Meu Mafioso (Romance Gay) REVISADO

CAPÍTULO SETE

ENCONTRO

   Por mais que eu insistisse, Ricardo continuava me levando de loja em loja pelo shopping. Primeiro, ele me levou para comer, fazendo-me esperá-lo em uma mesa enquanto pedia nossa comida. Fiquei sentado e sozinho em uma cadeira por mais de vinte minutos. Não sei se ele teve muitos encontros na vida, mas me deixar esperando não é um bom sinal.

   Quando Ricardo voltou, todas aquelas brincadeiras e o meu nervosismo também voltaram. Eu me sentia um adolescente de novo, não que eu seja um adulto completo, mas gosto dessa sensação. Por outro lado, ele conseguia me fazer sorrir com muito pouco. Bastava ele fingir ser um vampiro, colocando duas batatas fritas como caninos, que eu ria feito uma criança. Eu sentia os olhares das pessoas sobre nós, mas tentava ignorar e focar no homem à minha frente.

   — Então, o que você veio comprar? — perguntei, mordendo um pedaço do meu lanche.

   — Nós viemos comprar um guarda-roupa novo para você. Vou te vestir com as melhores grifes. — disse ele, como se não fosse nada.

   — O que tem de errado com as roupas que eu tenho? — olhei para mim mesmo; eu não estava muito diferente do restante das outras pessoas.

   — Não tem nada errado, mas é para dar mais veracidade aos meus pais. — franzi o cenho, um pouco confuso. Ricardo suspirou e colocou o próprio lanche de volta no prato. — Não sei se você sabe, mas sou um homem muito generoso com aqueles que amo. Meus pais sabem disso e sabem que, se estivéssemos namorando de verdade e desde o início do ano, eu teria te enchido de presentes. Celulares, roupas e tantas outras coisas. É assim que trato quem namoro, então precisamos manter isso, okay?

   Concordei com a cabeça, acho que faz sentido o que ele me disse. Também não é nenhum sacrifício ganhar algumas roupas novas.

   — Isso faz de você meu sugar daddy? — perguntei brincando, e ele me olhou assustado. Apenas ri dele.

   — Só se você quiser ser meu sugar baby. — Ricardo piscou para mim, me deixando corado.

   Não respondi, deixando em aberto, e Ricardo apenas riu. Quando terminamos de comer, ele me levou até uma loja da Prada. A loja estava um pouco vazia; apenas duas mulheres e um homem pareciam estar comprando. Eu olhei maravilhado para o lugar; era incrivelmente bonito e chique. As paredes eram de um tom preto fosco, e os manequins vestiam roupas masculinas e femininas, uma mais bonita que a outra. Havia bolsas, sapatos e até mesmo joias nessa loja. Nunca, em toda minha vida, achei que um dia eu entraria em um lugar desses.

   Ricardo ainda segurava minha mão, os olhos dele ainda escondidos atrás dos óculos escuros. Ele sorria, os dentes perfeitamente brancos à mostra.

   — Dani, o que acha desse? — ele me levou até um manequim que estava usando uma calça azul-escuro de cintura alta, uma camisa branca que ficava com parte dela para dentro da calça e um tênis também azul-escuro.

   — É bonito. — respondi maravilhado.

   — Ótimo, vamos… — o celular de Ricardo começou a tocar e ele rapidamente o tirou do bolso. — Preciso atender essa ligação. Pede pra provar essa roupa e eu já volto, okay?

   Concordei com a cabeça e o observei atender o celular e sair da loja, me deixando sozinho de novo. Respirei fundo, olhando mais atentamente para o manequim. Sorri para mim mesmo, feliz por ganhar um presente do Ricardo. Senti uma presença atrás de mim e, assim que me virei, uma mulher usando uma roupa inteiramente preta me encarava de olhos semicerrados.

   — Boa tarde, eu…

   — O que está fazendo? — ela claramente era uma atendente, já que havia outras pessoas vestidas iguais a ela.