Don't break the glass - Andreil

Chapther 24

Finalmente sozinho, Neil levantou o capuz da jaqueta militar preta de Andrew e enfiou as mãos nos bolsos enquanto caminhava pela rua escura. Andrew não saberia que ele havia partido até a manhã seguinte, quando tropeçaria de volta pela porta com um maço de dinheiro mais grosso que seu punho, cheirando a bebida e suor.

Neil sabia que Andrew ficaria chateado com ele por ter saído dos limites do apartamento, mas sabia que não haveria oportunidade melhor do que aproveitar o momento.

O ar estava fresco e límpido, mas Neil não encontrava conforto em estar lá fora, no escuro. Ele estava acostumado demais a estar cercado por quatro paredes. A caminhada até a esquina onde ele poderia pegar um táxi foi relativamente curta.

Sentado no banco de trás do táxi, Neil mexia os polegares observando a cidade passar. Ele pagou o táxi em dinheiro, que roubou do esconderijo de Andrew na parede e que ele não deveria saber. Neil se sentiu mal por pegar o dinheiro.

Ele bateu a porta do carro, parando em frente ao Starlight Lounge. Ele olhou para o prédio e franziu a testa. Ele estaria aqui esta noite. Tomando uma bebida no bar ou sentando-se numa das muitas mesas com um convidado exclusivo. Neil sabia que Andrew o mataria se soubesse onde ele estava agora. Ele sacudiu o nervosismo que corria por suas veias e se aproximou da porta. A escolha da sua roupa não era apropriada para o estabelecimento, mas bastou o nome para levá-lo aonde precisava ir. O recepcionista pegou sua jaqueta e mostrou-lhe o caminho.

Neil enfiou a camiseta preta em seu jeans ainda mais preto e se aproximou do bar.

Ele estava usando uma camisa preta de botão enfiada na calça social. Sua própria jaqueta estava pendurada atrás dele, no banco do bar. Um relógio brilhante pesava em seu pulso. Riko tomou um gole de seu martini e brincou com o espeto das azeitonas quando colocou o copo de volta no guardanapo.

"Riko," Neil disse, anunciando sua presença.

Ele não se virou ao ouvir a voz de Neil. Ele continuou brincando com o espeto até que Neil se sentou ao lado dele. "Nathaniel", ele respondeu, sem tirar o olhar aguçado do copo.

Neil limpou a garganta e acenou para o barman. Riko bufou quando ele pediu um club soda. Eles ficaram sentados em silêncio até que o barman voltou com um copo alto cheio de água com gás e o colocou na frente de Neil, recuando para o lado oposto do bar. Ele sabia que não deveria escutar.

"Como você sabia que eu estaria aqui?" Riko perguntou. Ele olhou para o fundo espelhado atrás do balcão e diretamente para o reflexo de Neil, que o observava atentamente.

"Já foi minha prerrogativa conhecer sua agenda."

"Isso era. Veio relembrar os velhos tempos?"

"Eu vim fazer um acordo com você."

Riko sorriu. "O último acordo não pareceu funcionar tão bem a seu favor."

Isso era verdade. A tortura que Riko fez dele no Ninho era um dilema que ele não gostaria de repetir. Mas Neil sabia que Riko não iria deixá-lo ir sem lutar. Não sem primeiro dizimar Andrew completamente.

"Não estou aqui para negociar em meu nome."

"Então o dele?" Riko parecia desinteressado nisso. Ele arrancou o espeto do copo e enfiou as azeitonas nos lábios avermelhados. Neil o observou mastigar no espelho à sua frente. Observou quando Riko se virou para encará-lo. "Nem sempre conseguimos tudo o que queremos, querido Nathaniel."

"Você vai perder ."

"Eu já fiz isso," Riko murmurou, passando a ponta do dedo indicador pela bochecha arruinada de Neil.