Chapter 7

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Mais sonhos azuis. Um mar azul profundo encontrando um céu azul prateado sem fim. E Andrew flutuou nele, balançando para frente e para trás, seu corpo acariciado suavemente pelo bater das ondas.

Quando ele acordou, não se assustou. Neil estava deitado sobre seu peito, ainda dormindo. Seu cabelo ruivo grudado na bochecha de Andrew. Ele estava aquecido e relaxado, como as pessoas costumavam dizer que cobertores pesados ​​o fariam sentir. Andrew ficou ali por algum tempo pensando em nada em particular. Simplesmente curtindo a respiração uniforme e constante de Neil no silêncio do apartamento.

O aquecedor foi ligado e o zumbido baixo do antigo sistema de dutos começou a funcionar.

"Eu tenho que ir," Neil murmurou.

Por um segundo, Andrew pensou que Neil estava acordado pela clareza com que havia falado, mas um segundo depois um ronco sibilante saiu de seu nariz. Neil estava falando enquanto dormia. Uma surpresa inesperada e bem-vinda para o tédio de Andrew.

"Onde você está indo?" Andrew sussurrou de volta.

"Mmm, não beba todo o leite."

Andrew bufou. Ele passou a mão pelas costas de Neil com um único dedo seguindo a linha de sua coluna. Ele não conseguia sentir as cicatrizes sob todas as camadas, mas conseguia imaginar como elas eram de memória. Muitas delas.

"Quão longe?" Neil murmurou.

- Longe o suficiente - disse Andrew.

"Não," Neil respondeu com a voz mais mal-humorada que ele já o ouviu fazer.

Andrew vibrou com uma risada silenciosa, quase levantando a mão para cobrir a boca. Até que Neil sussurrou algo que o deixou completamente congelado.

"Eu te amo."

Andrew saiu de debaixo dele o mais rápido que pôde, jogando Neil nas almofadas. Neil se assustou, lutando para se orientar. Andrew desapareceu no quarto antes que Neil pudesse compreender completamente o que aconteceu.

~

Neil não pediu mais favores a Andrew durante uma semana inteira. Só quando Andrew chegou em casa e viu uma briga explosiva trocada por telefone é que Neil se preocupou em fazer um pedido simples.

Neil estava praticamente gritando ao telefone quando Andrew fechou e trancou a porta atrás de si. Ele estava andando de um lado para o outro da cozinha para a sala e de volta para a cozinha.

Andrew presumiu que devia ser com Jean com quem ele estava discutindo, devido aos insultos venenosos lançados pelo telefone no que parecia ser francês. Andrew não sabia que Neil sabia falar francês. Pela maneira como ele redigiu suas respostas, parecia que Neil também não entendia completamente o francês, falando um inglês meio quebrado e de vez em quando acrescentando uma palavra que Andrew não conhecia.

"Foda-se!" Neil rosnou no receptor, pressionando o botão encerrar pelo menos várias dezenas de vezes. Ele jogou o telefone nas profundezas do sofá. Ele se virou e finalmente avistou Andrew pairando perto da porta. "Oh Olá. Não vi você entrar" disse ele, tentando um sorriso que acabou parecendo mais forçado do que genuíno.

"Que porra foi tudo isso?"

Neil se virou e colocou as mãos no balcão e respirou fundo. "Lembre-se de como você chamou Jean de meu 'manipulador'. Ele está tentando me controlar de longe e atualmente o tiro saiu pela culatra terrivelmente para ele."

Andrew jogou as chaves na mesinha de centro e caiu no sofá. Fazia sentido, considerando que Andrew tinha acabado de fazer uma visita esta noite com Jean. As palavras trocadas não foram nada amigáveis. "Por que ele está bravo desta vez?"

Don't break the glass - AndreilOnde histórias criam vida. Descubra agora