À sombra do circo abandonado

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Fizzarolli pousou o auscultador do grande telefone vermelho da sua secretária, cortando a ligação que ecoava em sua sala decadente. O som metálico reverberou pelo cômodo, marcando o fim de uma conversa obscura.

Levantando-se da cadeira, ele caminhou pelo escritório clandestino, seus passos ecoando nos corredores vazios do antigo circo. O que antes fora um refúgio de risos e truques agora emanava uma aura sombria, repleta de segredos. As sombras dançavam ao ritmo das suas intenções sombrias enquanto ele se dirigia à sala principal.

Enquanto caminhava, Fizzarolli recordava os dias em que o circo estava vivo com a agitação dos artistas e a alegria do público. O tempo, no entanto, cobrara seu preço, transformando o local em uma cápsula do passado, preservada apenas pelas sombras.

Ao alcançar a entrada da sede do seu império clandestino, Fizzarolli deslizou uma chave enferrujada na fechadura. As portas rangeram, revelando um escritório oculto que outrora pertencera a todos, mas agora era um domínio exclusivo.

Dentro, a penumbra cedia espaço a uma decoração eclética de objetos de época e relíquias circenses. Fizzarolli apreciava a ironia de fazer do circo decadente o quartel-general da sua nova empreitada.

Atrás de uma mesa de mogno, ele se sentou, os olhos varrendo a sala em busca de pistas e segredos ocultos. As paredes, adornadas com cartazes antigos, testemunharam o declínio da amizade que um dia florescera ali.

Fizzarolli levantou-se e, como um maestro regendo uma sinfonia sinistra, começou a percorrer os corredores subterrâneos do circo. Entre equipamentos abandonados e camarins vazios, ele deslizava sua mão aberta por cada arma, como se buscasse uma extensão de sua vontade.

Entre escolhas de fuzis, navalhas, zarabatanas, catanas e outras armas, seu olhar fixou-se em uma espada de dois gumes. Com um movimento fluido, ele a retirou do suporte, sentindo o peso familiar em suas mãos. Ao lado, um revólver chamou sua atenção, completando o arsenal da sua vingança.

Com as armas escolhidas, Fizzarolli retirou-se da sala, percorrendo novamente o mesmo chão até chegar à grande antiga entrada do circo. A noite ainda era longa, e ele sabia que as sombras do circo testemunhariam mais do que apenas um espetáculo de vingança...

Fizzarolli emergiu do circo abandonado, a noite envolvendo-o como um manto escuro. Seus passos eram decididos, guiados por um propósito sinistro que permanecia oculto nas sombras. Uma caravana de pensamentos sombrios seguia-o enquanto ele se afastava do circo decadente.

A lua espiava entre as nuvens, lançando uma luz intermitente sobre o caminho de Fizzarolli. Seus olhos, ocultos pela máscara teatral que sempre usava, refletiam a determinação de quem conspirava nos bastidores.

O vento sussurrava segredos enquanto ele avançava, e a noite começava a revelar indícios de um destino oculto. O castelo de Stolas, imponente na distância, parecia atrair Fizzarolli como um ímã de trevas.

Entre as árvores sombrias e as ruas vazias, ele traçava um caminho enigmático, um espetáculo silencioso que antecipava o próximo ato na trama entrelaçada de vingança e mistério...

Entre as árvores sombrias e as ruas vazias, ele traçava um caminho enigmático, um espetáculo silencioso que antecipava o próximo ato na trama entrelaçada de vingança e mistério

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