𝘿𝙚𝙖𝙣 𝙒𝙞𝙣𝙘𝙝𝙚𝙨𝙩𝙚𝙧 // 𝙨𝙪𝙥𝙚𝙧𝙣𝙖𝙩𝙪𝙧𝙖𝙡

ÚLTIMO DIA - DEAN

MAYA

Peguei uma cerveja na geladeira e tomei um susto ao me virar e ver Dean.

- Oi, Dean. -resmunguei.
- Então... Missão perigosa amanhã, né?
- É... Caçar o demônio não tería como ser seguro.
- Assim... Podemos morrer...
- Meio óbvio que vamos morrer.

- Meio que é nossa última noite na terra. Temos que comer, beber, aproveitar... Brincar...

Franzi a testa.
- Brincar?
- É... Um pouquinho de diversão. Sabe, eu... Você...

- Eu e você?
- É.
- Num quarto?
- Exatamente. O que acha?

Dei de ombros, abrindo a cerveja e tomando um gole.
- Não sei.

- Você acha que... Podemos?
- Sinceramente? -acariciei sua bochecha, distribuindo beijos pela sua mandíbula, até chegar em seus lábios. Ele soltou um sorrisinho e acariciou minha nuca de leve com a ponta dos dedos. Mas antes que ele pudesse realmente grudar nossas bocas, deixei um selinho e me afastei- Meu bem... Se realmente é nossa última noite na terra, eu vou passar com uma coisinha que chamo de amor próprio.

Até porque se não for a nossa última, eu vou realmente me perder nele depois dessa noite.
Talvez não daria certo, eu só iria me decepcionar.

- Tudo bem, se você gosta dessas coisas. Pelo menos eu ganhei um beijinho.

(...)

Depois de tirarmos as fotos com Bobby, me fechei em um quarto. Precisava ficar sozinha por um tempo.
Vou praticamente me sacrificar, e espero que não seja em vão. E espero de verdade que consigamos matar esse demônio.

Três batidas na porta me chamaram atenção, e logo Dean entrou.
Puxei o travesseiro e escondi meu rosto.

- Pensando?
- Talvez. -suspirei.
- Quer companhia?
- Eu já disse que não vai rolar nada entre nós, Dean.
- Embora eu quisesse muito isso... Não estou aqui por esse motivo. Quer dizer, mais ou menos. Mas não vim te convencer a nada, só tenho que contar uma coisa que estou escondendo. Faz um bom tempo.

- Estou ouvindo.

Ele coçou a garganta, respirando fundo.
- Bom... É nossa última noite na terra...
- Dean, é a décima vez em uma hora que você me diz isso. Juro que, se você repetir essa frase de novo, eu vou ter um infarto.
- Tudo bem, desculpa. Foi mal. Não quero te deixar mais nervosa com tudo isso.

- Pode continuar.
- Olha só, sei que sou um idiota por tentar ficar te levando pra cama. Não vou negar isso. Ultimamente... Eu tento me convencer de que não, mas eu estou extremamente atraído por você. Sabe? É muito diferente daquela atração comum. Eu não consigo te tirar da cabeça.

- Isso se chama paixão, Dean.
- É... Eu não sei...
- Sabe. Sabe muito bem o que é, mas você não quer estar apaixonado por uma mulher como eu.
- O quê? Não é isso.

- Então o quê, Dean? Também estou sempre pensando em você. Mas isso é doloroso quando você é um cafajeste e me ignora.

- Não ignoro pelo motivo que você acha que é.
- Ah, não? -forcei uma risadinha, atirando o travesseiro nele- Você não é obrigado a sentir nada por mim, Dean. Não me importo se não quer nada comigo. Apenas... Seja sincero. Pare de tentar ficar me levando para a cama só por um interesse de momento, sabendo que eu sinto algo por você. Isso machuca.

- Eu quero tanto quanto você. Só tenho receio porque sei que a vida de um caçador é perigosa. Você ou eu, todo dia corremos o risco de morrer. E eu só tenho você e Sammy. Se eu me entregar pra você, vai se tornar mais uma fraqueza minha. E eu vou me tornar a sua. Por mais que eu queira muito, não é seguro.