Celebração de um ano da Batalha de Hogwarts

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Conforme o ano avançava, Harry e seus companheiros da Armada de Dumbledore e da Ordem da Fênix eram lembrados de que muitos dos eventos importantes da Segunda Guerra Bruxa estavam comemorando um ano.

Muitas vezes, ele e os amigos que ainda estudavam em Hogwarts eram convocados para cerimônias em lugares como o Ministério da Magia. Mas nos primeiros dias de maio, foi a vez de Hogwarts receber convidados, afinal, foi nesse castelo que ocorreu a batalha derradeira do conflito mágico.

Para Harry, Rony, Hermione e Ginny, eram momentos felizes e tristes ao mesmo tempo, pois apesar de terem derrotado o mal, eles perderam muitas pessoas a quem amavam: Remus Lupin, Nymphadora Tonks, Colin Creevey, Lavender Brown, mas a saudade que mais apertava era de Fred Weasley, irmão de Rony e Ginny, e também um grande amigo de Harry e Hermione.

- Sabe o que me pega? Que se aquela parede tivesse desabado algumas polegadas mais para o lado, o Fred poderia estar aqui, com a gente!

- Mas não adianta ficarmos pensando nisso, Rony, temos que aceitar e seguir em frente! – disse Hermione.

- Pelo menos, ele pôde fazer as pazes com o Percy antes de morrer – relembrou Harry.

- Ah, é! Perce até contou uma piada! Pena que isso nunca mais aconteceu... Agora, até o George parou de brincar.

- Você que pensa, Rony! – disse Hermione, mostrando um anúncio do jornal.

"As Gemialidades Weasleys saúdam a paz com uma incrível promoção! Na compra de dois itens da nossa loja, você ganha uma linda pomba de papel que voa de verdade! E você pode customizá-la como quiser!"

O anúncio mostrava três modelos de pomba: uma totalmente em branco, outra com desenhos que simulavam as máscaras de comensais da morte, com dois X substituindo os olhos, e uma terceira, com detalhes em vermelho e dourado e um desenho de um par de óculos de aro redondo com um pequeno raio logo acima.

- Esses sacanas... – disse Harry, rindo com o anúncio da loja de George.

- Ufa, estava com medo dele ter perdido o senso de humor! – comentou Ginny, juntando-se ao grupo.

Todos os Weasleys estiveram em Hogwarts naquele dia 2 de maio de 1999, assim como os funcionários do Ministério da Magia, os membros da Ordem da Fênix e da Armada de Dumbledore que sobreviveram à batalha, familiares dos aliados que perderam a vida, a imprensa e autoridades de todo o mundo.

Harry, Hermione e Rony eram os mais procurados. Eles recebiam cumprimentos e apertos de mão de gente que nem imaginavam, como um homem calvo de pele bronzeada e terno verde-folha, que se apresentou como:

- Sou Eduardo Tabajara, o ministro da magia do Brasil, e em nome do meu povo, lhes agradeço pessoalmente pelos seus atos na Segunda Guerra Bruxa!

Quem também falou com o trio foi um casal de velhinhos de aproximadamente cem anos. O homem tinha cabelos brancos revoltos, usava um cachecol amarelo e cinzento que aparentava estar tão surrado quanto suas calças e suas botinas, um blazer azul, um colete marrom claro e gravata borboleta fina de cor preta, ele parecia desajeitado e atordoado com aquela multidão. A mulher usava cabelo estilo Chanel, um chapéu preto arredondado e um vestido cinza que parecia ser de festa, seu olhar era mais firme e ela era mais expansiva e audaciosa, tanto que foi ela que tomou a iniciativa de apertar as mãos dos jovens.

- Meus cumprimentos, sou Porpentina Scamander, esse aqui é o Newt, nós estamos muito encantados em...

- Newt Scamander, o criador de Animais Fantásticos e Onde Habitam? – interrompeu Hermione, absolutamente chocada por estar diante do autor de um dos livros que ela tanto leu desde que ingressou em Hogwarts.

- Sim... Sou eu, eu... – gaguejou Newt, que não ficava muito confortável diante de admiradores.

- É uma honra conhecê-los!

- Nós é que estamos honrados, senhorita Hermione Granger!

Harry era o que menos se sentia à vontade com aquela situação, por achar que muitas das mortes ocorreram por causa dele. O jovem chegava a se emocionar com os depoimentos dos familiares dos mortos, como os Creeveys, os Browns e o de Andromeda Tonks. A mãe de Nymphadora levara o neto, o pequeno Teddy, de um ano, em seus braços. Os olhos de Harry marejavam ao olhar o afilhado, e isso piorava quando ele se lembrava das palavras que Remus lhe dissera, enquanto o jovem esteve na posse da Pedra da Ressurreição.

- Meu filho saberá que eu morri para que ele vivesse em um mundo mais pacífico.

Naquele momento, Teddy era apenas um bebê risonho e brincalhão, que não tinha consciência alguma do que acontecera aos seus pais e ao seu avô materno. Ele só queria brincar, e isso deixava Andromeda em apuros, pois o garotinho não parava quieto em um único instante. E ao ver Harry, ele se agitava ainda mais, pois queria estar nos braços de seu padrinho.

- Posso pegar, Andromeda? – disse o Potter.

- Claro, Harry! Ele é todo seu! – respondeu a senhora, entregando o netinho ao grifinório.

Harry também teve dificuldade em manter Teddy em seus braços, mas ao menos a agitação do bebê serviu para distraí-lo de seus sentimentos de culpa e melhorar o seu astral.

- É legal receber essa atenção toda, mas sei lá... Eu me sinto estranho por isso! Foi incrível derrotar Voldemort e todos aqueles comensais, mas ao mesmo tempo, não consigo parar de pensar no meu irmão... – Rony confidenciou a Harry e Hermione, no entanto, um de seus irmãos aproveitou para fazer uma piada:

- Se for pra me pedir dinheiro emprestado, esquece!

- Não tô falando de você, George, seu idiota! Tô falando do Fred!

- Ah... – o semblante do remanescente dos gêmeos Weasley se fechou, e o Trio não pretendia seguir com o assunto, mas George quis desabafar:

- Eu penso nele todos os dias. Ele era mais do que um irmão pra mim, mas isso vocês já estão cansados de saber, né?

Todos concordaram com a fala de George, e ele acrescentou:

- Gosto de pensar que ele tá num lugar melhor, se divertindo junto com os nossos avós, os pais do Harry, o Dumbledore, Sirius, Remus, Tonks...

Harry e Rony deixaram escapar um sorriso amarelo com as palavras de George, e eles conheciam Fred bem o suficiente para saber que ele continuaria com suas brincadeiras no plano celestial. Já Hermione acrescentou:

- Com certeza eles estão se divertindo. E muito felizes, porque nós vamos terminar o que eles começaram, nós vamos transformar esse mundo em um lugar melhor!

Foi com esse espírito de alegria que Harry e seus amigos cumpriram com os compromissos daquele dia. Além de interagir com autoridades e personalidades do mundo bruxo, o trio também participou da inauguração de um monumento: uma placa posta no Salão Principal, em homenagem aos 50 aliados mortos na Batalha de Hogwarts. Era um grande quadro de ouro, com os nomes de pessoas como Remus e Nymphadora Lupin, Fred Weasley, Colin Creevey, Lavender Brown, Severus Snape em alto relevo, assim como a frase "Suas vidas se foram, mas suas contribuições ao mundo bruxo entrarão para a história".

- E que todas as gerações futuras se lembrem dos feitos e dos sacrifícios que os Cinquenta Caídos tiveram que fazer para que restaurássemos a paz! – finalizou o ministro Shacklebolt, sendo respondido por uma salva de palmas que durou cerca de dez minutos.

E se Harry Potter tivesse voltado para Hogwarts?Onde histórias criam vida. Descubra agora