Capítulo 7

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Helena

-Fala alguma coisa mulher ou então bebe! Mas pelo amor, tenha alguma reação! – falou sol me sacudindo.

Ainda não estava acreditando naquela noticia, devia estar comemorando, mas não eu estava ali chocada.

- Ei para de me sacudir – Falei me soltando dela.

-Você não reagia. Ouviu o que eu disse? O casamento dela é uma farsa, ou seja, campo limpo para você loira! – Disse dando pulos no sofá.

-Calma ai, Sol! Vamos raciocinar ok? – Era muita informação para minha cabeça. – Você me disse que escutou ela falando que fazem três anos que os dois não tem nada e que esse casamento é uma farsa. Você por acaso, não se perguntou então o porqué deles manterem essa imagem para todos? – Falei caminhando na sala.

-Na verdade não! Não parei para pensar em nada, só foquei na fofoca e corri para te contar. Mas boa observação, Lena! Outra parte da fofoca que temos que descobrir... Aurora chegou na hora que a coisa estava ficando boa.

-Porque será? Ela deve ser muito infeliz, não Consigo me imaginar na situação dela. E o motivo Desse casamento falso, deve ser bem sério...

Helena não ia levar isso adiante, se não fosse algo Realmente grave. – Já estava ficando tonta de tanto Que andava de um lado para o outro.

-Lena, quer ficar quieta! Já esta me deixando Tonta! – Falou bebendo mais uma dose.

Parei e sentei no sofá, precisava beber.

-Me da essa garrafa aqui vai, preciso tomar umPorre.

- Isso ai More a, vamos beber e comemorar! – Só Não sabia comemorar o que, isso não muda nada, Se não mudou antes, porque ia mudar agora?

Eu e Sol acabamos com a garrafa de tequila e algum tempo depois ela estava jogada de um lado do sofá e eu sentada no chão tocando violão e cantando:

“As vezes não consigo esquecer Daquele nosso amor Momentos tão incríveis com você Que o tempo não apagou
É como num romance de cinema

Minha paixão você chegou O seu olhar pra mim é um poema, minha canção de Amor

Não sei porque essa saudade só faz me maltratar Será que um dia nos meus sonhos você vem me acordar?

O seu amor pra mim é tudo E eu não vou te perder eu juro Preciso tanto dos seus beijos

Menina eu to querendo te encontrar”

- Nossa Lena, que musica de fossa é essa? Mude o repertório pelo amor de Deus! – Disse jogando o corpo para fora do sofá.

-Me deixa, essa musica me lembra de Clara.

Não aguento mais ficar em casa, ainda bem que segunda estou voltando. – Disse levantando as mãos para o alto.

-Eu querendo férias e você querendo voltar.

- Sol, não estava de férias, fui atropelada e passei essa semana toda trancada em casa e com dor, não encaro isso como uma coisa boa. – Falei Olhando pra ela.

- É pensando por esse lado você tem razão. Animada para voltar e vê sua deusa de novo? – Disse quase caindo do sofá.
– Acho que estou meio chateada, sei lá. – Falei Cabisbaixa.

- Por quê?

- Ela não apareceu aqui Sol, se mostrou toda preocupada no hospital, me trouxe até aqui e depois disso sumiu, só me mandou algumas mensagens, para saber meu estado de saúde, sem nenhuma emoção. Até o Orfeu teve mais consideração por mim do que ela, mesmo roubando meu endereço do banco de dados da empresa. Aquele papo de que eu sou sócio e tenho acesso, não colou mesmo. – Falei largando o violão.

-Esse cara é muito insistente... E não fica assim amiga, ela realmente estava muito ocupada essa semana... Vamos deixa eu ler alguma mensagem que ela mandou, não deve ser tão ruim assim.. Sol levantou do sofá e pegou meu celular em cima da mesa, abriu nas mensagens e leu em voz alta:

“Senhorita Helena, peço novamente que me desculpe pelo acidente. Espero que esteja bem!”

- Xiii essa foi péssima. Vamos ler outra.

“Helena, como esta se sentindo hoje? Estimo sua melhoras.”

- Cacete, essa foi pior ainda!

- Sol por acaso você esta tentando me animar? Porque olha não esta funcionando. – Falei olhando pra ela.

- Essa mulher tem uma pedra ao invés de um coração, só pode! – Largou meu celular no sofá e sentou do meu lado. Passou os braços pelo meu ombro e me puxou para seu colo. Sol sabia ser carinhosa quando queria. Sempre podia contar com ela.

- Não fica assim Morena, você é muito gostosa para sofrer assim por uma mulher. Você é linda pode ter quem quiser. Depois que melhorar vamos a uma boate, mexer o esqueleto, dançar e beber até o dia raiar como nos velhos tempos! – Falou tentando me animar.

-É pode ser, estou precisando mesmo. – Sol levantou e disse:

- Então vamos começar a animar isso agora, vamos aproveitar que hoje é sexta e fazer a noite das garotas, o que acha? Podemos assistir a filmes de terror, comedia, comer pipoca até ficar cheia e dormir quando o sol nascer! Vou ficar com você esse final de semana e vamos nos divertir muito! – Disse dando pulinhos.

- Você não existe sabia! É a melhor amiga que alguém pode ter. Obrigada mesmo. – Levantei e abracei Sol.

Clara

Lumiar não conseguiu sair para almoçar comigo naquele dia, então marcamos no final de semana. Sábado Rafa ia para o futebol e Roland ia passar o dia com o pai. Deixei a baba avisada que permitisse a saída Roland com Théo, não ia estar em casa, fui ao escritório resolver algumas coisas importantes e também usei como desculpa para não olhar para cara de Théo.

Cheguei no escritório bem cedo e estava vazio. Entrei na minha sala, coloquei um jazz para relaxar e comecei a revisar as clausulas de um contrato importante, se tratava de uma grande fusão entre duas empresas de gás e petróleo e o escritório foi escolhido por uma das empresas para ficar responsável pelo contrato. Uma grande responsabilidade e uma grande conta que trouxe para o escritório. Me entreguei de corpo e alma aquele projeto, só assim esqueceria aquela semana e tudo que aconteceu nela.

Como se não bastasse tudo que aconteceu naquela semana, Orfeu ainda veio até minha sala, com a cara mais lavada do mundo, pedir o endereço de Helena..

“Escutei batidas na porta.
- Clara, posso entrar? – Concordei e ele entrou

- Não vou me demorar, sei que esta ocupada com o contrato. Só queria pedir a você o endereço da Helena. Sei que ela sofreu um acidente e você a levou em casa. – Como ele sabia disso eu não fazia ideia, já que não falei para ninguém que levei Helena até sua casa, me limitei a dizer que só a levei até o hospital. Achei melhor não indagar nada naquele momento, depois descobriria como ele ficou sabendo. Para falar a verdade nesse momento uma raiva cresceu em mim, claro que não daria o endereço dela para ele.

- Orfeu, não acho que seja uma boa ideia eu te passar o endereço da senhorita Helena, sem a autorização dela. – Disse curta e grossa.

- Vem ca, você e sol combinaram isso? Porque ela me disse a mesma coisa. – Disse rindo. Ele realmente era insistente e aquilo já estava me deixando nervosa.

-No começa da semana ela esta de volta, porque não espera ela voltar? Não vejo motivos para você ir até a casa dela.

-Mas eu vejo e muitos... Qual é Clara, me ajuda vai? A menina é uma gracinha e sou doido para levar ela para cama. – Fiquei roxa de raiva e bati com força a mão na minha Mesa. -orfeu, por favor saia daqui agora! Já disse que não vou te dar endereço nenhum e, por favor, tente ser gentil nas palavras quando se  Referir a ela.... Helena não é para o seu bico.

-Se não te conhecesse clara, diria que esta com ciúmes da Helena... mas ok não quer me ajudar eu acho sozinho! – Disse saindo e Batendo a porta. – Petulante! – Falei alto. Tenho que me controlar. Ela é livre e se quiser se envolver Com ele, não tenho nada com isso. -Se controle Clara.”

Voltando...

Estava com um copo de uisque na mão e olhando pela janela, quando meu celular começou a tocar. Era Lumiar, perdi totalmente a noção do tempo. Peguei o celular na mesa e atendi.

- Alô Lumiar, me desculpe perdi a hora. Já esta no restaurante? Ok estou indo pra ai! – Peguei minha bolsa e fui embora.

Chegando no restaurante, logo avistei minha amiga, sentada em uma mesa mais ao fundo, acenei para ela e fui ao seu encontro.

Ela se levantou e nos abraçamos apertado, fazia tempo que não via Lumiar.

- Minha amiga, quanta saudade! – Disse soltando ela.

-Pois é clara, você me abandonou. – Falou fingindo estar irritada.

-Me desculpa, Lumiar, minha vida esta tão corrida, uma verdadeira bagunça. – Nos sentamos e o garçom veio com o cardápio.
- Salmão ao molho de maracujá e uma taça de vinho branco, por favor. – Disse entregando o cardápio ao garçom.

- O mesmo que ela, confio no paladar sofisticado da minha amiga aqui. – Falei sorrindo. – Mas me fala como esta tudo? As crianças, o mala do seu marido? – Lumiar era uma das poucas pessoas que sabiam daquela farsa de casamento e de tudo que se passava.

- As crianças estão ótimas! Rafael, já esta se tornando um adolescente adorável! Roland aquela mesma fofura de sempre, esperto e levado também. – Disse sorrindo, era sempre um prazer falar dos meus filhos. – E quanto ao Théo, esse está me dando mais trabalho do que imaginava e esse acordo esta ficando perigoso demais... – Disse cabisbaixa.

- Conheço você clara, o que aquela idiota te fez? – Falou mostrando raiva.

Não sabia o que falar, a vergonha pelo que aconteceu ainda estava comigo. Ela segurou a minha mão, percebeu que eu não estava bem.

- Pode falar querida, confia em mim, o que ele Aprontou dessa vez?

Respirei fundo, tomei coragem e falei..

- theo me violentou, Lumiar. Depois de três anos separados, ele chegou na minha casa a noite bêbado e me forçou a transar com ele.

Filho da puta! – Disse alto. Todos olharam para a nossa mesa e ela falou:

- clara porque não foi a policia, denunciar esse crapula? Vou matar esse desgraçado! Conheço umas pessoas que podem dar um jeito nele! – Ela estava transtornada.

- Limiar, vou denunciar e falar o que? Ele é meu marido perante a sociedade e ninguém sabe desse maldito acordo. Além do mais as crianças estavam em casa dormindo, não queria faze-los passar por isso. E obrigada, mas não preciso que ninguém de uma lição em Théo eu mesmo vou fazer isso! – Disse com toda raiva

- Que merda, filho da mãe! Estou com tanta raiva clara. Querida, você tem que sair dessa situação, acaba logo com essa farsa, isso pode acabar muito mal. – Falou preocupada.

-Eu sei... Já estou quase pronta pra jogar essa merda toda no ventilador, só tenho que aguentar mais um pouco.

- Que tanta espera é essa clara, o que esta Aprontando? – Disse sorrindo para mim. – Você verá minha amiga, te prometo que logo Você terá boas noticias! – apertei sua mão.

Nosso almoço chegou e comemos entre risos e fofocas.

-Mas me conta, quem você anda pegando? Sei que não esta sozinha. Clara Albuquerque  nunca fica sozinha. – Brincou. Na época da faculdade, antes de conhecer Daniel, sempre estava com algum rolo por ai. E pelo jeito ela não tinha esquecido isso.

-Desculpe te desapontar amiga, mas por hora não tenho ninguém... – Dei um gole no meu vinho Bem não ficando comigo ainda. Tem uma estagiária no escritório, que é muito bonita e sei que mexo com ela. Mas ainda não fui para cima. – Disse brincando.

- Como assim não? O que esta esperando Clara?

-Ela é diferente Lumiar... – Disse sonhadora.

- Pera aí, Clara, você esta apaixonada pela menina? – Falou não acreditando.

- Paixão é uma palavra muito forte, mas posso dizer que ela esta mexendo comigo, de um jeito que ninguém mais conseguiu desde Daniel. Por isso ela é diferente, não posso envolver ela nessa sujeira toda, entende?

- Querida, eu sinto muito, mas eu acho que esta na hora de você pensar um pouco em você, se essa moça te faz bem, investe nela. – Disse me olhando firme.

-Não posso Lumiar, não agora... E você não vai acreditar, essa semana que passou, eu atropelei ela sem querer – Disse deixando uma Lumiar de boca aberta. – Calma, ela estáa bem! Só quebrou duas costelas, mas a levei ao hospital e depois em casa, foi nessa hora que quase perdi o juízo...

- Coitada Clara – Disse rindo – Você a beijou? – Falou em expectativa.

- Sim... quer dizer não. Não na boca, só um beijinho na bochecha carinhoso. – Disse rindo. – E depois sai de lá correndo, antes que fizesse uma besteira.

-Olha acho que você deveria se entregar de corpo e alma e dá um belo pé na bunda de Theo definitivamente. Qualquer dia vou aparecer lá roubou o coração da minha amiga. – Disse rindo

- Por fala nisso, não vim aqui só para contar as novidades, vim também te fazer uma proposta de emprego. Estou atolada lá no trabalho. O idiota não aparece mais para trabalhar e preciso de alguém de confiança para me ajudar com um grande contrato que estou redigindo. O que me diz aceita ser minha colega de trabalho? – Falei desejando que ela aceitasse.

- Uau! Por essa eu não esperava. Nem sei o que falar clara... – Disse surpresa.

- Diz que sim e aparece no escritório na segunda Com seus documentos.

- Sempre direta! – Falou sorrindo – Estou mesmo precisando de um emprego, desde que cheguei na cidade, não parei para procurar nada. Acabei o mestrado mês passado, estava meio perdida ainda. – Falou. – Mas pensando bem acho que vou aceitar sim! Seu escritório é um dos melhores é uma boa oportunidade para enfim advogar.

Lumiar estudou direito comigo em Harvard, só que eu segui para o ramo de direito empresarial e ela foi viajar e seguir seu sonho de ser uma professora de direito criminal. Fez pós graduação na França e mestrado na Inglaterra, ficou anos fora do país até que resolveu voltar e tentar uma vaga em alguma universidade aqui de Boston, fiquei muito feliz por ter minha amiga de volta e uma brilhante advogada para ser minha aliada e me ajudar com o trabalho. Lumiar sempre me apoiou, até mesmo quando enfrentei minha família para ficar com Daniel, ela sempre esteve do meu lado e queria retribuir um pouco de todo apoio que já me deu e o mais importante precisava me cercar de pessoas de confiança, para o próximo passo que ia dar na minha carreira, juntei o útil ao agradável.

- Fechado então, sócia! – Disse apertando sua mão, como sinal de acordo fechado.

- Como assim sócia, Clara? – Perguntou Desconfiada.

- Espere e verá! – Disse sorrindo.

Toda Poderosa/A esposa do meu Chefe. -Clarena ADAPOnde histórias criam vida. Descubra agora