Ainda encolhida no chão, pensando no que havia acontecido comigo no passado, do porque de ter tido o traumastimo craniano e, consequentemente, perdido a memória, resolvi ligar para Tanjūro, afinal, ele e Nezuko deveriam saber do que eu lembrei.
- Oi Kanao. Aconteceu alguma coisa? - Era Tanjūro.
- Sim, aconteceu. Nezuko está aí com você? - Perguntei me levantando, secando minhas lágrimas com a palma da mão e ajeitando minha roupa.
- Sim, ela está, mas o que aconteceu?
- Me esperem aí. Eu já estou a caminho, preciso falar com os dois.
Desliguei sem esperar uma resposta vinda dele.
(...)
- Tudo bem com você querida? Seu rosto está todo inchado. O que aconteceu? - Estava na casa da família Kamado, sentada no sofá com Tanjūro, enquanto Nezuko me trazia uma xícara de chá para acalmar os nervos. Desde que cheguei, ela não parava de me fazer perguntas, o que me fez perceber que estava realmente preocupada comigo, enquanto Tanjūro não dizia nada, apenas me avaliava com uma expressão, hesitante.
- Eu estou bem sim. - Omiti. - Desculpem-me se estou atrapalhando, vindo até a casa de vocês a essa hora da noite, mas eu precisava arrancar essa angústia de meu peito, e não se preocupe. Também conversarei com meus pais. - Confessei os encarando.
- Tudo bem Kanao, nós não nos embravecemos de te receber neste momento. Mas estamos seriamente preocupados com você. - Pronunciou-se, Tanjūro.
Suspirei e me acomoda mais no assunto.
-Eu me lembrei do que aconteceu comigo há sete anos. - Confessei baixo. - Eu me lembrei de como perdi a memória. - Olhava para os rostos dos dois que no mesmo instante adquiriram uma coloração esbranquiçada.
- Você lembrou? - Perguntou Nezuko, ao meu lado.
- Sim. E por isso vamos continuar com o que combinamos. Agora, mais do que nunca. - Disse convicta de minhas palavras, meio orgulhosa de mim por estar prestes a desmascarar o homem que me fez mal por um longo tempo. Muzan iria pagar, e todos seus comparsas também.
Estava mais aliviada por dizer o que me machucava por dentro. Precisava falar para alguém que minha memória está ficando intacta.
- Tudo bem. - A garota ao meu lado olhou para o pai, talvez contente por saber que eu tinha reagido da melhor forma possível diante da situação. - E você vai falar com Tanjiro sobre isso?
Minha alegria de repente se dissipou por ouvir aquele nome.
- Não diga o nome dele. - Disse séria me levantando.
- Por que? O que aconteceu entre vocês?
- Nada com que tenham que se intrometer. Nós já decidimos o que queremos para nós dois.
- E o que seria? - Tanjūro disse com os braços cruzados.
- Cada um cuidar da sua vida sem o outro. Não vamos mais nos falar. - Comentei já sentindo o choro formando um nó na minha garganta.
- E você está normal diante dessa decisão? - Nezuko perguntou talvez tão indignada quanto Tanjūro aparentava estar.
- É claro. - Ri baixo, lutando contra as lágrimas. - Tanjiro só pensa no bem estar dele. Não tenho espaço em sua vida, assim como ele não tem mais na minha. - Disse, vendo o quanto minha mão estava suada. Esse assunto logicamente me incomodava muito. - Enfim, não quero falar sobre esse assunto. - Já sentia que ambos me encaravam repulsivamente. E eu, estava na defensiva. - Ainda são 20h00min. Vou aproveitar que não está tão tarde e vou à casa de meus pais, contar a eles que eu me lembrei. Vão ficar preocupados, mas também sei que alegres, afinal eu estou me lembrando não é? - Não fui respondida. Tanto Nezuko quanto Tanjūro encaravam-me, desapontados, mas eu não ligava.
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Psiquiatra De Um Assassino- Adaptação Tankana
FanfictionKanao Tsuyuri é uma psiquiatra de 23 anos que batalha pelo bem estar mental de seus clientes e das pessoas que a envolvem. Quem a conhece bem, vê que ela não faz o tipo de desistir fácil. Em um dia comum de trabalho, Kanao é Mandada para o manicômio...