Helena
A vida em Storybrooke era calma, e eu não sei como fiquei tanto tempo longe daqui. O ar puro, a comida caseira, tudo era perfeito. Nossa como queria que Clara estivesse aqui comigo, todos os dias penso nela, e na maioria das vezes sonho com ela também. Só tinha noticias dela através de sol, e do pouco que ela me falava. Não tocávamos muito no seu nome.
Desci para tomar café e meu irmão estava na mesa.
- Não tem casa não David? – disse brincando.
- Mary agora trabalha, é professora na escola primaria de Storybrooke, então tenho que me virar como posso – disse rindo.
- Sei... Ela não é mais sua baba ne? – falei rindo também.
- E então sentiu falta daqui?
- Muita, ate mais do que pensava...
- Ficou sabendo de Paula? – disse me olhando e falando com cuidado.
- Não e nem quero saber. – curta e grossa.
- Mas vou falar mesmo assim – disse rindo. – Ela largou você porque queria ter uma vida normal, e casou com aquele babaca. Só que quebrou a cara, ele não fazia nada, quem sustentava tudo era ela. E ainda cuidava do filho pequeno, na boa não sei como existem caras assim! Acabou de se separar dele, é a nova noticia da cidade.
- Ela que procurou isso não é! Mas não tenho nada haver com a sua vida. Espero que esteja feliz. – disse levantando da cadeira. Paula é um passado infeliz e que já não interessava mais.
- Onde esta indo?
- Vou a cidade vê se tenho alguma pretende a secretaria para entrevistar!
- Boa sorte!
No caminho fui lembrando do passado...
Flashback
Eu tinha 12 anos quando vi Paula pela primeira vez. Ela era nova na cidade, chegou na nossa classe no meio do ano.
- Turma quero apresentar a nova aluna. Ela veio do Canadá e seu nome é Paula. – Ela tinha aqueles enormes olhos Castanhos, os cabelos Pretos e a boca mais carnuda que já vi. Ela era linda, uma boneca. E eu me vi hipnotizada por ela, desde o primeiro momento.
No recreio estávamos eu, Sol e Mary sentadas em baixo da nossa arvore favorita do pátio da escola. Até que ela chegou perto, e pediu se podia sentar com a gente.
- Oi meu nome é Paual, será que posso me sentar com vocês? – disse tímida.
-Humm acho que não colega, melhor passar outra hora. – falou Sol, abusada desde pequena.
Ela ia saindo, mas algo dentro de mim me puxava para aquela menina.
-Ei Paula, você pode ficar aqui sim! – falei chamando ela. Sol me deu um cutucão na costela, mas não liguei
-O que tem de mais ela ficar aquí Sol? Ela é nova coitada. – disse Mary
Sol revirou os olhos e sentou no chão.
Paula se aproximou e eu a chamei pra sentar do meu lado.
- Muito prazer meu nome é Helena,essa é Mary e aquela emburrada ali é Sol- disse nos apresentando. – Não liga pra ela não, Sol é chata no começo, mas depois fica legal. – disse rindo e fazendo-a sorrir também
Depois daquele dia não nos separamos mais, éramos um quarteto e tanto. Depois de anos que fui entender que aquele magnetismo todo que Paula causava em mim, era pura atração. Tínhamos 14 anos, e foi em uma festa do pijama da casa de Mary, que descobri que gostava dela de verdade, e não só como minha amiga.
- Sol preciso te contar uma coisa – falei puxando ela para um canto do quarto de Mary. Ela e Paula estavam se maquiando no banheiro.
-Fala Morena! Ta com dor de barriga de novo?
-Não tapada. Nem sei como começar, mas eu acho,só acho ta,que estou gostando da Paula. – falei envergonhada.
-Ah Helena eu também gosto dela, ate parecia chata no começo, mas é uma boa amiga. – ela falou não entendendo o que quis dizer.
-Não tapada-falei de novo. – Eu gosto dela mais do que amiga, entende. – Sol fez cara de confusa e tive que ser mais direta com ela. – Caraca tá dificil Sol, olha pra mim! Eu gosto de Paula como... Deixa-me ver... Como Xena gosta da Gabrielle! Lembra aquele serie que estávamos assistindo outro dia?!
Ela me olhou com os olhos arregalados e disse:
-Ahh entendi como lesbicas né! – fiquei vermelha na hora. – Não precisa ficar assim loirinha eu não tenho nada contra, e acho que se você gosta dela, deve falar isso pra ela logo, porque o panaca do Hans anda rondando seu terreno. – falou rindo.
-O que eu faço Sol?! Não tenho coragem de dizer isso a ela, se ela me achar doida e sair correndo!-falei me desesperando.
- Ei Sem se você não tentar como vai saber? Vamos fazer o seguinte, tive uma brilhante ideia,vamos brincar do jogo da garrafa,vou dar um jeito de fazer cair em nos duas,e seu castigo será da um selinho em alguém da roda e claro você escolhera ela. – disse empolgada
-Não sei Sol,e se ela não topar?-falei insegura.
- deixa disso, vamos chamar as duas maquiadoras.
Sol foi ate o banheiro e voltou com as duas. Merda!
Cochichei para Sol.
-Acho que agora a dor de barriga voltou!
- Isso não é hora Helena! – disse pegando a garrafa e chamando as duas para se sentarem.
-Então do que vamos brincar? – disse Mary. Paula estava do seu lado e eu simplesmente não conseguia olhar pra ela.
Helena esta tudo bem com você? Parece que esta sentindo alguma dor? – falou Paula.
- Controle-se Morena. – disse Sol baixinho pra mim. – Agora vamos mudar de lugar, Paula passa pro lado da Helena e eu vou pro lado da Mary.
E assim começamos a brincar de verdade ou consequência. Rodamos a garrafa algumas vezes e nada, já estava fuzilando Sol com o olhar. Até que a garrafa caiu em mim e na Sol.
- Verdade ou consequência Helena? – falou piscando pra mim.
É agora ou nunca.
-Consequência – falei rápido.
- Vai com calma Sol,nada de correr pelada pela vizinhança,se não meus pais,vão me matar dessa vez!-falou Maryjá esperando pelo pior.Na ultima vez que brincamos, Sol fez Mary correr em volta do quarteirão de calcinha e sutia, e para o nosso azar seus pais viram.
- Fica tranquila Mary! Vai ser mais divertido dessa vez! – disse sorrindo – Helena eu quero que você escolha alguém da roda e dé um selinho, mas um selinho demorado ta. – As duas ficaram vermelhas na hora. – E vocês duas nada de amarelar,consequência é consequência. Vamos Helena meus lábios estão esperando por você- disse fazendo um biquinho.
- Besta! Eu escolho... – disse olhando para as duas. – Paula.
Ela ate que pareceu calma, ficou de joelhos e fechou os olhos. Eu estava quase cagando nas calças e quando olhei para o lado Sol estava quase soltando fogos.
Fui calma ate ela,e dei meu primeiro beijo. Um selinho demorado como Sol falou.Nem eu e nem ela nos soltamos, ate Sol gritar.
- Eita chega vocês duas. – disse rindo. Nos separamos envergonhadas e a brincadeira continuou.Eu estava nas nuvens, dormi como uma anjo,e tive a certeza que gostava Mesmo dela.
Dias depois, quando a aula acabou Paula passou por mim e jogou um bilhete na minha mesa.
Sai da sala com o bilhete na mão. E abri no corredor.
“Seria estranho se eu falasse que eu gostei do seu beijo, e que queria beija-la de novo?”
Quase surtei!! Nessa hora Sol chegou e roubou o bilhete da minha mão.
-Me devolve Sol! – Disse correndo atrás dela.
-Pera ai ela gostou do beijo?! Sabe o que isso quer dizer Helena?
-Que ela gostou do beijo??
-Que ela gosta de você!! E você vai agora atrás dela na biblioteca.
- Como sabe que ela esta la?
-Porque eu vi a Julieta correr pra la,sei que esta te esperando, vai la! – falou me empurrando ate a porta da biblioteca. – Coragem Helena,e não esquece daquele vídeo que vimos noite passada, sobre as duas mulheres se agarrando, use como exemplo. – falou empolgada.
sol era doida, depois que falei que gostava de Paula, ela passou na locadora e alugou não sei como, vários filmes pornôs lesbicos. Assistimos tudo escondido claro, no vídeo cassete da sua avó, ela dizia que era bom eu ir aprendendo. Era puramente cientifico.
-Por falar nisso como conseguiu alugar aqueles videos?-fazia uns dias que estava curiosa.
-Ah isso foi fácil, eu to dando uns beijos no Thomas, o menino que toma conta da locadora.
- Sol ele tem 18 anos!! – falei perplexa.
-E eu tenho quase 15 e ele não precisa saber disso, não é? Agora vai la e arrasa Morena! – disse me empurrando.
A biblioteca estava vazia, era quase a hora da saída, andei e procurei ela em todos os cantos.
-Acho que wol viu coisa, isso sim!-falei já desistindo.
Quando estava me virando para voltar,escutei alguém me chamando baixo.
-Helena aqui! – olhei para trás e ela estava escondida atrás da ultima prateleira.
Fui ate ela com um baita frio na barriga e tentando mentalizar os vídeo que vimos.Ela me puxou para trás da estante e me imprensou contra ela na parede. Confesso que não sabia o que fazer e onde colocar a mão.
- Oi! – disse rindo.
- Oi! Bem... que bom que você gostou o beijo. -falei sem graça. Respirei fundo e falei. – Paula estava querendo dizer isso pra você há algum tempo... Eu gos... – Ela não me deixou terminar.
-Eu também gosto de você Helena. – disse me pegando de surpresa.
Só sabia sorrir.
-E agora eu vou te beijar,só que de verdade!
- Falou me puxando pela camisa e me beijando de língua.
Fui ao céu e voltei. Aprendi a beijar mais rápido do que imaginava,quando vi já estava agarrando ela pela cintura.
Depois desse dia qualquer lugar que parávamos, estávamos com a boca colada uma na outra. Só quem sabia disso era sol,ainda não tinha coragem de contar para Mary.
- Vocês não sabem mais ficar com a boca desgrudada não?! – falou sol nos dando um susto.
- Que susto garota,quase me matou do – disse dando um pulo. Coração! –
A safada começou a rir da nossa cara.
- A cara de vocês é impagável!
-Brincadeira, sem graça sol! – falou Paula.
Foi assim durante um ano inteiro, pedi ela em namora na praia, em um Luau da nossa turma. Ela aceitou na hora e naquele dia perdi a virgindade. Foi confuso e não sabíamos muito que o fazer, mas no final tudo deu certo.
Namoramos escondido durante um ano,ate que no ano seguinte,decidi que iria contar para a minha familia.Essa parte foi tensa,mas meus pais me apoiaram e entenderam.
-Nos te amamos,do jeito do você é princesa! - disse meu pai me abraçando.
- Traga Paula para almoçar aqui! Vamos apresenta-la para a família-disse minha mãe me beijando.
Eles foram lindos como sempre, e assim Paula começou a frequentar a minha casa e dormir por la de vez em quando. Transavamos toda hora,parecíamos dois coelhos. Aqueles dois anos foram mágicos,eu amava Paula. E tinha planos de leva-la para Boston comigo e sol.
Mas nem tudo são flores... e no ultimo ano do colégio,ela começou a se afastar de mim aos poucos,e me evitar. Sol sempre me alertava.
-helena fica de olho, Paula anda muito por ai com o Hans. Não estou gostando disso Morena.
-Ela vive me evitando agora Sol – disse cabisbaixa-Estava ate pensando em levar ela com a gente para Boston.
-O QUE?!!!-gritou Sol – Ta ficando lele, desde pequenas éramos só nos duas Helena,nada de namoradas,ainda mas aquelas que nos colocam chifres.
- Para Sol! Você não sabe se ela esta fazendo isso!
-Não precisa ser muito inteligente pra saber que ela ta dando para o Hans,se liga Helena!
-Ela não pode ta fazendo isso comigo,não depois de tudo que passamos. – disse cabisbaixa.
-Não fica assim vai,vamos dar um jeito de saber se ela ta mesmo te traindo.
-E posso saber,como vamos fazer isso?
-Essa parte você deixa comigo! – disse piscando o olho pra mim.
Uma semana depois, Sol apareceu na porta da minha sala,e me puxou pelo corredor da escola como uma desesperada.
-Que isso perdeu a noção?
- Anda, vamos logo você não quer tirar a prova se Paula esta te traindo ou não? Temos que ser rápidas.
Andamos até a quadra do colégio e ficamos escondidas por um tempo.
-Sol temos mesmo que ficar aqui? Não tem ninguém nesse lugar!
- Fala baixo Helena. E alem do mais olha eles ali,bem na hora. – disse rindo.
Paula entrou acompanhada de Hans,os dois estavam praticamente se comendo já.
-Filha da puta! – falei baixinho.
-Que safada,vou da uma surra nessa traidora. – disse Sol revoltada.
-Eu vou la Sol. – disse me levatando.
-Não Helena espera... – não adiantou ela me chamar,quando dei por mim já estava no meio do caminho, e os dois safados,nem tinham se dado conta ainda.
-Paula,posso saber porque esta agarrada com esse idiota! – falei com raiva.
Eles levaram um susto,principalmente ela ficou branca igual a um papel.
-Eii cara dá um fora daqui agora,ou vai sobrar pra você! – disse Sol vindo atrás de mim.
Hans saiu correndo como um coelhinho covarde.
- Belo homem você foi arrumar hein sua falsa. – disse Sol.
Eu só sabia olhar para a cara de Paula.
-sol,pode nos deixar a sós,por favor.
-helena não faça nenhuma besteira. – falou me segurando pelo braço.
- Fica tranquila,só vou conversar com ela. – falei seria olhando para a outra ainda.
-Ok. To saindo. E você- disse apontando para Paula – Nunca mais se aproxime da gente. – disse com raiva.
Esperei Sol Paula estava com olhos cheio de lagrimas.
- Helena me desculpe,por favor. – falou chorando.
-Me desculpe? Você só pode ta de sacanagem né?! Poque fez isso Paula? Se não gostava mais de mim,era só ter terminado comigo,não precisava me traiar.
-Mas eu te amo Helena! – disse tentando me tocar.
-Não encosta em mim. – falei empurrando ela. -Me ama uma ova,quem ama não faz o que você fez.
-Eu te amo de verdade, acredite. Eu só não posso mais entende.
- Não entendo não.
-Eu quero casar Helena,ter filhos, uma casa, cachorro. Enfim quero ter uma vida normal entende.
-So me diz aonde eu não me encaixo nisso tudo? Porque eu não entendi ainda.
-Eu quero me casar na igreja droga! Ter filhos de um jeito normal. Ser aceita pelas pessoas, e não a menina que é olhada atravessada na rua quando passa com a namorada. E alem disso, você sabe que meus pais,não gostam muito dessa situação. – disse apontando para nos duas.
Já estava chorando a essa altura, e com o coração partido.
-Por favor Helena me desculpe de verdade, não queria magoar você.
-Pois você magoou e muito! Seja Feliz na sua vida perfeita Paula! – Sai de lá arrasada.
Sol estava do lado de fora me esperando.
- Vem că amiga.não fica assim. Essa aí não te merece. – Disse me abraçando. – Daqui a pouco vamos da um fora dessa cidade.
Nunca mais fiquei ou falei com Paula de novo. Tempos depois fiquei sabendo que ela estava namorando o Hans. E antes de ir embora,ela casou com ele. Foi a primeira vez que alguém partiu meu coração.
Voltando....
Cheguei a cidade e algumas meninas, já estavam em frente da loja me esperando.
- Bom dia! Vieram por causa do anuncio?
- Sim-reponderam.
- Entrem, por favor. Disse abrindo a porta.
Passei a manha toda entrevistando, e confesso que ia ser mais difícil do que pensava. A maioria delas não tinha experiência nenhuma.
Já estava me arrumando para sair,quando alguém bateu na porta,olhei para o relógio e estranhei não tinha mais ninguém marcado para hoje.
- Entre-falei.
Minha ex-namorada estava parada na porta, me olhando sem graça e sorrindo.
Ainda estava bonita.
- Oi Helena,vim pelo anuncio! – disse rápido.
Por essa eu não esperava.
- É... bom – ela me interrompeu.
-Se não quiser tudo bem, vou embora! – disse saindo.
- Não espere! Desculpe-me, só fiquei surpresa. – disse apontando para a cadeira. Ela se sentou e ficou aquele clima pesado.
- Sei que não nos falamos desde aquele dia... – parou e respirou como se tivesse tomando coragem. – Bem olha eu estou precisando do trabalho, tenho um filho para cuidar. Será que podíamos esquecer o passado, não fui legal com você, eu sei. – disse olhando para baixo.
- Não foi mesmo. – disse respirando fundo. Uma coisa tinha que encarar não éramos mais adolescente e eu estava precisando de uma secretaria e ela de um emprego. – Você tem alguma experiência como secretaria?
- Sim. Fui secretária do antigo prefeito por quatro anos. Mais infelizmente quando ele deixou o cargo e perdi meu emprego. Sei mexer muito bem em computador e sou organizada.
- Ótimo! Era isso que precisava. Paula esta contratada. Só peço para que espere um período, estou terminando meu curso e vou voltar para a cidade logo depois da formatura. Você pode esperar?
- Claro que posso Lena.- disse sorrindo feliz. – Quer dizer Helena. – disse sem graça.
- Ok então. Assim que estiver na cidade de novo, entro em contato. – disse apertando a sua mão.
Ela se aproximou e me beijou no canto da boca.
- Paula,olha isso não quer dizer nada... Você será apenas minha secretaria, não confunda as coisas, por favor. – disse me afastando.
- Eu sei Helena. Pode deixar vou me comportar. – disse já saindo. Ela voltou olhou pra mim e falou. – Sabe Helena, se tem uma coisa que eu me arrependo todos os dias, é do dia que deixei você! Eu nunca devia ter feito isso, fui uma burra!
Olhei para ela sem saber o que dizer, se fosse alguns anos atrás, eu estaria pulando de alegria com o que ela falou. Agora já era tarde demais.
- Pois é Paula, mas agora é tarde demais para arrependimentos. Boa tarde! – disse Encerrando aquele assunto. Ela sorriu triste pra mim se virou e saiu.
Hoje em dia eu queria escutar isso de outra pessoa.
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Toda Poderosa/A esposa do meu Chefe. -Clarena ADAP
Fiksi PenggemarAdaptação de uma fic da Swaanqueen! Me apaixonei pela Esposa no meu Chefe.