AMOR DE CASAL - DEAN

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MAYA

- Qual é, maninho! Agora que eu vendi a minha alma e só me resta um ano, eu tenho que aproveitar a vida.

- Aproveitar a vida, e não se matar mais cedo. -Falei- Você está comendo Xis Burger todos os dias de manhã! Lembra que ainda pode perder seis meses de vida, se as suas veias entopirem.
- Minha linda, eu vou morrer em doze meses. Não to nem aí pro colesterol!

Eu achei muito idiota a ideia dele de vender a alma para salvar o irmão.
Sam vai continuar sendo perseguido por esses demônios e sem ele para ajudar. E ainda vai se sentir culpado.
Mas é o amor de irmãos, então até entendo.
Mas ainda vou dar um jeito de matar o diabo da encruzilhada.

- Como eu estava dizendo, Sam... Eu preciso muito de um pouco de diversão. Vou morrer logo, então tenho que curtir a vida. E você pode me ajudar nisso.
- Ajudar como? -Sam perguntou, já com tédio do irmão.

- Você pode dormir em outro quarto, né? Sabe... Eu e minha mulher precisamos de privacidade de casal. Eu ficaria muito feliz se você fizesse isso por mim.
- Ah, eu não acredito que estou ouvindo isso. -coloquei as mãos sobre o rosto, suspirando.

Que vergonha!

- Qual é, minha linda! A gente precisa de privacidade. E eu não vou viver muito tempo, tem que aproveitar seu namorado.

- Pode deixar, eu vou sumir daquele quarto. -Sam disse.
- Sam! -resmunguei- Ele está brincando. Temos trabalho a fazer.
- Não estou, não. -Dean levantou as sobrancelhas- O trabalho pode esperar uma noite.

- Eu vou sair. -Sam disse- Agora para de me encher o saco, me poupe dos detalhes.
- Já nos compra um whisky.
- Vai se catar.

(...)

No dia seguinte, me levantei, tomei um banho e logo em seguida Dean foi ao chuveiro.

Olhei para a chave de seu carro em cima da mesa e sorri.
Minha chance.

Sam havia alugado o quarto ao lado, então estava dormindo também.

Entrei no carro e fechei a porta.
- Finalmente eu vou poder dirigir esse carro sozinha! -falei comigo mesma, em uma felicidade genuína- Que demais!

Passei no mercado, comprei alguns doces que quería comer, também passei na farmácia e me perdi naqueles cremes e produtinhos!

Quando estava voltando para casa, um carro praticamente se jogou para cima de mim. Não foi nada tão grave, mas ele saiu em disparada logo em seguida.
- EI! SEU IDIOTA, VOCÊ BATEU NO MEU CARRO!

Mas que merda mesmo.

Encostei e desci para dar uma olhada, havia um arranhão na minha porta.
- Ah, não! -deixei escapar.

Dean vai ficar furioso.

Que cara desgraçado... Agora quando eu voltar, vou ouvir um sermão enorme porque estraguei o carro dele!

(...)

- Aonde você estava? -Dean perguntou, parecia furioso, vindo até minha janela.

Entreguei a ele as sacolas do mercado e da farmácia.
- Comprei uns doces, remédio e uns cremes para mim. E pra você eu trouxe batatinhas. Por favor, não me mata... -sorri.

Ele segurou a sacola e analisou o carro, seu queixo caindo com o arranhão na porta.
- O que é isso...
- Eu posso explicar! -falei, apressadamente- Eu juro que não fui eu que bati! Um carro bateu em mim!

- Meu carro! -ele choramingou, abraçando o veículo. Revirei os olhos e o empurrei, para descer do carro- Meu lindo carro! Você arranhou a lataria dele!

- Não fui eu!
- Me devolve essa chave. -ele esticou a mão, e coloquei a chave em sua palma- Nunca mais sai sem me avisar. Principalmente sozinha no meu carro. Ainda mais porque você não sabe dirigir.

- Eu sei dirigir!
- Você não tem carteira!
- Mas você me ensinou!
- Eu te dei duas aulas! Duas! Ainda não é suficiente! Ficou louca, mulher?

- Eu só dei uma volta! Não é como se eu fosse sumir com o carro.
- Meu amor, a gente abriu os portões do inferno! Centenas de demônios saíram. Sabe-se lá aonde eles estão! Estão todos espalhados por aí, e reconhecem caçadores!

- Para de ser dramático!
- Dramático? Você arranhou a lataria do meu impala!
- Eu vou pagar o concerto!

(...)

Ele estava bravo comigo o restante do dia.
- É, ele ficou bravinho. -Sam disse.
- É drama. Daqui a pouco ele para.

- Se fosse eu sumindo assim com o carro dele, a história sería bem diferente.
- Como assim?
- Acho que ele ia me matar.
- Acredite, ele é louco. Mas não nesse nível.

- Ah, eu sou louco sim. -Dean apareceu pela porta, com a boca cheia de batatinhas crocantes- Você some com meu precioso carro, arranha minha porta, e aparece com um sorrisinho meigo no rosto pedindo desculpa!

- Eu comprei chips pra você no mercado! Peguei seus sabores favoritos!
- É, aliás, valeu, estão deliciosos. Mas arranhou meu carro!
- Vai a merda, Dean. Já pedi desculpa. E você já arrumou, está novinho em folha.

- É por isso que você não encosta mais na minha chave. Chega de aulas de direção.
- Ah, qual é! Eu estava indo tão bem! Pela milésima vez, eu não bati em ninguém! Bateram em mim! Não foi minha culpa!

- Quanto mais você tentar se desculpar, mais indignado ele fica. -Sam alertou.

- E eu estou errado de estar indignado? Ela pegou meu carro e saiu sem avisar. E tem demônios a solta, que reconhecem caçadores. E ela é uma caçadora e namora Dean Winchester. Isso é sentença de morte!

- Cala a boca!
- Não me manda calar a boca, você sabe que está errada..
- Mando, sim!

- Gente! Qual é! Vocês estão discutindo o dia todo! -Sam resmungou- Pelo menos façam isso quando eu estiver longe.
- Cala a boca, Sammy, ninguém falou contigo.

- Na verdade, eu não aguento mais ele. Sam, quer trocar de quarto comigo? O seu ainda está alugado? Eu durmo lá sozinha e você fica com seu irmão.
- Não, obrigado. Você é a namorada, você atura.
- Muito obrigada, cunhado. Muita bondade sua.

- Apenas estou dizendo para você nunca mais fazer isso. -Dean falou.
- Dean, se você disser mais uma palavra sobre o ocorrido de hoje, vai ficar solteiro. E vai conhecer o inferno mais cedo do que o planejado.

- O amor de casal é lindo... -Sammy fez piada.

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𝘿𝙚𝙖𝙣 𝙒𝙞𝙣𝙘𝙝𝙚𝙨𝙩𝙚𝙧 // 𝙨𝙪𝙥𝙚𝙧𝙣𝙖𝙩𝙪𝙧𝙖𝙡Onde histórias criam vida. Descubra agora