𝘿𝙚𝙖𝙣 𝙒𝙞𝙣𝙘𝙝𝙚𝙨𝙩𝙚𝙧 // 𝙨𝙪𝙥𝙚𝙧𝙣𝙖𝙩𝙪𝙧𝙖𝙡

DEMÔNIOS - DEAN

MAYA

Eu estava dividindo o quarto com Dean. Sam estava atualmente em outra cidade, fazendo pesquisas para nos ajudar.

Eu e Dean tínhamos uma única missão.
Matar demônios.
Mas deu tudo errado. E quando eu digo "tudo errado", eu quero dizer TUDO MESMO!

Eles sabiam do nosso plano, e foram em maior quantidade.
Muito mais do que poderíamos cuidar ou imaginar.
E agora estamos cercados.

Entramos no quarto do motel e despejamos sal em todo e qualquer meio de entrada. Janelas ou portas.

- Tudo bem, acho que já foram todas as entradas. Agora é esperar Sam chegar amanhã, talvez ele consiga nos ajudar.

- Eu devia imaginar que eles saberiam. Que merda! -Dean reclamou, irritado- Deu tudo errado! Se eles entrarem, estamos mortos!

- Eles não vão.
- Esperamos que não. -ele fala, recarregando suas balas e pegando a faca mágica.

- Eu vou... Tomar um banho. - avisei, pegando uma muda de roupas. Eu estava encharcada de sangue de demônio, e estávamos seguros por hora- Não vou demorar nem cinco minutos.

E ao redor do motel não haviam demônios, então nós tinhamos um tempo.

- Tudo bem. Vou ficar de vigia. Eu até podería me juntar a você, mas no momento estamos em uma situação bem crítica, minha linda.

- Estamos por um fio de morrer e você faz brincadeirinhas? -pergunto- Sério?
- Melhor do que chorar, não acha?

- Seu idiota.
- Incrível. Não tenho paz nem pra tomar um banho com a minha mulher. Que desgraça de fim de mundo. -ele resmunga, retirando o casaco e o deixando sobre a cadeira.

Dou risada por suas reclamações.
Tomo um banho rápido e me visto.

Quando saio do banheiro, Dean está inquieto.
- Tudo bem até agora?
- Sim. Por enquanto.

- Você parece meio... Hum... Puto?
- Só estou preocupado.
- E com raiva, eu suponho.
- É. E com raiva. Porra, eu to com muita raiva!

- Isso é frustração ou fome?
- Frustração. Eu não fico de mal humor quando estou com fome.
- Fica sim. BEM mal humorado.
- Ta... Talvez seja os dois. Frustração e fome. Estamos trancados aqui e não temos nem um sanduíche pra comer.

- Olha... -espio pela janela- Não vejo ninguém na rua. Talvez eu possa buscar um lanche para nós, rápido, antes que nos vejam.
- Nem pensar! Você não sai desse quarto. Estamos entendidos?

- Você não manda em mim. -o olho com tédio.
- Não interessa. Você só sai daqui por cima do meu cadaver.
- Cala a boca, Dean!
- Vamos ficar aqui. Eles são espertos. Estão escondidos. Uma hora vamos ter que sair, e quando sairmos... Eles vão vir em manadas. Esses... Cornos desgraçados!

- Calma aí, estressadinho. -digo, penteando meu cabelo- Não estamos totalmente perdidos. Temos Sam e Bobby.
- É. Mas eles podem saber onde estão. Se sabiam do plano, podem saber sobre eles.

- Já saímos de situações piores, meu bem. -deixo a escova em cima da cama e aperto seus ombros- Vamos sair dessa.

- Vamos ter que dar um jeito. -ele apoia sua mão sobre a minha- Está com seu colar antipossessão?
- Estou.
- Otimo. Não tire nem por um segundo.

Como se eu fosse ser idiota de tirar, né...

Ele estava tão nervoso que estava começando a me deixar mais ansiosa ainda.

Ele levanta e dá mais uma olhada ao redor.
- Quer dormir um pouco? Sei que está cansada. Estamos de pé desde que o dia clareou. Eu vou ficar de vigia.
- Acho que eu não vou conseguir dormir. Por mais que eu queira... Estou cansada, mas estou preocupada também. Vou ficar acordada para te fazer companhia.
- Você que sabe.

Me sento ao seu lado na cama, passando as mãos por seus fios de cabelo.
- Eu devia ter montado um plano B... -ele diz- Nos encurralaram. Até Sam chegar aqui, podem nos estraçalhar.

- Não tem como entrar. Tem sal em tudo, tem os símbolos que você desenhou. Eles não vão entrar.

- Sabe... Eu ando cansado dessa vida. Nós não temos... Liberdade para nada. Não tem uma noite que eu passe com você sem me preocupar com algo. Sem me preocupar com os casos ou com algo que esteja atrás de nós.

- Eu sei, meu amor. Mas não temos como escapar disso. Onde vamos, essas coisas estão.

- Vou te fazer uma pergunta. Seja sincera.
- Tudo bem. -o olho confusa- Pode perguntar.
- Era para eu perguntar isso em um momento mais calmo, mas nós nunca temos. Aquele teste de gravidez que achei no seu banheiro, deu positivo?

- Você viu o teste? -pergunto, assustada.
- Vi, ué. Mas não entendi nada. O que é aquele risquinho?
- Significa que deu negativo. Seria positivo se fossem dois risquinhos...
- Graças ao bom Deus! Iríamos estar ferrados com uma criança no meio disso tudo.

- Sim. Não contei para você não ficar preocupado...
- Precisa me contar quando desconfiar dessas coisas. Uma criança... Essas coisas vivem atrás de nós. Winchester é um sobrenome amaldiçoado. Eu não sei se conseguiria proteger vocês dois de tanta coisa.

- Você tería filhos um dia? -pergunto, realmente curiosa.

Não que eu quisesse um filho.
Tenho plena consciência de que uma criança no meio disso acabaria morta.
Mas tenho essa curiosidade, Dean seria um bom pai?

- Sabe, as vezes eu penso nisso. Sería legal. Mas com a vida que levamos... Eu não quero criar um filho para caçar. Eu gostaria de uma família. Mas jamais colocaria vocês em risco assim. Só de você estar comigo já é um risco. Mas eu consigo cuidar de você. Agora, de uma criança... Por quê a pergunta? Você quería uma família?

- É um desejo distante. Bem distante. -sorrio, compreensiva, acariciando sua nuca- Prefiro não ter filhos. Não submeter uma criança a essas condições.

- Não é que eu não queira uma família com você.
- Sei disso. Eu entendo. Só estava curiosa. Acho que você sería um bom pai. Meio bobão, iria ensinar coisas erradas para a criança, mas... Um bom pai.

Ele sorri.
- Eu seria um pai foda. Com certeza o mais legal e descolado.

Dou risada.
- E o mais convencido.

Ele afasta minhas mechas de cabelo do rosto e gruda os lábios nos meus.

- Quem diria que eu iria pescar o maior mulherengo da história! -digo.

- Já me chamaram de coisa pior...
- Então você era um mulherengo?
- Talvez sim. -ele ri- Fui seu prêmio.
- Não, meu bem. Eu que fui seu prêmio. -digo- Já que você deixou todos os seus casinhos para trás.

- Sim. Eu queria você.

- Que bom. -digo- Caso contrário você sería um homem morto.
- Um pouquinho possessiva, meu amor, não acha?
- Considerando o seu passado...

- Eu era um mulherengo, isso eu confesso. Mas você era a única coisa que me interessava. Então eu não me importei de abandonar meu antigo estilo de vida agitado.

- Verdade?
- Claro. Sabe o que mais é verdade?
- Hum?
- Meu amor por você.

- Que romântico! -dou risada.
- Vi no cantadas.com, gostou?
- É... Talvez. -sorrio.

Ele rouba mais um beijo, se levantando em seguida.
- Eu adoraria passar uma noite romântica com você, mas com um monte de demônios na nossa cola, isso infelizmente está fora de cogitação, minha linda. Vou ficar te devendo essa.

- Dean Winchester romântico?
- Tenho que impressionar minha mulher, ué. Não posso?
- Claro que pode. Só é diferente, já que não temos tempo nunca. Mas eu adoraria um jantar romântico.

- Claro. Podemos tirar uma noite, eu faço um jantar e nós assistimos um filme.
- Você iria preferir um show de rock, estou certa?
- Está. Mas podemos fazer os dois. Um jantar romântico e quem sabe, em algum momento, um show de rock.

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