevas!

- Viva Harry Potter!!!

Depois de comer bolo, beber vários copos de cerveja amanteigada e de se divertir com as histórias de seus amigos, Harry foi chamado por Minerva McGonagall, a diretora de Hogwarts, para que eles tivessem uma conversa a sós:

- Harry Potter... Eu fico muito feliz que você tenha decidido retornar a Hogwarts. Foi uma sábia decisão. Eu temia que você fosse desistir de voltar, por causa de Dumbledore, sei como você o respeitava profundamente.

- Assim como eu também respeito a senhora, professora McGonagall!

- E como forma de expressar minha gratidão, eu faço questão de lhe entregar pessoalmente a sua carta de admissão a Hogwarts.

- Obrigado...

- Abra, abra o envelope!

Harry obedeceu e ficou surpreso ao encontrar um distintivo junto com a sua carta de admissão. Ele era dourado, com fundo vermelho, e Harry leu o que estava escrito nele em voz alta:

- Monitor-chefe?

- Sim, eu sei que o costume é escolher um monitor para a função, mas como o senhor decidiu ficar...

Harry ficou muito feliz em ter sido escolhido para ser monitor-chefe, e agradeceu bastante à Minerva McGonagall, mas não pôde deixar de ficar intrigado com o outro cargo que ele ocupava em Hogwarts antes de ele ter que abandonar a escola: o de capitão do time de quadribol da Grifinória. E ao não ver o seu distintivo de capitão junto com a carta, ele logo percebeu que não era mais o dono do cargo, no entanto, a própria diretora explicou as razões da troca:

- Bom, como o senhor se afastou no ano anterior, eu coloquei a senhorita Ginny Weasley para assumir o posto. O senhor está de volta, mas a senhorita Weasley não teve a chance de liderar o time de forma adequada, já que foi obrigada a se afastar da escola antes do ano acabar, por isso...

- Não, professora, está tudo bem! Eu não estou querendo ser capitão de novo, só perguntei por perguntar. A senhora agiu certo mantendo a Ginny no cargo, não tenho dúvidas de que ela será uma excelente capitã!

Harry contou aos amigos, tendo cuidado extra em dar a notícia ao Rony, por temer que ele ficasse insatisfeito e frustrado por ter sido preterido ao cargo de monitor-chefe, no entanto, a reação madura do ruivo surpreendeu a todos:

- Eu achei justo. Sempre achei que você tinha mais cara de monitor do que eu, Harry.

Mas ainda havia uma pessoa naquela festa que não estava tão satisfeita assim com a ida de Harry Potter à escola mágica, e esse alguém era o homem mais poderoso da Grã-Bretanha bruxa: o ministro da magia Kingsley Shacklebolt. Ele chamou Harry em um canto e disse:

- Você vai para Hogwarts... Ainda penso que você seria muito útil trabalhando comigo no Ministério, mas eu acho que essa não será a última vez que nos veremos neste ano. Fique atento, Harry, em breve, entraremos em contato.

O ministro se afastou de Harry, deixando-o intrigado. O que será que Shacklebolt planejava para ele?

E se Harry Potter tivesse voltado para Hogwarts?Onde histórias criam vida. Descubra agora