DESPEDIDA - DEAN

451 29 2
                                    

MAYA

Restavam apenas cinco dias para Dean. Graças a sua estúpida ideia de vender sua alma.

Eu tentava me manter cada vez mais longe dele, assim como tenho feito nos últimos quase doze meses.
Estou tentando me proteger.
Sei que, quanto mais eu me permitir sentir por ele, mais vou sofrer quando chegar a hora.

Mas está sendo bem difícil.
Tento ficar longe, não demonstrar nada... Mas é complicado não ficar preocupada. Não gostar dele. Não passar tempo com ele.
Evito ao máximo ficarmos sozinhos, porque tenho medo das conversas que podemos ter.
Não quero falar sobre isso.

Mas infelizmente Sam nos deixou sozinhos no quarto, enquanto ia ao mercado e depois em mais algumas lojas.
Estamos precisando de comida, remédios...

Fiquei observando meu grimório, e também meu caderno de estudos de demonologia... Fingindo os ler. Por mais que eu já soubesse de cor cada feitiço anotado e cada criatura descoberta em cada uma daquelas páginas.

Dean tentava se reaproximar de mim. Conversar, fazer piadas, na esperança de voltarmos a ser como antes. Até mesmo tentou me beijar.
Mas tenho medo.
Então o afasto em todas as vezes.

Ele entrou ao banheiro e tomou uma ducha rápida, saindo sem camiseta.
Fez questão de vesti-la em minha frente.

Reparei em seu colar de sempre e em sua tatuagem.
Antipossessão. Tenho a mesma, tatuada em minha nuca.
E o cheiro de sabonete estava exalando pelo quarto.

Eu não conseguia me conformar de que em menos de uma semana não vou mais o ver.
Não irei mais poder vê-lo, beijá-lo, nada.
E é nessas horas que eu desejava não amar ninguém. Principalmente ele.

Ele me olhou com um sorriso compreensivo e eu desviei o olhar, voltando a prestar atenção em minhas anotações.

- Pode aproveitar a vista, sei que sou lindo. -brincou.

Permaneci quieta.
Ele desmanchou o sorriso e esticou seu cobertor sobre a cama.

- Eu vou... Tirar um cochilo. -ele avisou- Vai ficar revisando seus feitiços?
- Acho que sim. -falei.
- Beleza. Então... Boa noite! -ele forçou um sorriso- Se quiser companhia pode me chamar.

- Eu estou bem. Boa noite, Dean. -respondi, por fim. Sem o olhar.

- Certo... -ele se deitou, suspirando e se virando para o lado.

Eu me sentia mal de o tratar assim.
Mas... Não sei o que fazer.
Eu quería poder resolver esse problema, poder cancelar seu pacto. Já tentei diversas vezes e não obtive sucesso.
Eu estou desesperada.

(...)

Um tempo depois percebi que ele ainda não havia dormido. Estava tentando, se remexendo e virando de um lado para o outro em sua cama.

O que será que ele está pensando?

Vou descobrir.

Folheei minhas anotações de feitiços, até achar o que eu queria.
Um conjuro em Latim para ler mentes.

Eu não vou exatamente ler a mente dele, mas vou conseguir sentir o que sente.
Sentimentos próximos, pensamentos... Posso entendê- lo.

- Accerso alius sententia ut mihi, phasmatis of interregnum ego dico, solvo meus mens mei, ego dico phasmatis auditore meus placitum meus mens quod iacio Dean Winchester. -sussurrei, o obervando.

Ele parecia estar quase caindo no sono, então não ouviu. Sussurrei realmente bem baixo.

Pude sentir sua insegurança, seu desespero, seu medo.
Ele estava tão inquieto!

𝘿𝙚𝙖𝙣 𝙒𝙞𝙣𝙘𝙝𝙚𝙨𝙩𝙚𝙧 // 𝙨𝙪𝙥𝙚𝙧𝙣𝙖𝙩𝙪𝙧𝙖𝙡Onde histórias criam vida. Descubra agora