𝘿𝙚𝙖𝙣 𝙒𝙞𝙣𝙘𝙝𝙚𝙨𝙩𝙚𝙧 // 𝙨𝙪𝙥𝙚𝙧𝙣𝙖𝙩𝙪𝙧𝙖𝙡

AMOR DE IRMÃOS - DEAN

MAYA

Paramos em mais um desses motéis baratos da estrada. Isso era bem mais em conta do que pagar a hospedagem em um hotel.

- Olá. -sorri para a atendente- Vamos querer um quarto.
- Certo. Uma cama de casal para os três?

- Não, não! -Sam falou- Ele é meu irmão!
- Ah, vocês são um trisal? -a moça parecia espantada.
- Não, moça! -Reclamei, constrangida.
- Não! -Sam negou- Ele é meu irmão, e ela é namorada dele. Eu a considero como uma irmã, também!

- Ah, mil perdões! Pensei que fossem um...

- Negativo. -Dean disse- Uma cama de casal para mim e minha mulher, e uma cama de solteiro para ele.

- É que motéis são mais baratos que hotéis, sabe... -Sam disse a ela, constrangido também- Bem mais em conta.
- Ah, claro. Mil perdões!

Toda vez passamos a mesma vergonha...

(...)

Eu estava arrumando a cama, dobrando os cobertores e retirando os farelos de chips que Dean comeu.
- Ah, eu acho que ele jogou todas as batatinhas na cama e pisoteou em cima! Olha a quantidade de farelos! Eu não vou dormir em cima disso.

- Eu disse para não deixar ele comer em cima da cama. -Sam disse, enquanto passava as páginas do diário do pai.
- Eu pedi, mas você acha que ele me escuta? Seu irmão é um teimoso.

- Você sabia muito bem disso quando ficou com ele.
- É, eu sabia. Sam, eu amo seu irmão, mas vou confessar, as vezes quero socar aquele rostinho lindo...

- E se prepara, ele foi comprar batata frita com cheddar e bacon. E vai comer na cama de vocês.
- Hoje eu mato alguém. -Brinquei.
- Não sendo eu... -ele deu de ombros.

Dean entrou com suas batatas fritas gordurosas, cheias de cheddar e bacon.
Parecia furioso.

- Aqui, minha linda. Está com fome?
- Comi umas frutinhas, não estou.
- Ótimo. -ele me entregou a batata para segurar e se virou para seu irmão- Sam!

- O quê foi?
- Por quê fez aquilo com o meu carro?

- Fiz o quê?
- Você furou todos os meus pneus! Você tem idéia de quanto custa, Sam?

- Eu não fiz nada!
- Ah, não fez? Sua grana tava lá, no chão. Eu levo na boa essa brincadeira de um provocar o outro, mas você passou dos limites agora!

- Eu não fiz nada!
- Você estragou meu carro! Seu imbecíl!
- Eu já disse que não fiz nada, seu idiota!

Dean iria ir para cima dele.
- Ei! Parem! O Sam não fez nada, ele esteve aqui comigo o tempo todo. Não foi ele.

- E quem mais sería? Foi esse idiota! Você não viu, mas ele fez! -ele encarou Sam- Qual é, cara! Você sabe que aquele carro é importante para mim. Você passou dos limites!

- Eu não tive nada a ver com isso. Devolve a minha grana.
- Não! Isso aqui é uma remuneração pelo estrago do carro. Você sabe quando vai custar trocar todos?

- Nem pensar! A grana é minha, devolve!

Quando percebi, os dois estavam se empurrando e brigando por algumas notas de dinheiro.
Com tapas, socos, empurrões...
Os dois se embolaram na cama.

- Solta essa merda!
- Isso é meu!
- Não é nada!
- Vai se ferrar, Dean!
- Qual é, Sam! Vai se foder!
- Me devolve isso!
- Não! Cala a boca! Estragou meu carro!
- Não estraguei merda nenhuma!

O amor de irmãos é lindo!

- Gente! Qual é! -reclamei- Vocês estão parecendo duas crianças.

- Ele que começou!
- Esse idiota está me acusando por coisas que nem fiz! E ainda pegou meu dinheiro!
- É o preço para consertar! Seu...

- Gente! -reclamei, mais uma vez- Parem. Mas que saco! Dean, não foi o Sam. Ele estava aqui o tempo todo, não saiu.

- Está vendo? -Sam perguntou.
- Cala a boca.

- Vai comer a sua batata. -entreguei a caixa a ele- Divirta-se.

Ele iria se sentar em nossa cama, mas gritei tão alto e o encarei com tanto ódio, que ele se levantou rapidinho.
- Ei!

- O quê foi?
- Batatas fritas, gordurosas, cheias de cheddar? Na nossa cama? Que eu acabei de limpar? E acabei de arrumar?

Ele deu de ombros, com um sorrisinho meigo para mim.
- É só uma batata...
- Na nossa cama, não. Nem pense. Eu juro que te mato. Não dá nem pra dormir com a sujeira que você faz.

- Mas...
- Nem pense. -repeti, lentamente- Sai de perto da cama com essa batata. Vaza.
- Está bem, meu amorzinho. Estou vazando.

Ele foi a passos fininhos e se atirou na cama de Sam, comendo suas batatas.
- Na minha cama? -Sam perguntou.
- É, na sua cama. -Dean sorriu para ele, ligando o rádio.

Sam me olhou impaciente e apenas dei de ombros.
- Acho que não vou conseguir convencer ele a sair da sua cama, já que está irritado com você.
- É, né... Eu sempre me ferro.

Ele olhou Dean impaciente.
- Eu estou tentando entender o caso. Pode fazer menos barulho?
- Claro.

Dean aumentou ainda mais o volume do rádio, comeu uma batata, lambeu os dedos e os limpou no travesseiro de Sam.

Sam e eu fizemos caretas.
- Dean! -reclamei- Que nojo!
- Meu travesseiro! Qual é!

(...)

Resolvi sair do quarto um pouco, pois estava quase surtando com os irmãos winchester brigando.
Eu estava quase entrando na briga também, só para atirar uma cadeira em cada um.

Resolvi passar em um mercado e comprar mais algumas frutas fresquinhas.
Eles iriam gostar.

Contei até três para abrir a porta, tendo a certeza de que iria encontrar os dois se matando.
Mas para minha surpresa, não.

Dean estava deitado em nossa cama, seu cabelo encharcado.
Sam não estava no quarto.
O cheiro de sabonete exalou e sorri para ele.
- Eu trouxe frutas fresquinhas! Cadê o Sam?
- Irritei tanto ele, que resolveu sair.
- Imaginei.

Deixei as frutas na mesinha e me deitei também, dando um beijo nele.
- Esse sabonete é tão cheiroso!
- É. Resolvi tomar uma ducha, estava calor. Devia ter vindo comigo.
- Não. -sorri- Concentre no caso.

Ele revirou os olhos.
- Devia comer algo saudável. -sugeri- Seu corpo deve estar gritando por ajuda, com tanta pizza, batata frita e salgadinho.
- Não, valeu. Estou bem com as minhas batatas. Meu corpo está gritando é por outra coisa... -ele roubou mais um beijo meu.

Sam entrou bem na hora, então me afastei.
- Vocês deviam se concentrar no caso. -ele disse.
- E você devia ficar quieto. -Dean o alfinetou.
- Tenham cuidado, por favor. Não quero abrir essa porta e dar de cara com vocês...
- Foi só um beijo. -falei- Relaxa. Estamos super focados no caso.

- É. "Super focados"... Ela, na verdade. -Dean falou- Eu ficaria mais feliz se fosse um quarto só pra mim e minha namorada. Sabe? Não sería ruim curtir uma ducha, uma noite de folga... Mas né...
- Cala a boca, Dean. -resmunguei- Eaí, Sam? Mais pistas?

- Eu mereço...

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