Don't break the glass - Andreil

Chapter 3

Neil levou uma semana inteira até ficar entediado o suficiente para se aventurar a sair do apartamento de Andrew. Andrew estava ocupado tentando promover o produto de Jean.

Ele passou todas as noites no Eden's até que seus dedos ficaram dormentes e seus olhos doeram por causa das luzes piscantes. Ele inevitavelmente tropeçaria em casa e encontraria Neil pacientemente esperando, na esperança que Andrew trouxesse comida para viagem com ele. Eles comiam juntos à luz da luminária Tiffany e então Neil se sentava no lado oposto do sofá de Andrew e lia seus livros incrivelmente chatos. Todas as noites, Neil deixava Andrew no sofá e ia dormir em seu quarto.

Cada noite, a porta ficava um centímetro mais larga do que na noite anterior. Quando Andrew acordou esta manhã, a porta estava aberta. Ele pairou na porta e observou Neil dormir por um momento antes de pegar suas roupas e entrar no chuveiro. Kevin precisava dele hoje. Neil ainda estava dormindo quando saiu.

Felizmente, a caminhada até a casa de Kevin foi curta e seca. Choveu durante toda a semana. Embora estivesse seco, ainda não havia sol. Andrew pegou o cigarro e acendeu-o enquanto caminhava. Passou pela floricultura, que fechava aos domingos, e parou para olhar a seleção primaveril que estava repleta de flores.

A morte de Nathan Wesninski causou mais alvoroço do que Kevin esperava. Previu-se que Nathaniel, seu filho, teria se escondido. Um novo nome, um novo lugar para ficar discreto até que os homens de Riko parassem de vasculhar as ruas em busca dele.

O que era verdade, mas os Foxes nunca confirmariam tal coisa. Andrew aprendeu muito sobre Neil enquanto estava no apartamento com ele. Foi principalmente uma conversa noturna que durou até que as pílulas de Andrew finalmente o deixaram inconsciente, mas mesmo assim era uma informação significativa. Nathaniel não era ninguém para a organização Raven. Pelo menos foi disso que o Açougueiro convenceu Riko quando os apresentou pela primeira vez.

Mas Neil era inteligente de uma forma que os homens de seu pai não eram. Ele aprendeu a lição de que toda vez que recusasse uma ordem, sofreria as consequências de sua desobediência.

Então Neil parou de recusar. O doce e tímido garoto de cabelos ruivos parecia aos seus inimigos como uma flor do deserto se abrindo na chuva. A verdade é que Neil era muito bom em servir de isca para algumas operações muito desagradáveis. Sua delicada estrutura óssea e comportamento atraente o tornavam muito mais parecido com uma armadilha para mosca de Vênus do que com uma doce rosa com néctar. Neil era uma isca. Ele sabia quando atacar, quão forte e rápido dependia de seu pai.

Sua maior armadilha de todas? Às vezes parecer ser o animal de estimação gentil de Riko Moriyama. Existindo ao seu lado em festas extravagantes ou jantares privados. Mas Neil fez mais do que apenas sentar e ficar bonito. Ele espionou Riko para seu pai. Uma coisa dócil... até que ele deixou de ser.

A palha que quebrou as costas do camelo, ironicamente, não foi um pedido muito difícil. O Açougueiro queria que Neil matasse Jean Moreau. O substituto de Kevin e o mais novo cão de colo de Riko. Matar Jean teria desestabilizado seu reinado sobre os Ravens da mesma forma que a partida de Kevin. Foi então que o Açougueiro quis que seu filho atacasse.

Mas Neil não conseguiu. Jean era de fato seu amigo. Um aliado no Ninho que o ajudou em seus momentos mais fracos e o protegeu quando ele estava vulnerável. Neil não entrou em detalhes sobre Jean, apenas o que parecia necessário dizer.

"E ele acabou de te contar tudo isso?" Kevin murmurou, um pouco de descrença pintando seu rosto pálido.

Andrew cutucou as unhas. "Não é como se eu não tivesse que pagar por isso."

"O que você poderia ter dito a ele para fazê-lo revelar TUDO isso?"

Andrew não iria repetir nada disso. Kevin conhecia detalhes do abuso que sofreu quando criança. Ele sabia que Andrew tinha certas compulsões por causa disso. "Ele é do tipo que procura uma conexão. Nathaniel Wesninski estava sozinho no Ninho. Eu disse a ele algo que o fez se sentir menos sozinho."