Já devidamente acomodado em Hogwarts, Harry respirou fundo e se deixou inebriar pelo ar otimista que tomava conta do ambiente. Até porque, pela primeira vez desde que ingressou na escola, ele iria ter um ano completamente normal. Nenhum colega desejava a sua morte, nenhum professor queria matá-lo, e não haveria Voldemort para tentar invadir a escola e ameaçar a sua vida.
Mas isso não queria dizer que Harry teria um ano parado, pelo contrário. Pois logo no banquete de boas-vindas, a diretora Minerva McGonagall divulgou a grande novidade do ano:
- E eu fico muito feliz em anunciar que estamos retomando a parceria com o Ministério da Magia para proporcionar aos nossos formandos a oportunidade de participar de estágios! Os interessados poderão escrever seus nomes em uma lista que ficará pendurada em nosso mural! Os com melhores notas e os que lutaram a favor da Ordem na Batalha de Hogwarts terão prioridade na escolha das vagas.
Tanto Harry quanto Hermione, Rony e vários outros amigos que integravam a Armada de Dumbledore se animaram com a notícia.
- Eu não acredito, Harry, vamos poder estagiar no Ministério! – exclamava a Granger, visivelmente a mais empolgada.
- Isso acontecia na época do Bill e do Charlie, e eles me contaram que eram oportunidades muito boas para os bruxos que estavam indecisos na escolha da carreira! – informou Rony.
- Acho que esse não é o meu caso, eu vou escolher um cargo que me permita continuar na luta pela igualdade de direitos aos elfos domésticos e às outras criaturas mágicas! E eu penso que tanto você quanto o Harry devem estar considerando seriamente trabalhar ao lado dos aurores, acertei?
- Na mosca, Hermione... – respondeu Harry, que já tinha esse ofício em mente.
O trio foi um dos primeiros a assinar a lista, e por ser quem eram, eles conseguiram exatamente as funções que desejaram. Mas Harry e Rony não foram os únicos a se juntar aos aurores, Dean Thomas, outro companheiro da Armada de Dumbledore, também estava no grupo.
- E pensar que perdi um ano inteiro fugindo daqueles malditos Comensais! Não vejo a hora de colocá-los atrás das grades! – dizia o rapaz, que foi impedido de entrar em Hogwarts no ano anterior por não ter conseguido comprovar suas origens bruxas.
- Eu não sei se nós vamos poder participar dos trabalhos de campo, Bill me disse que os estagiários ficavam com funções burocráticas, no máximo, cuidavam de casos mais simples, que não envolviam tanto perigo – informou Rony, o que cortou um pouco da animação de Harry e Dean.
- Mas nós vamos pelo menos poder dar um alô ao Neville, não é? – perguntou o Thomas, e os outros alegremente concordaram.
Neville Longbottom, que nas férias, havia confessado sua chateação por se ver longe de seus amigos da Grifinória, ficou muito contente em ver seus camaradas.
- Harry, Rony, Dean! Quanto tempo!
- Nem foi tanto assim, Neville, a gente se falou outro dia! – respondeu o Weasley.
- As garotas também tão aqui? A Luna, a Mione, a Ginny...
- Sim, mas em outros departamentos – respondeu Harry, e ele e os outros falaram a Neville que Hermione e Luna estavam no Departamento para Regulação e Controle das Criaturas Mágicas, enquanto Ginny foi para o Departamento de Jogos e Esportes Mágicos.
Esse estágio era de meio período, e acontecia duas vezes por semana. Isso reduziu bastante a carga horária dos formandos e o volume de atividades, mas essas e as outras ocupações os mantinham bem atarefados. Principalmente para os que também eram monitores e os que faziam parte de algum time de quadribol.
Harry, Rony e Hermione eram os mais requisitados dentre os estagiários. O chefe dos dois primeiros, Willem Williamson, estava encantado com a maneira dos mais jovens trabalharem, principalmente com as dicas quentes de como os Comensais da Morte agiam e trabalhavam, e as soluções que eles apresentavam para os problemas que volta e meia apareciam.
O desempenho deles chamou a atenção de Gawain Robards, o atual chefe do departamento. Na segunda quinzena de outubro, ele convocou Harry e Rony para uma breve reunião, na qual ele foi só elogios.
- Potter, Weasley, eu venho lhes observando há algum tempo, e devo confessar que nunca vi dois estagiários tão brilhantes! Não sei se os senhores têm planos para depois da formatura, mas se quiserem continuar trabalhando aqui, as portas estarão abertas!
Todavia, Hermione e Luna não contavam com a mesma aprovação da chefia do Departamento para Regulação e Controle das Criaturas Mágicas. Luna era malvista por conta de suas excentricidades e em sua insistência em tratar como verdadeiras as teorias conspiratórias que seu pai Xenophilius publicava em sua revista. Quanto a Hermione, ela tentava a todo custo emplacar medidas para melhorar o tratamento para seres como elfos domésticos e duendes, mas os superiores dela, especialmente Craig McBean, o chefe desse departamento, teimavam em ignorá-la:
- Granger, sei que tem a mente fresca e está cheia de ideias, mas não se esqueça de que eu estou no comando, e que você não pode passar por cima da minha autoridade!
Isso custou caro a ele, pois suas medidas intransigentes contribuíram e muito para que os duendes iniciassem uma revolta. Eles se sentiam ignorados pelos bruxos, que seguiam tratando-os como seres inferiores, menosprezando suas queixas e se recusando a negociar com eles.
Isso fez com que McBean fosse removido do cargo, mas antes de escolher seu sucessor, Shacklebolt quis consultar Harry, Rony e Hermione. Esta criou algumas condições para seu apoio ao novo chefe do departamento:
- Vamos admitir publicamente que cometemos vários equívocos no trato com os duendes!
- Não acho que isso será suficiente, Hermione. Eles só vão sossegar quando puderem portar varinhas e recuperarem o que eles acham que nós roubamos. E ao meu ver, isso é inegociável, não é, ministro? – questionou Rony, mas o ministro não se manifestou antes de ouvir Harry:
- Talvez, mas acho que se nós pelo menos admitirmos que erramos ao permitir que tantas coisas ruins acontecessem a eles, já ajudará e muito.
Hermione foi fundamental para que a revolta escalasse para algo mais grave, pois as concessões que ela fez ajudaram a acalmar os ânimos entre os duendes. Estes estavam reticentes com o Trio, por eles terem invadido e violado a segurança do banco deles, mas o próprio Harry fez questão de se explicar às lideranças da Irmandade dos Duendes:
- Gostaria de deixar claro que nunca teríamos invadido Gringotts se não fosse para pegar e destruir uma das horcruxes de Voldemort. Sem isso, a guerra teria continuado, e vocês teriam sofrido ainda mais perdas. Porque eu vi com meus próprios olhos como eles eram desumanos no trato com as criaturas, especialmente os duendes.
- E nós nos comprometemos a dialogar para incluir os duendes, assim como outras criaturas mágicas, nessa nova era de paz. É por isso que anuncio em primeira mão que a Suprema Corte Bruxa contará, pela primeira vez, com a presença de um duende em nosso tribunal!
Os duendes se surpreenderam com o anúncio de Shacklebolt, mas eles sabiam que essa iniciativa não partiu dele, e sim de Hermione. Por isso, Luglock, o líder da Irmandade dos Duendes, fez questão de falar com a jovem:
- Senhorita Granger, sinto que com a sua presença no Ministério, teremos um importante avanço na nossa luta por mais direitos. Espero poder contar com o apoio da senhorita e de seus aliados para que os duendes sejam mais ouvidos.
- Muito obrigada! – exclamou ela, um pouco emocionada com o reconhecimento de uma das criaturas que ela mais respeitava.
Harry e Rony ficaram felizes em ver essa cena em primeira mão, e o namorado da Granger era o mais babão e orgulhoso:
- Sabe, Harry, do jeito que as coisas andam, a Hermione vai acabar ganhando promoção bem antes da gente!
Harry assentiu com a cabeça, e completou:
- Justo, já que ela é a mais inteligente de nós...
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E se Harry Potter tivesse voltado para Hogwarts?
FantasiaTodos nós sabemos que Harry Potter decidiu ser auror após vencer Voldemort na Batalha de Hogwarts e dar fim à Segunda Guerra Bruxa. Mas e se ele tivesse decidido permanecer em Hogwarts? Originalmente postada no Spirit Fanfics