CAPÍTULO TRINTA

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   Eu queria que esse capítulo tivesse ficado maior, mas não tive muitas ideias do que adicionar. Estou viciado em fazer p.o.v. do Ricardo. E não que alguém tenha perguntado, mas hoje é meu aniversário e eu não queria deixar de postar. Então, aqui está. Espero que gostem e tenham uma boa leitura.
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CATIVEIRO

   Minha cabeça estava doendo muito; era quase como se ela fosse explodir a qualquer momento. Mas, da mesma forma abrupta que ela chegou, tão rápido ela passou. Acordei em um quarto escuro, meus olhos tentando se acostumar e reconhecer alguma coisa. Tentei mover meu corpo, mas um de meus braços estava algemado na cama. Olhei para meu corpo, notando que estava usando apenas uma camisa vermelha muito maior do que eu e minha cueca. Por algum motivo, senti um enorme desconforto por estar nessa situação. Então, eu me lembrei o que aconteceu: a invasão, a morte de Eliana e o meu sequestro. Lágrimas surgiram em meu rosto; desespero, medo, angústia e tantos outros sentimentos ruins, todos culminando no meu choro descontrolado.

   Eu não tinha por quem chamar. Não sei onde estou, quanto tempo se passou e nem quem está aqui comigo. Aqueles homens, eu não sei o que fizeram comigo enquanto eu estava inconsciente, mas ao menos eu não estou sentindo nenhuma dor física. Então, de repente, a porta se abriu e um feche de luz entrou, me ofuscando no processo. Tapei o rosto e tentei olhar por entre meus dedos: um dos gêmeos estava parado e segurando uma bandeja com uma tigela com algo dentro. Ele me encarou por longos segundos em silêncio, até que eu não aguentei e falei algo.

   — Vocês fizeram algo comigo?

   — Não somos esse tipo de gente. — Eu não sei se era o Nicolas ou o Nicolau, mas acreditei nele, para não pensar no pior. — Você ficou dois dias desmaiado, acho que te dei um soco muito forte.

   Eu estou há dois dias aqui, quanto tempo vai levar até que Ricardo me ache?

   — Você deve estar com fome, aqui tem um pouco de cereal para você. — O homem colocou a bandeja em meu colo, dentro tinha cereal, leite e uma colher.

   — Você é o Nicolau, não é?

   — Consegue distinguir a gente?

   Apenas sorri. Era um chute, mas foi certeiro. Me lembrei que havia sido ele quem me deu o soco na casa de praia. Apesar disso, acho que ele é o mais tranquilo entre os dois. Com minha mão livre, peguei a colher e comecei a comer. Minha barriga estava implorando para ter algo dentro dela.

   — Você é o mais legal. — Não posso ficar parado esperando resgate.

   — Nicolas se acha por ser o mais velho, nosso chefe até prefere ele do que eu. — Pelo visto esse aqui é mais carente.

   — Quem é o chefe de vocês? — perguntei, curioso.

   — Vai vê-lo ainda hoje, agora que acordou ele quer falar com você.

   Engoli em seco. Não sei se estou preparado para conhecer esse homem. Não sei se eu o conheço ou se é alguém que quer prejudicar meu noivo, mas tenho certeza de que não é meu fã. Nicolau ficou o tempo todo ali, me observando comer. Seus olhos, apesar de tentarem se manter no meu rosto, viviam observando minhas pernas desnudas. Talvez eu consiga algo dele se o seduzir o bastante. Não acredito que estou pensando em algo assim, mas épocas desesperadas pedem medidas desesperadas. Quando acabei, entreguei a tigela para ele, dei um sorriso e agradeci, recebendo um mini sorriso de volta. Estava prestes a jogar um pouco mais de charme nele, quando avistei alguém parado à porta. Era uma criança, parecia ser um menino, cabelos ruivos e desgrenhados, olhos verdes cansados, pele branca e suja. O garoto usava apenas uma camisa imunda, shorts remendados e estava descalço.

Meu Mafioso (Romance Gay) REVISADOOnde histórias criam vida. Descubra agora