UM ESPÍRITO! - DEAN

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ɴᴏʀᴀ

Eu estava há alguns dias com sensações estranhas.
Me sentia observada em casa, e estava começando a ficar com medo. Já não sabia se os vultos eram coisa da minha cabeça ou não.

Estava na dúvida se devia ou não falar para Dean, ele podería me achar louca.

Ainda mais porque ele anda estranho. Viaja com seu irmão e some por dias, mantendo contato apenas por celular, e diz que são viagens de emergência porque seu pai precisa deles.
Mas nunca me dão detalhes e são sempre desculpas idiotas.

Eles saíram há exatos cinco minutos e os vultos começaram. Eu estava apavorada.

As cortinas estavam balançando, e as janelas estavam fechadas. Não tinha sequer um vento para balançá-las.

Me sentei no sofá, me cobri com o cobertor e fechei os olhos com força.
Isso é coisa da minha cabeça...
Isso é coisa da minha cabeça...

Meu vaso preferido de plantas foi lançado ao chão com brutalidade, se estilhaçando.
- Ah, acho que não é coisa da minha cabeça não... -Resmunguei.

Eu não sabia o que fazer. Me levantei lentamente, ainda encarando os cacos pelo chão.
A televisão ligou sozinha, e eu pude sentir meu coração parar de pulsar.
Corri e a desliguei da tomada.

Eu estou ficando louca.

Havia um reflexo escuro e denso atrás de mim na tela da televisão.
- Isso não é real, não é real... -Fechei os olhos com força e os abri novamente, e aquilo havia sumido- Você está ficando louca, isso não é real. -Repeti para mim mesma.

Mas quando me virei, a figura estava parada em minha frente, me encarando.
Era um homem com o rosto distorcido.

Gritei e corri para meu quarto, trancando a porta.
Peguei meu celular e fui diretamente até o contato de Dean.

- Alô, amor?
- Dean! Vem pra cá! Rápido!
- O que houve?
- Tem uma coisa na minha casa! Socorro!

- O quê? Como assim?
- Vem logo! Tem uma coisa aqui! Rápido, ele está tentando abrir a porta!
- Sam, dá a volta! Volta pra casa! Nora, a gente está chegando, não desliga o celular!

- Ele vai entrar aqui!
- Fica calma, estamos chegando. Acelera, Sam! Nora, o que ele é?
- Eu não sei! É uma coisa! Quebrou minha planta e apareceu no reflexo da televisão! Agora ele está atrás de mim!

- A gente está chegando!
- Rápido!

A porta se escancarou e a figura do homem estava parada em minha direção.
- Dean, ele entrou!
- Nora!
- Socorro!

Conforme ele se aproximava, minha visão ficava embaçada.
Perdi a força nos braços e nas pernas e senti como se minha cabeça fosse explodir.
- Nora! -A voz de Dean soava desesperada no celular, que agora estava no chão, ao meu lado.

Pressionei as mãos nos ouvidos, sentindo as lágrimas escorrendo pelos olhos.
Mas eram lágrimas vermelhas, eu estava enxergando tudo vermelho.
Isso é sangue!

- Por favor, para! -Pedi- Para! Isso está doendo!

Somente tive tempo de ouvir as batidas da porta de um carro e Dean gritar meu nome, antes de apagar.

(...)

Abri os olhos e me deparei com a claridade das lâmpadas.
Estava escorada em Dean.

- Você está bem? -Dean perguntou, e Sam me entregou um copo de água- Está com dor?
- Aqui. Bebe isso.

Segurei o copo, os olhando confusa.
- O que fizeram com ele?
- Ele quem? -Sam perguntou.
- Aquele homem... O rosto dele estava... Ele me atacou! Eu senti minha cabeça doer, e tinha sangue... E eu apaguei.

𝘿𝙚𝙖𝙣 𝙒𝙞𝙣𝙘𝙝𝙚𝙨𝙩𝙚𝙧 // 𝙨𝙪𝙥𝙚𝙧𝙣𝙖𝙩𝙪𝙧𝙖𝙡Onde histórias criam vida. Descubra agora