EPÍLOGO

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   Chegou o grande dia. Meu casamento vai acontecer em algumas horas.

   Havia se passado uma semana desde que eu acordei no hospital. A história que tinha sido contada para a mídia foi que Ricardo e eu havíamos sido sequestrados e que tínhamos conseguido escapar. Não demos mais informações e o que contamos à polícia foi que não sabíamos onde os bandidos poderiam estar. Luca não confiava em mais ninguém além de mim e Ricardo, então estava sempre próximo da gente. Os dois ficaram bastante amigos rápido, já que ambos tinham um senso de proteção absurdo comigo. Era estranho ter uma criança de oito anos dizendo que iria me proteger de hoje em diante.

   Lidia veio conversar comigo durante essa semana. Ela contou que havia sido ela quem me envenenou e se desculpou logo em seguida. Apesar de Ricardo continuar bravo com ela e dizer que não confiava mais na garota, eu a perdoei. Tudo o que eu queria era me dar bem com a família dele e se ela está disposta a isso, quem sou eu para negar? Entretanto, tive uma briga com meus pais. Eles queriam me fazer desistir do casamento, dizendo que nada disso teria acontecido comigo se eu não estivesse noivo de um bandido. Tentei explicar que o Ricardo era muitas coisas além disso e que eu não me importava, mas só serviu para deixar as coisas ainda mais tensas entre a gente. No fim, minha mãe disse que não iria assistir eu entregar minha vida a um homem como o Ricardo.

   Pelo menos eu ainda tinha meu irmão e minha cunhada, que estariam sempre do meu lado. Até descobri que o Arthur lutou contra um homem bem maior do que ele para descobrir onde eu estava. Ricardo comprou a linha de lojas onde eu trabalhava antes só para demitir o Celso e colocar Eloá como gerente no lugar. Eu estava feliz, não tanto quanto deveria, mas eu só conseguia pensar no meu futuro. Eu vou ser feliz com o Ricardo, ninguém vai tirar isso de mim.

   — Danilo?

   Raissa colocou a cabeça para dentro do closet. Eu tinha acabado de colocar meu terno branco e estava me admirando no espelho. Meu rosto ainda tinha alguns hematomas e um pequeno corte no canto da boca. Eu estava bonito, conseguia me enxergar da melhor forma possível. Raissa estava usando um longo vestido roxo, que havia sido a cor escolhida para os padrinhos e madrinhas do nosso casamento. Ela estava com o cabelo afro solto, brincos de argola e um colar de diamantes no pescoço. Em suas mãos, ela trazia um conjunto de maquiagem.

   — Uau, você está lindo.

   — Obrigado. — sorri, envergonhado.

   — Quer esconder esses hematomas?

   Encarei o espelho. Eu nunca me achei a pessoa mais linda do mundo. Esse cargo eu deixo para o Ricardo, mas hoje eu não estou humilde. Eu me amo do jeito que eu sou e me amo do jeito que estou. Esses machucados não vão me atrapalhar em nada. Cicatrizes não são só feridas, mas sim marcas de superação e eu superei tudo que estava contra mim.

   — Não, eu estou bem.

   — Até mesmo nisso você e Ricardo são parecidos.

   — Ele deixou os machucados também?

   — Sim.

   Sorri para ela, que deixou a maquiagem em uma das mesas e se aproximou, me abraçando com delicadeza.

   — Tem alguém te esperando do lado de fora. — murmurou.

   — Já até sei quem é.

   Saí do closet e encontrei, sentado na minha cama e balançando as pernas com impaciência, Luca. Ele estava usando uma camisa branca, calça social preta, uma gravata borboleta preta, suspensórios e um sapato preto. O cabelo ruivo estava bem arrumado, penteado para o lado e úmido. Assim que me viu, ele abriu um sorriso e pulou para o chão, correndo até parar à minha frente.

Meu Mafioso (Romance Gay) REVISADOOnde histórias criam vida. Descubra agora