CAPÍTULO TRINTA E DOIS

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   Não vou enrolar muito, sejam bem-vindos ao ato final.

DANZA DELLA MORTE

   Se eu tivesse o poder de prever o meu futuro e descobrisse que iria terminar sendo sequestrado pelo ex do meu noivo, acho que eu ficaria incerto sobre aceitar ou não a proposta. Porém, se eu descobrisse todas as maravilhas e o tempo que passei com Ricardo, não pensaria duas vezes em aceitar. Tivemos obstáculos no nosso caminho, algumas pedras que precisávamos remover, mas no fim, iria dar tudo certo. Sabe por que eu sei disso? Porque essa é a nossa história de amor e não tem graça quando uma história de amor termina de forma trágica, não é? Pelo menos era isso o que eu pensava.

   Após o almoço com Leonardo e os gêmeos, fui trazido de volta para o quarto e algemado à cama novamente. Dessa vez era Nicolas que estava ali comigo, me olhava com raiva e desconfiança, quase como se soubesse que eu estava tramando alguma coisa. Entretanto, sem dizer uma única palavra, ele se retirou e me deixou ali. O quarto era escuro, tinha apenas uma janela que estava fechada e um guarda-roupa pequeno. Tentei puxar minha mão pelo buraco da algema, mas tudo o que consegui foi sentir dor. Já vi pessoas se soltando de algemas quebrando o dedo, mas nem morto eu faço algo desse tipo. Acho que não tenho estômago o suficiente para me machucar assim.

   Pensei na conversa que tive com Leonardo. Como aquele idiota teve coragem de trair o Ricardo? Quem, em sã consciência, iria trocar o futuro líder de uma das maiores famílias da máfia italiana por dois gêmeos que não têm onde cair mortos? Eu sei que não foi por amor, até porque há algum tempo atrás ele estava tentando tirar meu noivo de mim. Talvez tenha sido capricho, tédio ou vergonha. Não faz sentido ele conseguir dormir com dois ao mesmo tempo e não aguentar transar com o Ricardo por mais de uma vez em uma noite. Acho que o Leonardo nunca o amou, mas sim tudo aquilo que o Ricardo iria se tornar no futuro: poderoso, líder e tantas outras coisas que fica difícil de enumerar.

   Eu estava tão concentrado em meus pensamentos que levei um susto ao sentir alguém tocar meu ombro. Olhei para o lado e encarei um par de olhos verdes me encarando. Luca segurava uma faca de cozinha maior que minha cabeça e o olhar dele era de medo.

   — Você pode tirar a gente daqui?

   — Eu não sei, é perigoso para alguém da sua idade.

   — Leonardo matou meus pais e me trouxe para ser seu empregado nessa casa. O tio Nicolas e o tio Nicolau me batiam quando eu fazia algo de errado.— Luca levantou a camisa, mostrando que havia algumas cicatrizes em sua barriga.— Eu não quero mais ficar aqui, você tem que me tirar daqui.

   — Eu prometo que vamos sair daqui e pode apostar que eu vou acabar com os desgraçados que fizeram isso com você.

   Toquei a cabeça dele, o afagando de forma carinhosa que provavelmente ele não recebe há algum tempo. Luca sorriu, o rosto corado, e me entregou a faca. A escondi embaixo do travesseiro e pedi para ele ir se esconder. Após ele concordar com a cabeça, o pequeno garoto ruivo se preparou para sair, mas antes que pudesse se mover, a porta do quarto se abriu em um estrondo. Alguém foi jogado para dentro, um corpo grande que resmungou de dor. Reconheci na hora a voz de Ricardo e quando nossos olhos se encontraram, era como se nada mais importasse no mundo. Notei que seu braço estava com um buraco de bala e seu rosto estava com um fino corte que sangrava um pouco. Mas nem mesmo isso conseguia tirar a beleza dele e o sorriso que eu dei ao vê-lo.

   — Ragazzo, você está bem? — ele se aproximou, parando ao lado de Luca e tocou meu rosto. — Quem te bateu?

   — Fomos nós. — Os gêmeos estavam parados dentro do quarto, Leonardo entre os dois.

Meu Mafioso (Romance Gay) REVISADOOnde histórias criam vida. Descubra agora